Brasil está preparado para alta de juros nos EUA, diz Meirelles
A iminência de um aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve, o banco central americano, já não assusta o Brasil. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garantiu que o país está preparado para a redução de liquidez nos mercados que a medida americana poderia provocar. Segundo ele, o reaquecimento que se esboça para a economia brasileira deve mais do que compensar os eventuais efeitos negativos provocados pelo Fed.
— Aliás, eu acho que está na hora de subida de juro americana. Não será no próximo mês, em novembro ou dezembro. Eu acho que liquidez excessiva por período excessivamente prolongado a levar a bolha de ativos e problemas que podem levar a ajustes no futuro – disse Meirelles após encontro com o secretário de Tesouro americano, Jack Lew.
Durante o encontro, Meirelles apresentou ao americano as perspectivas para a economia brasileira e as medidas que estão sendo adotadas pelo governo para estimular a recuperação do Produo Interno Bruto (PIB). A mensagem deve ser repetida outras vezes em encontros bilaterais que terá com seus contrapartes à margem da cúpulado G20 e durante a cúpula das 20 nações mais ricas do mundo. Segundo ele, o secretário americano se disse confiante na recuperação e impressionado com a velocidade da retomada da confiança no Brasil.
Para o ministro brasileiro, a alta dos juros americanos já estava anunciada e, portanto, é esperada pelos mercados há algum tempo. Segundo ele, existe uma ampla liquidez internacional e, por isso, certa contração dessa liquidez parece modesta em relação ao cenário atual.
— A subida do juro americana é muito fortemente contrabalançada pela melhora da situação do Brasil, com a melhora do risco país, a melhora do ambiente, da perspectiva da economia brasileira. Então, Não devemos olhar apenas o fator internacional.
Meirelles disse que é tranquilizador que BC americano não queira correr riscos excessivos, nem está com pressa. A alta dos juros nos Estados Unidos tende a deslocar recursos de investidores para a economia americana, atrás de aplicações seguras. Segundo o ministro, a reunião com o americano não tratou de juros, mas adiantou que Lew expressou grau de tranquilidade muito grande com a manutenção de crescimento americano e com nível de quilibrio da economia americana. Para especialistas, este é um sinal de que as taxas podem, de fato, subir em breve.
Fonte: O Globo