As mentiras de Jatene sobre segurança pública
Uma verdade: a população do Pará há muito vem sendo massacrada pela violência que impera em cada canto do Estado. Difícil encontrar alguém que não tenha sido vítima ou não conheça quem tenha virado personagem de uma história violenta. O que o governador Simão Jatene faz para combater isso? Conta mentiras, uma atrás da outra! Em um vídeo divulgado no seu Facebook no último sábado, 14, em vez de assumir sua incapacidade de lidar com a questão da violência social, Jatene resolveu achar culpados para sua administração equivocada em diversos aspectos, inclusive na área da Segurança Pública. Jatene chamou seus assessores da área de segurança e criou um discurso para “matar” de inveja Pinóquio, famoso personagem de conto infantil sobre falsidades. Conheça abaixo as mentiras contadas por Jatene em seu vídeo e entenda por que o Pará é um dos Estados mais violentos do Brasil.
1 – “Fazemos parceria”
Querendo se fazer de peremptório, mas sem convencer ninguém, Jatene mente no seu vídeo ao dizer que há algum tempo os órgãos de segurança do Pará operam em conjunto com órgãos federais. Todos no Pará – do bebê ao idoso – sabem que quando a questão é segurança pública, Jatene se fechou em copas e não ouviu ninguém, muito menos aceitou ajuda federal nas inúmeras vezes em que esta foi oferecida.
2 – “Centro de Inteligência contra o Crime”
Sem ter o que propor e colocar na mesa aos paraenses, Jatene comete outra inverdade e cita no vídeo um tal de “Centro Estadual Integrado de Inteligência”. A ideia não chega a ser nem para inglês ver, pois não existe ainda nem no papel, apenas na cabeça do governador.
3 – “É um problema nacional e do Governo Federal”
No vídeo, Jatene tenta desviar o foco do problema local da violência e mais uma vez falta com a verdade quando culpa o Governo Federal pela carnificina que toma conta do Estado, seja nos grandes centros urbanos ou no campo. Seus assessores na área de Segurança e o próprio governador sabem bem que a completa falta de programas e políticas públicas nas áreas de Educação, Saúde, Emprego e Renda nos últimos oito anos, por parte do governo do Estado, é que levaram a violência ao patamar que se encontra: quase sem saída.
4 – “A culpa é da oposição”
Jatene alega sem pudor no seu vídeo que tudo o que acontece de errado na área de Segurança tem conotação política e que as denúncias sobre sua capacidade gerencial é uma “manobra oportunista” de seus opositores políticos. Neste trecho do vídeo, fica claro que o governador esconde a realidade. Quem reclama e denuncia é a população paraense, vítima mais frágil do descontrole das verbas públicas, que minguaram nos últimos anos quando o assunto era segurança, mas que brotaram fácil nas inúmeras secretarias “extraordinárias” criadas para agradar o ego e o bolso da filha Izabela Jatene.
5 – “É culpa da crise”
Nem mesmo a sua claque de DAS, que o acompanha em suas cantorias pelo Pará, aguenta mais ouvir de Jatene que a crise é culpada por tudo que acontece no Estado. Mais uma vez, em seu vídeo, Jatene se refere ao tema. Diz que fez isso e aquilo e que vai colocar 3 mil policiais “com equipamentos e com pistolas” nas ruas. O que ele não diz é que estes 3 mil policiais praticamente não vão aumentar o efetivo, pois vão ocupar as vagas dos que estão se aposentando; dos que morreram (que não são poucos); e dos afastados permanentemente por questões de saúde. O Pará vai continuar tendo uma média baixa, de um policial para cada 500 habitantes, uma das piores do Brasil. Vale lembrar aqui, novamente, que no mundo mágico que Simão criou, tudo é perfeito, até mesmo quando as viaturas saem para rua caindo aos pedaços e com pouca gasolina, o que impede o patrulhamento ostensivo. Esta situação já vem sendo investigada pelo Ministério Público Militar, como todos sabem. É bom ressaltar, também, que apesar da boa vontade e esforço de todos os agentes de segurança do Pará, que se dedicam realmente em suas missões em prol da sociedade, o Governo do Estado relegou a categoria a segundo plano, sem oferecer a estes as mínimas condições de trabalho e respeito funcional.
6 – “Sistema Penitenciário é perfeito”
Simão Jatene diz em seu vídeo ter criado, “apesar da crise” (de novo), 3 mil vagas no Sistema Penitenciário do Pará e que isto é um avanço. Um avanço sobre a inteligência da população, que viu estarrecida uma tentativa de fuga que acabou em 22 mortes de uma só tacada. Simão Jatene sabe muito bem que o Sistema Penitenciário do Pará é um caos e controlado hoje por facções criminosas, que ditam as regras, oprimem e corrompem agentes. Nos presídios do Pará, na administração Jatene, entrou tudo que se pode imaginar: de adolescentes prostituídas a drogas, armas e munição.
7 – “Tudo é pirotecnia política”
No pensamento fragilizado de Jatene e seus assessores, o Pará hoje vive a mil maravilhas, pois todas as chacinas e a média de 14 assassinatos por dia só nos primeiros 4 meses de 2018 é “manipulação e pirotecnia política” para desestabilizar sua administração, que claudica faz tempo. Talvez esta seja a pior das invenções elencadas aqui, pois o que falta mesmo é atenção política devida para saber que tudo o que Jatene fez até hoje na área da segurança não rendeu resultado efetivo para população paraense, que continua apavorada, sobressaltada e assaltada diariamente. Nos 3 minutos que dura o vídeo no Facebook, Simão Jatene contou 8 mentiras. Sabe por que ele fez isso? Porque como pescador que é, sabe que sete seria conta de mentiroso.
8 – “A culpa é da imprensa”
Culpar a imprensa – mas especificamente o Grupo RBA de Comunicação – por seu fracasso administrativo talvez seja a maior das mentiras de Simão Jatene. Incapaz de lidar com estatísticas que sua Secretaria de Segurança esconde a sete chaves, ele não tem coragem de assumir que nos últimos oito anos de sua administração mais de 10 mil mortes violentas foram registradas, sendo que 80% destas nunca serão solucionadas. A imprensa, como se sabe, apenas mostra a dura e sanguinolenta realidade que a falta de políticas públicas infligiu a cada cidadão paraense.
Fonte: Dol