Eu Voltei

Após alguns dias ausentes, visitando alguns parentes no Nordeste brasileiro, em um reunião familiar, maravilhosa e mais uns dias de repouso para repor as energias estou de volta. Pensavam que estavam livres de mim?. Voltei! E conto logo a primeira.
Talvez já tenha ocorrido a você, caro leitor. Na minha partida daqui, tomei conhecimento de mais uma agressão à nossa cultura. Perguntaram-me no balcão da companhia aérea, se levava no isopor das coisas daqui, o piracuí?
Respondi-lhes, de pronto, que talvez esta tenha sido a primeira vez que não o levava. Porque todas às vezes que viajo levo comigo um ou dois quilos. Informaram-me, então, que não podia mais levar porque o Piracuí foi descoberto, recentemente, ser altamente inflamável e de combustão. Portanto, estava proibida a sua presença a bordo das aeronaves de todas as companhias aéreas.
Égua, essa não é nova. É Novíssima. Conta outra! Fiquei surpreso e logo falei cá com meus botões. Isso é uma “mentirinha” para esconder a verdade sobre o piracuí.
Ora, não deu outra! Lembrei-me de que a nível de Município existe o SELO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL PARA PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL E VEGETAL, para poderem sair das nossas fronteiras, sem problema. E em Santarém não tem para os seus produtos, principalmente, os regionais, como doces e comidas típicas.
Aí me lembrei, também, dos tempos em que estive no departamento jurídico da Câmara Municipal de Santarém, onde a vereadora Ivete Bastos (PT), nos seus quase quatro anos de mandato usou da tribuna por diversas vezes, para fazer pronunciamento na defesa desse certificado e nem uma atitude foi tomada pelo Governo Municipal, até hoje. Este mesmo governo que está dando os seus últimos suspiros, espero! E fica o Município, como disse acima, impedido de vender para fora de suas fronteiras os produtos de origem animal e vegetal produzidos aqui. O que não acontece com outras regiões mais desenvolvidas, cujos governantes tem mais atenção para a regularização da exportação interna ou externas de seus produtos.
Daí o verdadeiro motivo de se embarcar o piracuí. E não o de dizer que o piracuí é inflamável.  Tem um alto poder de combustão. Será que já o testaram no Instituto Nuclear Brasileiro, mas cadê a prova? Ou será que o Piracuí é mais poderoso que o Puraquê o nosso peixe elétrico daqui da Amazônia? Será que não são as escamas do Acari que são boas para artear fogo?
Se assim continuar vamos perder mais uma da nossa cultura gastronômica. Como já perdemos, por causa das leis ambientais. Já perdemos, o picadinho de tartaruga, o paxicá,…“paxicá delicioso com pimenta até bastar”… diz a canção. O sarapatel com miúdos da tartaruga. Já não comemos os bolinhos feitos com ovos de tracajá. E pensei, como vamos matar a saudade dos nossos conterrâneos que esperam receber, nas nossas visitas a eles, um pouquinho de piracuí, para fazer a farofa, ou ainda, o nosso tradicional bolinho de piracuí.
Daí, lembrei-me de que assim poderá acontecer com as frutas que exportamos e a farinha de tapioca, principalmente, na comunidade de Boa Esperança e das demais comunidades que vendem farinha, frutas e outros produtos para Macapá e Manaus, principalmente. E reclamar para quem!?
Espero que não haja omissão das nossas autoridades, representantes do povo, e, até mesmo da Associação Empresarial e Comercial de Santarém, como houve, com relação aos voos para cá! As companhias aéreas reduziram e ficou por isso mesmo. Causando muitos problemas, como, por exemplo, para quem ainda é acostumado a leitura do jornal impresso, como eu, está tendo dificuldade porque os jornais diários da capital só chegam no dia seguinte. Aí recordei-me do tempo que o meu saudoso pai Élvio Fonseca era o representante do JORNAL DO DIA, antecessor de O LIBERAL. Só que o avião que vinha da capital chegava em Santarém no final da tarde. Eu ia vender jornal no outro dia e Gritava: Olha Jornal do Dia. E alguns fregueses como o saudoso André Teixeira, dizia-me: menino esse jornal do dia é de hoje, mesmo? Dizia-lhe: é de ontem, mas as notícias estão fresquinhas….. E assim estamos regredindo. Precisamos de mais vôos para cá, vejam o problema que está ocorrendo agora, no Sairé. ///////////////// Neste final de semana é o do SAIRÉ, festa profana e religiosa. Mais intensa, e festejada na região Oeste do Pará. Principalmente, na vila balneária de Alter do Chão, a trinta e poucos quilômetros da sede do Município. Espero que este ano tenham, pelo menos, dado o mínimo de infra estrutura para a Vila, e que corrijam as falhas dos anos anteriores, pois, vem uma grande quantidade de turistas para esta festa que é conhecida internacionalmente. A mentalidade dos que a dirigem deve também se expandir, se abrir para o universo e pelo menos procurar tratar bem o turista, e não abusar da ambição de aumentar os preços em demasia, o que é compreensível acontecer, porque o Procon, coitado de nós! Este não existe na vila nesta época do Sairé. /////////////Em razão do Sairé, hoje não tem a Sexta da Saudade, no Fluminense. Só na próxima semana. ///////////// Talvez agora. Com a quarta ou mais, terceirizada contratada pela empresa de engenharia titular da obra, junto à  prefeitura de Santarém para concluir a parte do meio fio e calçada da Turiano Meira, aqui na Cohab, falta só um quarteirão, justamente, onde eu moro. Será que é intencional?////

Um comentário em “Eu Voltei

  • 20 de setembro de 2016 em 15:20
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    Quando leio Sairé (com S), e não Çairé, sinto a alma lavada, pois jamais aceitarei a invencionice que alguns tentam impor. Sairé se escreve com S.
    Eduardo, você está coberto de razão, quando descreve o real motivo sobre o piracuí ser “inflamável”.
    E eu, aqui, distante, não mais saborearei o nosso bolinho?

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