MILTON CORRÊA
O que come? Onde vive? Conheça os hábitos do Aedes aegypti
Do UOL, em São Paulo
A dengue, a chinkungunya e o vírus da zika vírus são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. Os vírus ficam alojados na saliva do mosquito e são transmitidos quando a fêmea suga o sangue na hora da picada.
Resistente a alguns inseticidas, a espécie vem adquirindo a habilidade de se reproduzir em volumes cada vez menores de água. Os insetos, que antes só picavam durante o dia, passaram a atacar também à noite, bastando apenas alguma luz artificial a revelar o caminho até a vítima.
Além de se reproduzir em água parada você conhece outros hábitos do Aedes?
É a fêmea quem pica
Ao picar uma pessoa infectada com o vírus, a fêmea do mosquito passa por um período de incubação e, após oito a dez dias, já está apta a transmitir a doença à próxima pessoa que for picada.
É um mosquito pequeno
O Aedes aegypti é menor que os mosquitos comuns, mede menos de um centímetro e pode ser identificado pela cabeça, corpo e patas pretas com listras brancas. Na parte dorsal do corpo, traz uma mancha prateada com desenho semelhante a uma lira ou um violão.
Ele se reproduz rapidamente
O desenvolvimento do embrião do mosquito leva cerca de 48 horas e, a partir de então, o ovo torna-se extremamente resistente. Ele pode sobreviver a até um ano sem umidade, eclodindo ao primeiro contato com a água. O ciclo de transformação até a fase adulta acontece em cerca de 10 dias em temperaturas próximas a 30 graus. Em períodos mais frios, o ciclo pode durar três ou quatro vezes mais.
Qual o horário do dia é mais propício a picadas?
O mosquito costuma picar durante o dia e no fim da tarde. A noite, os mosquitos não costumam sair para voar e ficam abrigados entre plantas e nos entulhos. Mas isso não impede que, eventualmente, saiam e piquem alguém.
Qualquer água parada serve
O mosquito gosta de qualquer tipo de água, suja ou limpa, desde que ela esteja parada e nas condições ideais de temperatura e luminosidade. Por isso, ele pode se proliferar tanto em piscinas (dependendo da quantidade de cloro) e caixas d’água, quanto em pneus velhos e sacos de lixo.
Qualquer parte do corpo
Picadas podem acontecer em qualquer parte exposta do corpo, apesar de ocorrerem com mais frequência nas pernas e, principalmente, nos pés. Essas regiões possuem ácidos que geram um cheiro bem característico e que tende a atrair mais o mosquito. O cuidado, no entanto, deve ser com todo o corpo, pois o mosquito também pode acabar picando outras regiões.
Repelente resolve?
O repelente industrial ainda é o mais indicado contra o mosquito, mas nem ele é 100% eficaz. O produto deve ser utilizado ao lado de outras medidas preventivas, como roupas longas, uso de mosquiteiro e telas
Vida curta, estrago grande
O Aedes aegypti vive cerca de 45 dias e costuma ter autonomia de voo de 100 metros. Em torno de 72 horas após a primeira alimentação, já coloca seus primeiros ovos, que podem contabilizar mais de 300 ao longo da vida.
Casos de dengue sobem 48% em janeiro em todo o país
Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil
De 3 a 23 de janeiro deste ano foram registrados 73.872 casos prováveis de dengue em todo o Brasil. No mesmo período do ano passado, o número de casos prováveis foi 49.857. Os números, divulgados hoje (12) pelo Ministério da Saúde, mostram um avanço de 48% nas infecções por dengue no país.
De acordo com o boletim epidemiológico, o Sudeste registrou o maior número de casos notificados (45.315 casos; 61,3% do total), seguido pelas regiões Centro-Oeste (10.372 casos; 14%), Nordeste (7.862 casos; 10,6%), Sul (6.889 casos; 9,3%) e Norte (3.434 casos; 4,6%). Ao todo, 5.777 casos suspeitos de dengue foram descartados.
A análise da incidência de casos prováveis de dengue (número de casos por cada 100 mil habitantes.), segundo regiões geográficas, demonstra que o Centro-Oeste e o Sudeste apresentam as maiores incidências: 67,2 casos/100 mil hab e 52,8 casos/100 mil hab, respectivamente, mantendo a tendência identificada em 2015.
Entre os estados, as maiores incidências de casos prováveis estão em Mato Grosso do Sul (114,8 casos/100 mil hab), Tocantins (103 casos/100 mil hab), Espírito Santo (93,5 casos/100 mil hab) e Minas Gerais (93,3 casos/100 mil hab).
Já os municípios com as maiores incidências acumuladas de dengue são Rancho Alegre (PR), com 3.609 casos/100 mil hab.; Ubá (MG), com 608 casos/100 mil hab.; Ribeirão Preto (SP), com 338,9 casos/100 mil hab; e Belo Horizonte (MG), com 193,7 casos/100 mil hab.
Durante as primeiras semanas de 2016, também foram confirmados nove casos de dengue grave e 137 casos de dengue ‘com sinais de alarme’ que, conforme classificação do Ministério da Saúde são casos que exigem mais atenção e cuidados, pois podem evoluir para um quadro grave. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 80 casos de dengue grave e 542 casos de dengue com sinais de alarme.
A região com maior número de registros de casos de dengue grave ou com sinais de alarme é o Centro-Oeste (dois graves; 78 com sinais de alarme), com a seguinte distribuição: Goiás (um grave; 58 com sinais de alarme), Distrito Federal (15 com sinais de alarme), Mato Grosso (cinco com sinais de alarme) e Mato Grosso do Sul (um grave).
O boletim aponta ainda a confirmação de quatro óbitos por dengue, o que representa uma redução de 92% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram confirmados 50 óbitos.
Entretanto, existem 45 casos de dengue grave ou com sinais de alarme e 18 óbitos em investigação que, segundo o ministério, podem ser confirmados ou descartados nas próximas semanas.