A MÚMIA é bom?

A MÚMIA

(The Mummy)

Por: Allan Patrick

O astro Tom Cruise estrela mais esta produção que traz novamente às telonas um dos monstros mais conhecidos do público, A Múmia. A grande sacada da Universal Pictures foi ao ver o sucesso das historias com universos compartilhados, assim como faz a Marvel e como tenta a DC, no qual os filmes estão interligados através de seus personagens. Esse sistema não é novidade, no entanto, o estúdio já tenta tirar do papel há algum tempo esta proposta. E se você se pergunta, mas a Universal não possui super-heróis. Sim ela possui, mas a grande verdade, é que ela possui os direitos dos maiores monstros que o cinema já viu, muitos dos quais ajudaram não apenas a levantar o nome do estúdio em Hollywood, como também a criar o que temos hoje em relação a cinema popular.
Essas criaturas invadem as telonas desde a década de 1930, porém, foi em 2004 que a Universal os juntou na forma de um blockbuster recheado de efeitos, com Van Helsing, protagonizado por Hugh Jackman. Mesmo com um final insinuando uma sequência, o filme não teve o sucesso esperado entre aos fãs. Já em 2010, foi a vez do Lobisomem, remake fiel do longa de 1941, que igualmente, se fosse bem sucedido, poderia gerar continuação. O ano de 2014 marcaria o pontapé oficial do Dark Universe, com o maior monstro da casa, Drácula, transformado em galã nas formas de Luke Evans, com A História Nunca Contada.

Como podemos ver a Universal já tentou inúmeras vezes, mas como os brasileiros, não desiste nunca. Em A Múmia, Tom Cruise está na pele do aventureiro agente do governo Nick Morton, mas a verdadeira história, no entanto, tem início há milênios, quando no Egito antigo, a bela Ahmanet (Sofia Boutella) é a herdeira do império. Quando pronta para assumir seu cargo, ela ganha um irmão bebê e seu sonho de reinar se esvai. Rancorosa, ela entrega sua alma às trevas, sendo possuída por espíritos malignos e comete atos horrendos. Como punição, ela é mumificada. O resto você já imagina: ela é redescoberta no presente e começa a aterrorizar os protagonistas.

Existem duas formas de encarar a nova Múmia. Se você for esperando alguma coerência, desenvolvimento de personagens ou certa fidelidade ao material original, talvez você não irá gostar. Aqui não temos, por exemplo, as pragas bíblicas do Egito, como gafanhotos, mostradas na aventura de 1999, protagonizada por Brendan Fraser. Porém, se você for com o estado de espírito certo, deixando qualquer senso de realismo, e simplesmente ligar o botão da diversão em seu cérebro, ai sim, você poderá viver momentos divertidíssimos e de muita tensão com entretenimento puro. Assim como as super produções, Velozes e Furiosos e Triplo X, o novo A Múmia é uma viagem onde trata-se de uma produção de centenas de milhões de dólares (US$ 150 milhões). Dito isso, as cenas são boas e funcionam como pedaços bem confeccionados. Existe inclusive certos elementos de terror, que acredite, funcionam, sem falar nas cenas de ação espetaculares como por exemplo, a cena do avião.

O roteiro, atira para todos os lados, escrito a quatro mãos, surpreende pela assinatura de dois artistas renomados no conjunto: David Koepp e Christopher McQuarrie, Alex Kurtzman, roteirista de ‘O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro’, dirige. A Múmia é uma salada de frutas, que mistura elementos como o Dr. Henry Jekyll, e seu alter ego, Edward Hyde, interpretado por Russell Crowe, simplesmente porque quer. Utiliza como referências bem vindas, Um Lobisomem Americano em Londres (1981) e a própria Múmia (1999), com Fraser, por exemplo. A Múmia tem boa intenção e isso garante pontos a seu favor. Tem Cruise fazendo o que sabe de melhor (atuar, pular e correr), bons coadjuvantes e um roteiro não muito bom, mas que diverte com sua correria. Ah, uma coisa interessante, o filme traz pela primeira vez a antagonista como uma mulher, ameaçadora e fulminante. Sofia Boutella ganha vida e está pronta para permear nossos pesadelos… E que venham mais filmes do Dark Universe. Se puderem ser melhores, serei grato. Minha nota: 6,0!


DICAS NETFLIX

AMOR A TODA PROVA

(Crazy, Stupid, Love)

O careta Cal Weaver tem quarenta e poucos anos e uma vida perfeita, um bom emprego, uma casa legal, filhos ideais e um casamento com sua namorada do colégio. Mas quando Cal descobre que sua esposa Emily o está traindo e quer o divórcio, sua vida “perfeita” desaba rapidamente. E para piorar, faz décadas que Cal não tem um encontro amoroso e ele é justamente a definição de alguém sem charme. Steve Carrel, está excelente como o nerd; Juliane Moore, linda e perfeita como a esposa e Ryan Gosling, soberbo como o professor sedutor, são os alicerces que nos guiam para uma deliciosa equação de risos que ainda conta com participações excelentes de Kevin Bacon, Marisa Tomei e Emma Stone. Nota: 8,5!

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