Com hospitais de referência, Pará se destaca no combate ao câncer

A filha de Maria Domingas Paixão machucou o joelho após uma queda enquanto brincava. A mãe imaginava que como qualquer outro hematoma decorrente da diversão dos adolescentes, o inchaço no joelho diminuísse rápido. Com o passar dos dias, vendo a filha se queixar cada vez mais de dores, Maria percebeu que precisava de ajuda.
“Fizemos os primeiros exames em Limoeiro do Ajuru. Fomos encaminhadas para Belém e dias depois estávamos aqui no Oncológico. Esses seis meses de tratamento têm sido ótimos. Hoje mesmo ela se divertiu com as enfermeiras que estavam aqui”, contou Maria Domingas sobre o encontro da filha com as voluntárias do grupo ‘Anjos da Enfermagem’.
As voluntárias atuam no suporte aos pacientes acolhidos pelo Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA). Observadora como Maria Domingas, Midene Batista percebeu algo errado com a filha de seis anos e procurou ajuda. “Fui dar um banho nela e percebi algo diferente na região do abdômen. Tive medo, porque é minha única filha, mas hoje ela é primeira a me dizer que está tudo bem”, contou a mãe, que saiu do município do Acará, no nordeste paraense, e há três anos acompanha a filha em tratamento contra o tumor de Wilms, um tipo de câncer renal que acomete frequentemente crianças.
As filhas de Maria Domingas e Midene Batista ainda são jovens e têm histórias parecidas que envolvem o câncer. A doença que, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), deve ter 600 mil novos casos no Brasil somente em 2018. Desta projeção, cerca de 23 mil casos deverão ser diagnosticados na região Norte, onde o Pará é referência no diagnóstico e tratamento de câncer infantojuvenil e adulto com atuação no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, e o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém.
Com cerca de 2.500 crianças, adolescentes e adultos com algum tipo de câncer, as duas unidades, que são gerenciadas pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato com a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), realizaram nos últimos dois anos mais de 80 mil sessões de quimioterapia, 4.106 cirurgias e 61.154 consultas oncológicas.
Os números expressivos ganham mais relevância com a chegada do Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado no dia 8 de abril. A data reforça as discussões sobre a doença e ao mesmo tempo valoriza os avanços relacionados a tratamento e prevenção. ‘Hoje o Pará tem um centro especializado que é referência no tratamento de câncer infantojuvenil e tem a preocupação em oferecer um serviço de qualidade e segurança para o paciente, desde os procedimentos mais simples aos mais complexos. Algo que, ao longo do tempo, vai impactar positivamente nas taxas de cura da unidade’, ressaltou a diretora-geral do Oncológico Infantill, Alba Muniz.
O coordenador do serviço de Oncologia do Hospital Regional de Santarém, Marcos Fortes, fala da importância do diagnóstico precoce para o melhor tratamento ao usuário. “Nós buscamos atuar com medicina preventiva, na qual levamos a atuação diretamente à comunidade, com palestras e acompanhamentos. A prevenção diminui a chegada de pacientes com neoplasias avançadas. Aqui no hospital, com a prevenção e o diagnóstico precoce, conseguimos tratar o nosso paciente e possibilitar acesso a um atendimento de excelência sem que ele precise se afastar da sua família”, explicou o cirurgião oncológico.
Localizado em outro extremo do Pará, o Hospital Regional do Baixo Amazonas oferece suporte para toda a demanda do Oeste do Estado, que possui população estimada em mais de 1,1 milhão de pessoas. Atualmente, a unidade atende quase 1.800 pessoas em tratamento de câncer. Destas, cerca de 60 são crianças e adolescentes.
Fonte: RG 15/O Impacto e Joab Ferreira

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