Terminal Hidroviário no bairro da Prainha entregue às baratas
Obra está abandonada e tornou-se retrato do desperdício de dinheiro público
Um símbolo da mais pura incompetência e incapacidade que tem tomado conta do Poder Público do município de Santarém. Inaugurado há 180 dias, o elefante branco que se tornou o Terminal de Cargas e Passageiros construído no bairro da Prainha, representa o descaso de como é tratado o recurso público. Quem visita o local depara-se com uma cena triste. Uma obra moderna, que está se deteriorando, que poderia contribuir e ajudar a resolver o caos que é o embarque e desembarque de cargas e passageiros no porto improvisado da Praça Tiradentes.
Diante do total descaso, a população solicita que o Ministério Público intervenha na situação, mesmo na inauguração foi realizado um verdadeiro palanque, onde marcaram presença o Senador Jader Barbalho e o Ministro da Integração Nacional Helder Barbalho, entre outras tantas autoridades. O equipamento público que deveria estar em pleno funcionamento e atendendo à população, parece ter ficado em segundo plano.
“Sinceramente, é impressionante a cara de pau desses políticos. Eles brincam com coisa séria. Não tem cabimento, eles terem inaugurado uma obra desta, de extrema necessidade para Santarém, e passado tanto tempo desde a inauguração, e a população continuar sofrendo com as precárias condições do porto improvisado da Praça Tiradentes. O correto é inaugurar e funcionar. Para nós ficou claro o viés politiqueiro desta inauguração; um verdadeiro desdenho com a cara do povo”, diz revoltado o vendedor João Agripina.
No momento da inauguração da importante obra, que aconteceu no dia 22 de junho – em meio ao cronograma de atividades referentes à comemoração do aniversário da cidade – em pronunciamento à imprensa, o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), Valter Casemiro tinha informado que os prazos para o funcionamento do Terminal dependeriam da liberação de alguns documentos, tais como a licença de operação.
Porém, a maioria das pessoas ouvidas por nossa equipe de reportagem, sobre a questão do não funcionamento do Terminal de Cargas e Passageiros, foi taxativa em afirmar a incoerência representada pelo evento, cuja inauguração da obra, não foi verdadeiramente entregue à população.
Para a aposentada Maria do Socorro, a palavra ‘decepção’, é a palavra mais adequada para expressar o sentimento dos santarenos em relação à inauguração de ocasião feita pela Prefeitura de Santarém.
“Entendo que a coisa pública deve ser tratada com seriedade. Para que forçar a barra e inaugurar uma obra que não está servindo à população? Tudo em nome da politicagem, dos compromissos com aliados. Fica feio é para o Prefeito, que tem a imagem assimilada às velhas práticas de fazer política, quando prometeu em campanha, a ‘mudança’”, expõe a aposentada.
A população precisa ser respeitada, o poder público deve satisfação e precisa agilizar os processos, para que o sofrimento dos passageiros que utilizam o porto improvisado da Praça Tiradentes, seja amenizado. Por outro lado, os santarenos também questionam que iniciativas por parte da Prefeitura têm de ser priorizadas, para que o novo Terminal contemple a todos.
Uma grande dificuldade apresentada pela população refere-se sobre o transporte coletivo, pois o local não é passagem da maioria das linhas que atendem os bairros da cidade, como é atualmente na Praça Tiradentes.
A OBRA: O terminal é considerado uma Instalação Portuária Pública de Pequeno Porte (IP4), que é construída para favorecer a movimentação de cargas e passageiros em áreas distantes, atendidas pelo transporte fluvial. As obras iniciaram em 2008, com o convênio DNIT-292/2006 DAQ, contrato 07/2008, sob a responsabilidade da empresa Construtora Mello de Azevedo S/A. No terminal vai constar: cais de arrimo, rampa de concreto armado, drenagem pluvial, cais flutuante, terminal de cargas e passageiros e obras complementares. O valor total utilizado na obra foi de R$ 6.216.796,42, oriundo do Ministério do Transporte / DNIT e Prefeitura de Santarém.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto