Amport é denunciada por abandonar distrito de Miritituba

Vereador Peninha diz que lama provocada pelas carretas prolifera da Rodovia

Os moradores da Vila de Miritituba, em Itaituba, estiveram reunidos na noite da última terça-feira (31/07), quando cobraram da AMPORT, associação que agrega empresários portuários, o asfaltamento desta estrada que dá acesso aos portos. A reunião foi realizada no Bairro Nova Miritituba, onde passa a estrada.

A reunião contou com a presença dos vereadores Peninha, Davi Salomão, Diego Mota e Nem de Miritituba. Também estiveram presentes representantes da AMPORT.

Os moradores, além de cobrarem da associação o asfaltamento da estrada, conhecida como Transportuária, também pediram providências com relação a circulação de carretas na área urbana, ou seja, dentro da comunidade.

No pronunciamento da professora Ivaneide Rodrigues Dias Lima, ela lembrou que vários acidentes já ocorreram, provocados pelas carretas naquela estrada. Inclusive existe morador que até hoje tem sequelas. Disse, ainda, que a comunidade não aguenta mais a situação de caos que vive. “Com estes portos, só um lado está ganhando, sendo beneficiado, que são os empresários. Nós, os moradores, só temos problemas. Não somos contra os investimentos, mas somos contra só um lado ganhar. O bom é que os dois lados possam ser beneficiados”, destacou a professora que mora há 40 anos em Miritituba. “Pedir o asfaltamento desta estrada, não é muito, até porque ela serve mais para os empresários. Hoje, temos que viver no verão com poeira e no inverno com a lama”, concluiu Ivaneide.

A moradora Edina Dias dos Santos, que concedeu sua casa para a reunião, reclamou das carretas que circulam nas ruas dentro dos bairros. No momento em que ela denunciava, uma carreta passava no local da reunião. Ela disse que não tem hora e nem dia para as carretas trafegarem nas ruas dos bairros de Miritituba, principalmente no Bairro Nova Miritituba, onde mora. Pediu para o representante da AMPORT interferir junto as empresas transportadoras para proibir os carreteiros entrarem nas ruas dos bairros e prosseguiu dizendo: “O perigo circula aqui na porta de nossas casas”.

Intenso tráfego de carretas joga poeira nas residências

Dona Edina, uma das lideres do movimento, mostrou para as autoridades as carretas paradas dentro do bairro e lembrou que no momento que está fazendo refeição, come poeira junto com a comida. Ela mora próxima a estrada. “As paredes, roupas, tudo em casa fica cheio de poeira”, concluiu a moradora.

O morador José Naldo Luna criticou a associação de não ter cumprido a agenda mínima, ou seja, o convênio assinado com o Município em 2013. “A comunidade cobra, mas a AMPORT não cumpre, afirmou José Naldo”.

Depois das palavras dos moradores, o vereador Peninha se pronunciou. Criticou a AMPORT, por não ter cumprido a tal agenda mínima, que é um convênio, nº 008/2013, assinado entre a Prefeitura Municipal de Itaituba e a ATAP, hoje AMPORT. O objetivo deste convênio, era a associação realizar, como condicionantes, ou contrapartida, uma série de obras, entre elas a construção do Microssistema de Abastecimento de Água de Miritituba e a Construção do Corpo de Bombeiros. Quanto ao Microssistema de Água, estão construídas as dependências de captação e tratamento de água, porém, estão no mato. A rede troncais, rede de distribuição, a associação diz que a responsabilidade é do Município, que por sua vez não construiu, já que espera receber o Microssistema todo pronto, funcionando. Quanto ao Corpo de Bombeiros, até hoje não foi iniciada a obra e a associação acusa o Estado de não ter recursos humanos para colocar em Miritituba.

