Líderes europeus se negam a negociar saída britânica sem pedido formal
Em um encontro para discutir a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), líderes europeus afirmaram que não haverá diálogos formais ou informais com o governo britânico até que o pedido de saída do bloco seja formalizado pela ativação do Artigo 50. A declaração veio em um pronunciamento conjunto da chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
— Estamos de acordo sobre isso, não haverá discussões formais ou informais sobre a saída do Reino Unido da UE enquanto não houver pedido de saída da UE ao Conselho Europeu — declarou Merkel em Berlim.
No entanto, os políticos também pediram que o processo do Brexit seja conduzido sem demora.
— Nós não devemos perder tempo para negociar de forma apropriada a questão da saída do Reino Unido e para providenciar um novo ímpeto para a UE — disse Hollande.
Os três países também querem propor aos outros membros do bloco um novo impulso ao projeto europeu em vários âmbitos, segundo Merkel:
— Vamos apresentar uma proposta a nossos colegas para dar um novo impulso ao projeto europeu em diferentes âmbitos nos próximos meses.
Mais cedo, o premier britânico, David Cameron, avisou que deixará a missão de iniciar formalmente os dois anos de procedimentos para a retirada do bloco ao seu sucessor, cujo nome ainda não é conhecido e assumirá no cargo em outubro.
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro anunciou a criação de uma unidade especial no governo britânico para implementar o Brexit. O seu porta-voz esclareceu ainda que a realização de um segundo referendo “não está nem remotamente em jogo”.
Após a derrota da sua campanha pela permanência britânica no bloco europeu, Cameron renunciou ao cargo na sexta-feira. O nome do seu sucessor deverá ser conhecido até 02 de setembro.
Dois deputados conservadores aparecem como possíveis sucessores. O primeiro é Boris Johnson, ex-prefeito de Londres que liderou a campanha contra a UE. A segunda é Theresa May, ministra de Interior ligada a Cameron, que poderá se beneficiar da vontade de revanche contra Johnson de parte do seu partido.
Fonte: O Globo