Governo abandona obra da Academia da Saúde na Cohab
Em Santarém, oeste do Pará, os moradores do bairro da Cohab encaminharam denúncia à nossa equipe de reportagem sobre uma obra abandona pelo governo municipal que virou esconderijo de bandidos. A construção que fica localizada na Avenida Marajoara, segundo os moradores, está abandonada há mais de um ano.
A obra é investimento do Governo Federal, através do Ministério da Saúde, referente ao Programa Academia de Saúde. A construção que teve início no mês de agosto de 2013, com previsão para o término em junho de 2014, ao custo total de R$ 177.896,16, segundo os moradores do bairro, está abandonada há mais de um ano.
“Esta obra iniciou no primeiro ano do mandato do prefeito Alexandre Von, ele já está no último ano de gestão e não conseguiu colocar para funcionar este espaço tão aguardado pela população. Alias, fez mais, conseguiu disponibilizar para os marginais e meliantes um espaço que acontece de tudo, desde esconderijo para assaltantes, passando por motel, chegando a banheiro público. Isso é uma vergonha. A gente a noite não pode nem mais passar próximo a essa construção, pois o perigo é constante”, desabafa um morador do bairro.
A obra que o município de Santarém foi contemplado é da modalidade ampliada, a mais completa disponibilizada pelo Programa. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o montante repassado para subsidiar essa modalidade é de R$ 180.000,00. Concluída a obra, deveria disponibilizar para a população: espaço de vivência com estrutura de apoio; espaço com equipamentos; e espaço multiuso, e ainda profissionais especializados para o atendimento ao público.
Na placa da obra, não consta o nome da empresa que executou os serviços, ou pelo menos um texto que se refira à construção direta. Outra informação que chamou atenção da nossa equipe de reportagem foi a questão dos valores financeiros repassados para o Município, no sentido de subsidiar a construção da Academia da Saúde. De acordo com o Portal da Transparência do governo Federal, no ano de 2014 foram pelos menos três repasses, sendo dois no mês de dezembro, no valor de R$ 108.000,00 cada, e um repasse em janeiro, no valor de R$ 36.000,00. Somados esses valores chegam a um total de R$ 252.000,00.
Mesmo com repasses atrasados, o Ministério da Saúde disponibilizou recursos para conclusão da obra, que infelizmente tornou-se mais um elefante branco dentre muitos espalhados pela cidade.
ACADEMIA DA SAÚDE: O Programa Academia da Saúde foi lançado pelo Ministério da Saúde (MS) em 2011 como estratégia de promoção da saúde e produção do cuidado para os municípios brasileiros. Seu objetivo é promover práticas corporais e atividades físicas, promoção da alimentação saudável, educação em saúde, entre outros, além de contribuir para produção do cuidado e de modos de vida saudáveis e sustentáveis da população. Para tanto, o Programa promove a implantação de polos da Academia da Saúde, que são espaços públicos dotados de infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados, para fomentar ações de prevenção e controle das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), apontando a atividade física e as práticas corporais como as principais ações de intervenção sobre os fatores de risco destas doenças.
Além disso, um aspecto importante que contribui para a consecução dos objetivos propostos é que não se trata de um serviço isolado. O Programa faz parte da estrutura organizacional das Redes de Atenção à Saúde (RAS), como componente da Atenção Básica e, por isso, funciona também como porta de entrada no SUS.
NEGLIGÊNCIA NO PSM PODE TER OCOSIONADO MORTE DE RECÉM-NASCIDO: O morador da Comunidade de Tabocal, localizada na Rodovia BR 163, região do planalto santareno, Raimundo Nonato de Jesus, de 29 anos, procurou na sexta-feira, 08, a 16ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Santarém, para registrar Boletim de Ocorrência para que a Polícia investigue os motivos pelo qual sua filha recém-nascida veio a óbito no Pronto Socorro Municipal (PSM) poucas horas após o parto.
Para o pai da criança, o principal motivo teria sido o período demasiadamente prolongado para realização da cirurgia cesariana.
“Minha esposa estava grávida, e desde pré-natal, as pessoas que a atendiam diziam que era uma gravidez de risco. Determinaram que deveria ser uma cirurgia cesariana. Quando foi no dia 25 de dezembro, fez nove meses, aí a gente veio dia 24 de dezembro para o Pronto Socorro Municipal, porque ela sentiu os sintomas para ter a criança. Ela permaneceu por 8 dias internada, porém, deram alta para ela. Quando foi terça-feira, 5, chegamos lá, mesmo ela com dor, eles ficaram empurrando para um e para outro. Teve um médico que disse três vezes que não iria fazer a cirurgia. A cirurgia estava marcada para quarta-feira, 6, só que não foi feita. Passou para outro médico, quando foi na quinta-feira, 7, é que fizeram a cirurgia cesariana. Antes disso, um médico disse que não iria fazer a cirurgia porque não tinha lápis. A criança nasceu, deve ter defecado dentro da mãe por causa de ter passado da hora do parto e deve ter ingerido fezes, o que ocasionou problema respiratório. Quando na sexta-feira, 8, por volta das 5h30m, a pessoa que estava acompanhando minha esposa me ligou dizendo que a criança tinha falecido. E com certeza foi por causa desta situação”, disse revoltado o senhor Raimundo Nonato.
De acordo com o denunciante, a esposa dele encontra-se em estado de choque, e permaneceu internada por alguns dias. O casal lutará para descobrir a verdade sobre os motivos da morte de sua filha. “Se os médicos acham que eles não são culpados disso, então, que apontem alguém que mande neles. Isso tem alguém que comanda. Se aconteceu esse problema, deve ser por culpa de alguém”, clamou por justiça Raimundo Nonato de Jesus.
Por: Edmundo Baía Junior
Fonte: RG 15/O Impacto