Planeta dos Macacos: A Guerra – Crítica

PLANETA DOS MACACOS: A GUERRA

(War for the Planet of the Apes)

Por: Allan Patrick

A terceira parte da franquia Planeta dos Macacos revitalizou a história, principalmente em seus personagens, que trazem uma trama muito interessante e marcante para as telas. Em “A Origem”, primeiro filme da franquia, nos encontramos um Caesar jovem, inteligente, começando a falar e procurando encontrar o seu lar (depois da separação do personagem de James Franco). Na segunda parte, em “O Confronto”, vemos a sociedade primata se estabelecendo no mundo dos homens sendo assolado pelo vírus originado dos símios. Acompanhamos os macaco “Koba”, que não concorda ideologicamente com seu líder, diante disso, ele origina uma guerra entre homens e macacos, nos levando para o ápice dessa batalha no terceiro filme.


Em A Guerra, acompanhamos um Caesar envelhecido, maduro, um verdadeiro líder, porém, carregando o fantasma de Koba em sua consciência. A forma como o protagonista fica dividido entre o que ele acredita e o que seu rival pregava é bem interessante. Durante todo o filme vemos essa dúvida sendo trabalhada: ele seguirá fazendo o que acha certo ou deixará o ódio e a vingança o corromperem?
Dito isso, quem for esperando encontrar o nível de adrenalina próximo aos dois primeiros filmes, poderá se surpreender. A opção para o desfecho da saga de Caesar e seus companheiros símios é pelo drama e ponderações existencialistas. Este é também o filme mais longo da trilogia, com 2 horas e 20 minutos de projeção. Planeta dos Macacos: A Guerra é o blockbuster mais contemplativo do ano, e também um dos mais calmos.
A “GUERRA” é uma deleite para o público, no entanto, mostrando muita coragem dos realizadores ao decidirem frear o excesso de barulho e pirotecnia que se tornaram as superproduções atuais, necessitando ser cada vez maiores. Planeta dos Macacos segue a máxima de que menos é mais.


Na trama, seguimos de onde “O Confronto” de 2014 parou. Durante todo o primeiro ato é colocada apenas a vida em sociedade dos macacos liderados por Caesar, novamente interpretado pelo melhor ator que você não vê, mas respeita: Andy Serkis, esse é o cara! O senso de família e comunidade é um dos pontos altos do novo longa. Ao mesmo tempo, fantasmas do passado retornam para assombrar o protagonista e suas decisões.


O novo encontro dos símios com os humanos acontece através do personagem de Woody Harrelson, um militar inescrupuloso, que tem como única motivação, dizimar os primatas da face da Terra. O “Coronel”, como é conhecido o personagem, é o maior vilão que já vimos até agora nesta trilogia. Ao contrário dos filmes anteriores, que davam mais ênfase aos personagens humanos, esta conclusão tem apenas o antagonista como representação de nossa raça. Ah sim, e a surpresa de uma pequena menina muda abandonada na floresta (papel da graciosa Amiah Miller) e adotada por Maurice, o orangotango. Fãs do clássico de 1968 pescarão a referência.
Planeta dos Macacos: A Guerra não é um filme apenas de Caesar e seus companheiros. É também o que apresenta maior peso dramático de perda e suas consequências. Acho que o título não condiz com o filme, já que a guerra em si aconteceu em “O Confronto”, o terceiro filme trata mais do desencadeamento e de seus resultados. Assim se aproximando cada vez mais do que conhecemos de Planeta dos Macacos (1968).


A adição certeira ao elenco símio, fica por conta do alívio cômico de Bad Ape (voz de Steve Zahn), o único outro macaco falante além de Caesar. Fugido de um zoológico, Bad Ape viveu isolado numa cabana por muitos anos e se comporta como humano, usando inclusive vestimentas.
Planeta dos Macacos: A Guerra é refrescante ao fugir do esperado, entregando um filme diferente da fórmula de se fazer blockbuster atual. Matt Reeves, o diretor, é um contador de histórias acima da média, o que levanta ainda mais a expectativa pelo filme solo do Batman que o cineasta irá dirigir. As relações entre os personagens são muito bem exploradas, possuem tempo de sobra para serem desenvolvidas, e são sentidas por terem sido conquistadas. Este é o ponto chave para o sucesso do longa. No geral, Planeta dos Macacos: A Guerra é um excelente filme. Ele concluí de forma digna a história iniciada em A Origem e dá início a uma nova fase da franquia. Vale muito a pena conferir nos cinemas. Minha nota: 9,5!


DICAS NETFLIX

O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

(The Boy in the Striped Pyjamas)

Alemanha, Segunda Guerra Mundial. O menino Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, é filho de um oficial nazista (David Tewlis) que assume um cargo importante em um campo de concentração. Sem saber realmente o que seu pai faz, ele deixa Berlim e se muda com ele e a mãe (Vera Farmiga) para uma área isolada, onde não há muito o que fazer para uma criança com a idade dele. Os problemas começam quando ele decide explorar o local e acaba conhecendo Shmuel (Jack Scanlon), um garoto de idade parecida, que vive usando um pijama listrado e está sempre do outro lado de uma cerca eletrificada. A amizade cresce entre os dois e Bruno passa, cada vez mais, a visitá-lo, tornando essa relação mais perigosa do que eles imaginam.. Minha nota 9,0!

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