DA SEMANA SANTA AO FERIADÃO

SIM, foi no que se transformou a Semana Santa, uma das mais significativas festas dos cristãos católicos, É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos, que começa com o Domingo de Ramos.

Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.

A Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira de lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.

Na Igreja Católica, este dia pertence ao Tríduo Pascal, o mais importante período do ano litúrgico. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, pelo que é o único dia em que não se celebra, em absoluto, a Eucaristia.

Outrora, as famílias se preparavam para passar a Semana Santa. Compravam tudo com antecedência. O peixe, o pão, o café e os demais mantimentos. Não se fazia nada, a partir da terça feira, nem mesmo bater o tempero, no pilhãozinho, (naquela época, na minha infância, não havia essas facilidades de vendas de temperos moídos em embalagens). Havia o toque de matraca nas ruas (eu e meu irmão Luiz saíamos fazendo esse exercício nas ruas de Santarém, meio dia em diante), o Sermão das três horas da Agonia, (hoje o Sermão das Sete Palavras), procissão do senhor morto, a adoração de hora a hora, sempre a cada hora, os alunos de uma escola da cidade. A via sacra, o lava pés até se chegar ao Domingo da Páscoa. A Ressureição em Cristo. E as travessuras das crianças eram “acertadas” no sábado da aleluia.

Mas a pensar que tudo começou com um beijo. A traição, por Judas por trinta moedas de prata. A entrega de Jesus aos seus algozes, a prisão, o sofrimento e a morte de Jesus, Judas era um interesseiro, ambicioso e ladrão infiltrado no meio dos apóstolos selecionados por Jesus. (Judas reclamou para Jesus porque Maria Madalena lavou os pés de Jesus com óleo caro, durante o almoço na casa de Lázaro, no sábado antes do domingo de Ramos).

Nos dias tumultuados da nossa República estamos a viver o beijo de Judas pelos nossos “ditos”, lamentavelmente, representantes. Só que as trinta moedas de prata se multiplicaram e chegaram a bilhões de dólares. Enganaram e traíram a população, os seus eleitores causando milhares de mortes, provocadas por falta de atendimento médico, ambulatorial, de medicamentos necessários às doenças. Morte por abandono nos chamados, programas sociais, os desvios dos dinheiros da previdência, da saúde, da educação, da merenda escolar, das licitações viciadas, das propinas.

Estes são os novos Judas. Estes são os modernos beijos da traição e da entrega do povo para os seus algozes. O povo será condenado por novos Caifás e os novos Sinédrios sentencia-los a morte, por novos. Pôncio Pilatos, que lavou as mãos, ou seja, se omitiu. Ele, então, se decidiu por chicoteá-lo e soltá-lo, mas os sacerdotes incitaram a multidão a pedir que Barrabás, que havia sido preso por assassinato durante uma revolta, fosse solto no lugar de Jesus. Quando Pilatos perguntou, então, o que deveria fazer com Jesus, a resposta foi: «Crucifica no monte da Caveira, ou calvário em latim). Lá foi crucificado entre dois ladrões”. E hoje seria crucificado entre milhões de bandidos.

O comércio modificou a Semana Santa, trabalhou, massificou o romeiro deixando os recitais, as encenações teatrais, dando lugar ao chocolate, o coelhinho (símbolo da fertilidade), o ovo e o simples desjejum, tornando um dia do jejum em dia de “comilança. Pratos sofisticados, peixe importado.

Além de pegar o chamado feriadão e os chamados cidadãos cristãos, foram deixando de cumprir os seus compromissos religiosos e passaram a incluir um passeio no final de semana prolongado, uma cidade turística, uma praia ou uma chácara e uma fazenda.

Finalizando, os dois ladrões e o povo Judeu foi perdoado por Jesus. “Pai perdoai-os porque eles não sabem o que fazem”. Mas no caso dos nossos novos Judas. Eles sabem muito bem o que fazem.

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Nesta Sexta Feira, NÃO haverá baile de Saudade no Fluminense e a diretoria aproveita para convidá-los para a próxima Sexta Feira, a partir das 10:30 horas da noite. UMA BOA PÁSCOA PARA TODOS.

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