Ministro russo é impedido de vir ao Rio durante a Olimpíada

Nome do ministro é apontado em relatório da Agência Antidopin
Nome do ministro é apontado em relatório da Agência Antidoping

O Comitê Olímpico Internacional (COI) proibiu nesta terça-feira o ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko, de estar presente em agosto na Olimpíada do Rio. O órgão anunciou que “nenhuma credencial será dada a oficiais do ministério e a toda pessoa que tiver sido citada no relatório McLaren”.

Encarregado pela Agência Mundial Antidoping (Wada), o jurista canadense Richard McLaren apontou Mutko e seu adjunto Yury Nagornykh como cabeças do esquema de doping estatal instaurado pela Rússia desde 2011, em 30 esportes do país, além do atletismo. Nagornykh já havia sido suspenso na segunda-feira.

Mutko já havia declarado que estava pronto para cancelar sua viagem ao Rio, se fosse preciso.

– Para mim, o mais importante é que a nossa equipe viaje para os Jogos Olímpicos – disse Mutko.

Esta foi uma das medidas anunciadas nesta terça-feira pelo COI, que adiou para o fim de semana uma decisão final sobre a participação da Rússia na Olimpíada.

A Wada pediu o banimento da Rússia da Rio-2016, mas a comissão de investigação do COI quer analisar uma série de aspectos antes de tomar a decisão final. Entre eles, a legalidade de suspender completamente a participação olímpica de todo um país e que tratamento eles devem dar aos atletas considerados “limpos”.

“Iremos explorar as opções legais no que diz respeito a uma proibição coletiva de todos os atletas russos para os Jogos Olímpicos de 2016 em relação ao direito à justiça individual. A esse respeito, o COI levará em conta a decisão do CAS (A Corte Arbitral do Esporte) de 21 de julho de 2016, relativa às regras da IAAF (Federação Internacional de Atletismo), bem como o Código Mundial Antidoping e a Carta Olímpica”, informou o COI, em um comunicado.

Para o presidente da entidade, Thomas Bach, os dados do relatório independente da Wada são chocantes.

– O relatório mostra um chocante e sem precedentes ataque à integridade do esporte e aos Jogos Olímpicos. O COI não vai hesitar em tomar as mais duras sanções contra qualquer indivíduo ou organização implicada – disse Bach.

OUTRAS MEDIDAS

Além da proibição de Mutko de visitar as arenas nos Jogos Olímpicos, o COI também negará credenciais olímpicas para as pessoas ligadas ao escândalo de doping na Rússia. O comitê afirmou ainda que não vai chancelar os Jogos Europeus de 2019, que acontecerão na Rússia.

A entidade também pediu que fossem apuradas as possíveis manipulações de amostras durante os Jogos de Inverno de Sochi, em 2014, e seus respectivos treinadores, funcionários e pessoal de apoio, que todas as federações internacionais cancelem seus eventos na Rússia, como Campeonatos Mundiais, Copas do Mundo ou outras grandes competições internacionais soba sua responsabilidade e procurem outras alternativas, além de pedir a todas as organizadoras de competições que façam uma investigação e, em caso de violações do Código Mundial Antidoping, apliquem sanções contra a Federação Russa. As medidas são válidas até 31 de dezembro de 2016.

Mais cedo, a Rússia havia anunciado a suspensão de quatro dirigentes, entre eles a conselheira antidoping do ministério do Esporte do país, Natalia Zhelanova, e Irina Rodionova, vice-chefe do Centro de Preparação Esportiva da Rússia, numa aparente estratégia de entregar algumas cabeças para tentar manter o país na Olimpíada.

De acordo com o relatório da Wada, Zhelanova e Rodionova trabalharam em conjunto com o vice-ministro de Esporte da Rússia, Yury Nagornykh, no esquema de doping encoberto pelo governo do país. Nagornykh foi suspenso na segunda-feira.

Fonte: O Globo

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