Pai em Dose Dupla 2 – Crítica

Pai em Dose Dupla 2

(Daddy’s Home 2)

Por: Allan Patrick

Me recordo que em minha infância, nas vésperas de natal, no mês de dezembro, muitos filmes com essa temática eram lançados nas telonas, principalmente na Sessão da Tarde e no Cinema em Casa, o que importa é que as comédias natalinas sempre foram uma tradição de fim de ano nos cinemas, e praticamente nesse período sempre ganhávamos uma grande produção divertida e emocionante. Com o passar do tempo, o tema natalino foi perdendo lugar para os filmes temáticos como o Senhor dos Anéis, Star Wars e Harry Potter, e sentia que faltava algo, já que valorizo muito o espírito do natal e principalmente o que ele faz com o coração das pessoas.

Depois de longos anos sem ganharmos nenhuma produção natalina de grande impacto, finalmente surge uma produção que traz ao nosso meio toda a magia e o maravilhoso poder desse subgênero para nos fazer viajar no clima natalino e nos divertir diante das telonas ao lado das pessoas que amamos, resgatando de forma direta o espírito do natal no cinema que há tempos estava apagado.

Se você gostou do primeiro “Pai em Dose Dupla”, então você vai amar essa continuação, o primeiro “Pai em Dose Dupla” foi uma homenagem aos clássicos da Sessão da Tarde; já essa sequência, homenageia os filmes de Natal.
Na trama, Brad (Will Ferrell) é um pacífico executivo e padrasto dos dois filhos de Sarah (Linda Cardellini). Após enfrentar uma verdadeira batalha pelo carinho das crianças com o pai biológico delas, Dusty (Mark Wahlberg), em “Pai em Dose Dupla” (2016), ele precisará lidar com outro problema na sequência: A rivalidade entre seu pai (John Lithgow) e o avô paterno dos enteados (Mel Gibson).

Gente, as piadas feitas pelo atrito de uma família disfuncional são super hilárias, e o timing cômico dos atores está de longe melhor que no primeiro filme. A química é impressionante entre Will Ferrell e Mark Wahlberg em tela, com um ótimo contraponto entre a atuação mais tímida de Wahlberg e a atuação exagerada de Ferrell.
No primeiro filme, a dinâmica entre as famílias era divertidíssima, a adição dos avós deixa o filme ainda mais engraçado. Mel Gibson está bem canastrão e interpretando ele mesmo, enquanto John Lithgow encarna o papel de um senhor emotivo e amoroso, se tornando a estrela do filme.

O elenco ainda conta com a ótima Linda Cardellini, eternizada como a Velma de ‘Scooby-Doo’, e a brasileira Alessandra Ambrósio, sem muito brilho, sem muito destaque em sua atuação. O diretor Sean Anders, extrai o melhor de seus atores e cria situações rápidas que funcionam.

Na minha humilde opinião, “Pai em Dose Dupla 2” é sem dúvidas a melhor comédia do ano. É um daqueles filmes em que quase todas as piadas funcionam, eu ri de todas, amei o filme, e posso afirmar que você vai sair da sala do cinema com dor na mandíbula de tanto rir. Diversão garantida, leve, inofensiva, engraçada e feita para divertir a família toda. Imperdível. Minha nota: 8,0.

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DICAS NETFLIX

Ao Cair da Noite

(It Comes at Night)

Na trama, uma família vive enclausurada numa casa na floresta. Sem recebermos todas as informações necessárias, presumimos que alguma espécie de vírus tomou conta do local. Esta é uma realidade apocalíptica. Pense em filmes como A Estrada (2009), de John Hillcoat, com Viggo Mortensen, ou Os Últimos na Terra (2015), de Craig Zobel, com Margot Robbie. Dentro do local, pai (Joel Edgerton), mãe (Carmen Ejogo) e filho (Kelvin Harrison Jr.) vivem uma rotina rigidamente regrada, com o único propósito de sobrevivência. Logo de início, ocorre a despedida do avô (David Pendleton), o quarto morador, que mesmo ausente terá grande peso nesta dinâmica. O cão da família também é um elemento de importância aqui.
Ao Cair da Noite fala muito mais sobre nossos medos internos e transborda tópicos como paranóia, experimentando a forma como lidamos e convivemos sob circunstâncias extremas. O mal pode existir e estar lá fora, mas permeia todos nós, se mostrando muito mais perigoso e urgente quando é deflagrado de dentro para fora. Na era de Trump, o filme se apresenta como forte analogia, digna de diferentes conclusões e inúmeras possibilidades. Recomendo! Minha nota 9,0!

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