Eduardo Fonseca Ed. 1148
A VOLTA DA FEBRE AMARELA
Quem está na minha idade, lembra, que quando criança, como era angustiante, quando aqueles homens trajando roupa de caqui, com um cilindro metálico na costa, colocavam a bandeira amarela na cerca (poucas casas tinham muro, naquela época). Era um ai meu Deus! Sobrou para nós!.
Eram os homens da Malária – SUCAM, a bandeira era sinal que sua casa seria borrifada com o DDT. Enquanto eles preparavam a mistura com água do morador, que às vezes, como hoje, era pouca, e, geralmente traziam do Rio Tapajós, e os homens da malária, usavam-na. Aí começava a faxina. Empurra os móveis todos para o centro da casa, retira os quadros das paredes, virava as cadeiras de pernas pra cima. E os homens começavam a sua missão de borrifar a tudo, de dentro da casa, inclusive portas, janelas, casinhas, no quintal, onde tinha banheiro, “sintina” e “retrete”, galinheiros, árvores, etc.. tudo o que vissem era borrifado com DDT, principalmente, a casa, por dentro e por fora, quer fosse de a alvenaria (poucas), de madeira – a maioria – de barro e havia muitas de palhas.
Ao final é que vinha a triste convocação. Ia se lavar a casa, geralmente, assoalho, como na casa da minha AVÓ JOANA na Mendonça Furtado, com a Silvino Pinto; minha AVÓ SANTINA na Av. Galdino Veloso, por detrás da igreja do São Raimundo, e quando era a vez da nossa casa, também, a nossa turma de quatro irmãos, é que ia lavar as casas das avós e a nossa para tirar o DDT que respingava no assoalho.
Terminada a lavagem e a passagem do pano para enxugar, começava a arrumar todos os móveis e colocar os quadros no lugar e etc…nada, nada passava, era um dia de trabalho que era provocado em cada casa, quer fosse do centro, do médio bairro ou da periferia de Santarém. Não tinha desculpa, nem “escapadela”. Todas eram “borrifadas” contra a febre amarela, inclusive, conta meu compadre UBIRACI que foi um desses “homens da malária”, no interior, quer na zona rural e zona ribeirinha era o mesmo procedimento.
Até mesmo na zona de garimpo do Tapajós, para lá iam muitos homens sem nenhuma prevenção e de lá é que vinham os doentes que eram atendidos no SESP (que foi criado para atender os soldados da borracha), e depois passaram também a procurar as clínicas que foram surgindo em quantidade em Santarém para cuidar, exclusivamente de garimpeiros e, em especial da Malária, que era doença da Amazônia.
Ora. depois a SUCAM, na reforma do governo COLLOR, passou tudo para a Fundação Nacional da Saúde. O uso do DDT foi proibido. E aí é o que se vê hoje. São campanhas e mais campanhas contra os mosquitos. Surgiram vários e diversos nomes de mosquitos e de febres, que não se via no tempo do almanaque do Biotônico Fontoura, nem na história do Jeca Tatu.
E agora se vê a morte (prefere-se óbito) de pessoas moradoras na zona urbana das cidades. Deixou de ser uma doença da floresta, ou das regiões inóspitas do interior do Brasil. Não sei o que provocou tudo isso, além dos cuidados pessoais dos moradores. A volta desse tipo de serviço não seria mais eficiente?
Perguntar não prejudica: Quando irão retirar o lixo que está em cima da grama da Praça das Flores? Para os leigos, sabe-se que o lixo ali acumulado há mais de quatro semanas, “mata a grama”, que é o que está acontecendo. Cadê o pessoal que é responsável pela Praça? O Prefeito nomeia secretários e “aspones” para serem os olhos e os outros braços do Prefeito. Prefeito não pode fazer isso. Isso é papel dos secretários e seus assessores. Mostrem as suas caras! /////// Começou o serviço de meio-fio da Muiraquitã (parece amaldiçoada essa rua, nunca fizeram nada completo nela). Espero que a empresa que está trabalhando lá, venha concluir o que ficou por fazer, pelo governo passado aqui na Trav. Turiano Meira, na Cohab. Já estamos em junho! /////// Perdemos o senhor HENRIQUE FAÇANHA, torcedor do Fluminense. Pai do Delegado Henrique Boa Morte e do Gráfico Paulo e tio da minha colega Advogada Dra. Jacirene Façanha. Eu tenho uma lembrança de infância do seu Henrique. Quando procurava organizar a fila da molecada, no Posto Progresso, para cada um comprar querosene, que era o combustível, para acender as lamparinas, petromax, candeeiro, aladim, numa época que Santarém não possuía luz elétrica, e dependíamos de querosene, até para o fogão, jacarezinho. A minha solidariedade a todos os familiares. Descanse em Paz seu Henrique. Que o Pai eterno o receba em uma de suas moradas. /////// Faleceu, aos noventa e dois anos, o seu MANOEL BIBIANO WALLACE DE AZEVEDO, conhecido popularmente como Bibito, irmão do ex-diretor do Fluminense (in memoriam) Zizito Wallace de Azevedo. O mestre Zizito. Um dos últimos descendentes dos WALLACE, confederados norte americanos que se refugiaram na Amazônia, em razão da guerra da Secessão nos estados Unidos da América. Isto faz parte da história de Santarém.! /////// Hoje tem SEXTA DA SAUDADE no Fluminense com PATRICK E BANDA, a partir das onze da noite, Imperdível. E no dia 09 o FLUMINENSE antecipa o Baile dos Namorados, com a Banda Raízes da Terra – as mesas estão sendo vendidas, pela equipe organizadora. Haverá sorteio entre os compradores de mesa.