CALA BOCA JÁ MORREU
Estamos em um momento em que as informações se espalham em uma velocidade incontrolável pela internet, nas redes sociais e mídias de comunicação. E cada vez mais as pessoas utilizam seus perfis sociais para opinarem a respeito das mais diversas notícias a que têm acesso no decorrer do dia. Utilizamos do nosso direito a liberdade de expressão para questionar, instigar linhas de pensamento e influenciar mais pessoas com as quais temos ligações em comum.
Nessa demanda imensurável de troca de opiniões, por vezes as pessoas acabam utilizando desse meio para prejudicar outrem, seja com ataques racistas, homofóbicos, machistas, sexistas, religiosos, dentre tantas outras formas que as pessoas encontram para atacar às outras sem nenhuma fundamentação coerente. Como dizia a letra da música de Gabriel, O pensador “Democracia, que democracia é essa? O seu direito acaba onde o meu começa, mas onde é que o meu começa?”. Eis a questão.
Da mesma forma como existem os maus influenciadores digitais, existem aquelas pessoas que usam do seu poder de opinião como forma de questionamento, reivindicação de esclarecimentos a respeito de atos que interferem na vida de uma sociedade em geral. Como é o caso da atriz Mônica Iozzi que recentemente utilizou suas redes sociais para levantar um questionamento a respeito de uma decisão a favor de um homem acusado de inúmeros crimes.
Ministro Gilmar Mendes do STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu Habeas Corpus ao médico Roger Abdelmassih, acusado de cometer dezenas de estupros contra suas próprias pacientes. Mônica apenas questionou tal decisão e foi condenada a pagar 30.000 reais ao ministro. Ora, como diria a página do Bocão “perguntar não ofende, Excelência”, ou será que ofende?
Não podemos permitir que casos como esses nos amedrontem e nos calem a boca, como diria a também Ministra do STF Carmem Lúcia “Cala boca já morreu, quem disse foi a Constituição”. De fato, não nos deixemos calar por medo de retaliações. Temos o direito de nos expressar livremente, seja de forma oral ou escrita, e usemos esse direito como forma de manifestação do nosso pensamento a fim de não deixar que outros falem por nós. A tentativa de intimidação e censura do direito de expressão não será aceita por aqueles que têm convicção de suas opiniões. Continuaremos a expor tudo aquilo que for conveniente para o exercício de nossos direitos.
Monica Iozzi não levantou questionamento algum, ela acusou e difamou o ministro e por isso foi condenada. O ministro cumpriu a lei, o correto de todos antes de prejulgarem os juízes, desembargadores, etc é reclamar junto aos deputados e senadores pois estes é que legislam.