Projeto internacional de peixes-boi coleta genes da espécie em Santarém

Projeto internacional de peixes-bois
Projeto internacional de peixes-bois

O Parque Zoobotânico das Faculdades Integradas do Tapajós (FIT/UNAMA) recebe o biólogo Leonardo dos Santos Sena, nesta terça (16) e quarta-feira (17). O profissional é professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) e coordenador do grupo de estudos Biologia e Conservação de Mamíferos Aquáticos da Amazônia (BioMA). A visita à Santarém é uma parceria da UFPA com o Projeto Peixe-Boi do ZooFIT.
O objetivo da vinda é coletar amostras de sangue deste mamífero de água doce da região amazônica, para extração de DNA, RNA e citogenética. Segundo ele, o trabalho “tem como objetivo comparar genes relacionados ao sistema imune nas duas espécies de peixe-boi que ocorrem nas Américas. A nossa cooperação com o ZooFIT é justamente amostrar os peixes-boi amazônicos em Santarém. Enquanto a gente faz a comparação dos peixes-boi marinho em Pernambuco, no Centro de Mamíferos Aquáticos [CMA, em Itamaracá], além dos peixes-boi marinhos da Flórida”.
O projeto “Imunogenética de peixe-boi marinho e amazônico” foi aprovado pela Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES), em cooperação com a Texas A&M University. A coordenação do trabalho no Brasil da doutora Maria Paula Cruz Schneider e, nos Estados Unidos da América, do doutor Michael Criscitiello.
Evolução da espécie
Segundo o pesquisador, os ancestrais dos mamíferos aquáticos surgiram no habitat terrestre, porém, isto mudou devido a questões ambientais e, principalmente, à disponibilidade de nichos ecológicos após o período da extinção dos dinossauros. Alguns grupos de mamíferos foram ao ambiente marinho independentemente, dentre eles notavelmente os cetáceos (golfinhos e baleias) e os sirênios (peixes-boi e dugongos).
Uma das questões iniciais do projeto é descobrir o que aconteceu com o sistema imune desses animais na transição do ambiente terrestre para o ambiente aquático. Dentre o fio condutor do objeto de estudo, estão as perguntas: “Esses animais encontraram mais patógenos [causadores de doenças] no ambiente marinho ou no dia água doce?” e “Como o sistema imunológico deles evoluiu para se adaptar a esse novo ambiente?”
O sistema imunológico, composto por moléculas e células que fazem a defesa, sofre modificações ao longo do tempo. E, por isso, podem-se estudar genes que supostamente estiveram sob maior pressão de seleção. “Temos uma perspectiva mais ampla: mamíferos terrestres em comparação com os aquáticos. E também a gente pode ter uma comparação mais específica, mais fina, entre os ambientes aquáticos de água doce [da FIT/UNAMA] e salgada [porque também os ambientes são diferentes]”, ressalta Sena.
Fonte: RG 15/O Impacto e Lana Mota

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