Prefeitura pode decretar situação de emergência em Santarém

Trecho na Rua Lameira Bittencourt ficou totalmente alagado com a chuva

O inverno amazônico se intensificou no mês de fevereiro. Na manhã de terça-feira (27), os santarenos ficaram ilhados. Foram poucos os locais que não sucumbiram com as fortes enxurradas ocasionadas pela chuva intensa. Na zona leste, a avenida Curuá-Una, em vários pontos, ficou intransitável. Comerciantes do Mercado da Prainha se esforçaram para evitar prejuízos maiores.

No bairro do Santarenzinho, os moradores da rua Cruzeiro do Norte tiveram suas residências invadidas pelas águas pluviais. Móveis, eletrodomésticos e outros objetos precisaram ser erguidos.

De acordo com os moradores da rua Óbidos, entre São Nicolau e Avenida Muiraquitã, no bairro Interventoria, o que deveria ser uma solução acabou por virar um pesadelo para os moradores. A pavimentação asfáltica sem galeria, fez com que a enxurrada entrasse nas residências.

Os frequentes prejuízos com a perda de móveis e eletrodomésticos, além da sujeira, são motivos de indignação da população. “Santarém é uma cidade no coração da Amazônia. As chuvas são rigorosas. Ainda no bairro Interventoria, na avenida Castelo Branco, veículos foram arrastados pela enxurrada:

Quilômetros de congestionamento foram registrados na BR-163, próximo à Avenida Moaçara, no bairro da Floresta. O volume de água nas duas pistas da via foi tão grande, que veículos e caminhões que tentaram passar ficaram no meio do caminho.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) prevê um volume acentuado de chuva para Santarém e região, neste mês de março.

REUNIÃO: Devido às fortes chuvas que estão caindo na cidade, a Prefeitura de Santarém realizou no final da manhã de terça-feira, no gabinete do prefeito em exercício José Maria Tapajós, uma reunião de emergência com os titulares das secretarias de Infraestrutura, Trânsito, Agricultura e Defesa Civil, para diagnosticar os problemas causados pelas chuvas e traçar planos emergenciais.

De acordo com Tapajós, a chuva de terça-feira foi uma das mais fortes e com maior volume de água em curto espaço de tempo. Segundo ele, em alguns bairros, o volume de chuva chegou a 50 milímetros, de acordo com o radar meteorológico do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). “Chegamos à conclusão de que teríamos que ir, imediatamente, para a rua, para levantar os pontos que foram danificados com as fortes chuvas, levantar os prejuízos de ordem pública, e apoiar aquelas pessoas que, porventura, tiveram prejuízos”, afirmou.

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA: Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), 13% das vias de Santarém contam com drenagem, índice considerado muito baixo para o porte da cidade. De José Maria Tapajós, a gestão municipal está buscando solução para essa questão. “Temos uma empresa que está diagnosticando a cidade como um todo, num projeto municipal de drenagem. Ou seja, estamos trabalhando prevendo situações que podem ser pior. O prefeito Nélio Aguiar determinou que fosse analisada a situação para que, se necessário for, decretarmos situação de emergência para buscarmos apoio do governo federal, pois o Município não tem condições financeiras de arcar com medidas urgentes de infraestrutura, mesmo que sejam paliativas, mas não vai faltar esforço da parte do governo”, disse Tapajós.

As equipes da Seminfra já estão nas ruas juntamente com a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) verificando os pontos de vulnerabilidade. Quando a chuva cessar, a Seminfra deve retomar a limpeza das ruas e no sistema de drenagem. “São inúmeras ruas. Estamos pontuando os trechos mais críticos e indo para os trechos que estão com menor problema”, explicou o titular da Seminfra, Daniel Simões.

A Defesa Civil municipal recebeu, somente durante esta manhã, 72 chamadas de situações de urgência. Em Santarém, há 22 bairros com aproximadamente 70 áreas de risco. A prefeitura vai trabalhar também para minimizar os problemas no trânsito.

“Tivemos alagamento e entupimento de bueiros e os semáforos que, em toda ocasião de chuva, decorrentes de oscilação de energia, da própria água, que acaba penetrando nas caixas do sistema eletrônico e ocasiona problemas. A equipe de manutenção não pode atuar quando a chuva está ocorrendo porque são equipamentos elétricos, mas assim que a chuva cessar, a equipe estará em campo para restabelecer todo o sistema”, garantiu o secretário de Mobilidade e Trânsito, Paulo Jesus.

As ações não vão se limitar à zona urbana. “Apesar de a gente ter feito um trabalho no verão na zona rural, mas a força da água da chuva tem feito com que agora tenha ficado uma situação crítica. Mas a Semap tem ido às comunidades e a gente vai trabalhar, nesse primeiro momento, as prioridades”, destacou o secretário de Agricultura e Pesca, Bruno Costa, responsável pela infraestrutura rural.

Por: Jefferson Miranda

Fonte: RG 15/O Impacto

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