O parlamentar também, cobrou da AMPORT, o cumprimento da Lei Municipal nº 3.076/2013, que trata da proibição da circulação de carretas na área urbana, dentro da Vila de Miritituba. Peninha pediu para o representante da AMPORT imprimir panfletos, com o texto da Lei Municipal e distribuir em todos os pátios, estacionamentos, onde ficam as carretas. Ao mesmo tempo o edil pediu para a AMPORT confeccionar placas para que a COMTRI fixe alertando os motoristas das carretas que são proibidas a circularem nas ruas dentro da Vila. “No caso de desobediência, serão multados”, fez questão de frisar Peninha. Esta Lei veio atender pedido da comunidade, em decorrência de que as carretas ficam circulando dentro da vila, colocando em risco a vida dos moradores.

O representante da AMPORT, Marcos Vinhotti, respondendo as reclamações e criticas, disse que a associação está aberta ao diálogo e que está contratando uma empresa para fazer a manutenção da estrada, conhecida como Transportuária. Também, contratou dois carros pipa para no verão molhar diariamente esta estrada. “Esta empresa vai ficar permanente fazendo a manutenção”, garantiu. Quanto ao asfaltamento da estrada, afirmou que não pode prometer, porque apenas representa a associação. Ressaltou que já existe um projeto para construção de uma outra estrada Transportuária, com traçado, saindo da Rodovia, antes da chegada na área urbana de Miritituba até os portos. Inclusive, a Licença Ambiental para a construção desta estrada já foi solicitada pelo DNIT.

Marcos também, atendendo pedido dos moradores, se comprometeu a conversar com os empresários que fazem parte da AMPORT, no sentido de a associação confeccionar os panfletos constando a Lei que Proíbe a circulação de carretas na área urbana e confeccionar placas para a COMTRI fixar constando a referida Lei Municipal, que proíbe a circulação de veículos na área urbana de Miritituba.

Com relação a nova estrada Transportuária, o vereador Peninha disse que nem projeto ainda existe e no DNIT sabem que pretende construir esta estrada, mas que não foram alocados recursos financeiros para esta obra, que está orçada em aproximadamente R$ 40 milhões.

O parlamentar voltou a criticar a AMPORT, que está empurrando responsabilidade para terceiros, quando deveria assumir. “Esta nova estrada, só Deus sabe quando vão construir. Vamos esperar morrer mais gente. Vamos esperar mais gente ficar aleijada. É isto que temos que esperar. Temos que brigar para que seja asfaltada esta estrada que vem servindo aos portos mais de 5 anos e os moradores sofrendo com poeira e lama. É hora de nos unirmos e pedir o ASFALTAMENTO desta estrada, que tem apenas 8 quilômetros. Caso não seja atendido nosso pedido, temos que apelar para manifestações. Se for preciso interditar a estrada, vamos interditar. Como está, não podemos mais aceitar”, disse Peninha.

A reunião repercutiu na sessão de quarta-feira (01) na Câmara de Vereadores. A comissão de Moradores, formada por 10 pessoas, esteve na reunião e voltaram a falar sobre os problemas. Desta vez na Tribuna do Poder Legislativo.

O vereador Peninha também usou a palavra na Tribuna e voltou a criticar a AMPORT. Citou a empresa Equador, que os moradores do Bairro Jardim do Éden se reuniram e cobraram da empresa o asfaltamento da rua que dá aceso ao terminal de combustível. “A empresa atendeu e asfaltou, inclusive instalou meio fio e olha que o movimento ali é bem pequeno em relação às milhares de carretas que diariamente trafegam nesta Transportuária, enfrentando poeira e no inverno lama”, disse Peninha

O edil propôs à mesa Diretora da Câmara, para enviar oficio à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, para informar à Câmara a relação de empresas que estão com investimentos em Miritituba e em que fase estão seus licenciamentos – Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação. Também pediu aos moradores para que façam uma relação dos compromissos cumpridos pela AMPORT e os compromissos que até hoje não foram cumpridos, que constam na Agenda Mínima. Estas informações, o Ministério Público está pedindo, para poder convocar uma reunião com representantes da AMPORT, vereadores e representantes da Comunidade, afim de cobrar o cumprimento destas condicionantes.

Fonte: RG 15/O Impacto

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