Hugo Diniz: “Ufopa não pode ter bandeira ou cor partidária”

Reitor faz uma balanço dos primeiros 4 meses à frente da Universidade

A redação da TV Impacto recebeu em seu estúdio o professor Hugo Diniz, reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Na ocasião, Hugo Diniz fez uma avaliação dos quatro meses à frente da reitoria da Universidade.

“Nossa avaliação de 120 dias é muito positiva. Já iniciamos o plano que apresentamos à comunidade. Nós encontramos a Universidade numa situação muito difícil, com falta de planejamentos, só tinha um planejamento inadequado na parte orçamentária, com uma certa desorganização nos fluxos administrativos. Então, esse trabalho inicial é de colocar ordem na casa, mas já temos bons resultados”, declarou.

Durante a campanha para a Reitoria, sua proposta era dar um novo rumo à UFOPA, sendo que uma das rotulações da administração anterior e alguns comentários até pela rua mesmo, era do partidarismo dentro da Instituição. Você disse que seria dado um basta nisso. Como é que está essa situação? Perguntamos.

“É verdade! Um dos princípios chave do nosso projeto era ser uma gestão suprapartidária. A Universidade tem um papel extremamente importante de uma voz política dentro da sociedade, mas ela não pode ter uma bandeira ou uma cor ideológica de partido político. Nós avançamos nessa direção e eu creio que se eu pudesse colocar uma marca desses primeiros quatro meses, foi o diálogo. Nós dialogamos com todos os setores importantes da região, claro que temos ainda muito para conversar, mas já fizemos as principais sinalizações internas e externas desta mudança de postura da Universidade”, disse Hugo Diniz.

Ao ser questionado sobre um dos assuntos mais falados, inclusive em campanha e da própria administração anterior, que é a questão financeira do País, quando aconteceu alguns cortes no contingenciamento de recursos, Hugo Diniz respondeu: “Uma das dificuldades que encontramos ao recebermos a Universidade era um planejamento orçamentário para 2018, que não contemplava o funcionamento da Universidade até o final do ano. Não havia a previsão orçamentária do pagamento de segurança, limpeza, dos aluguéis até dezembro; somente até julho. Então, nosso primeiro trabalho junto à comunidade (importantíssimo ressaltar o papel da comunidade, dos conselhos superiores, no sentido de entender este momento da Universidade) foi fazer os cortes e as adaptações necessárias para garantir o funcionamento de todos os serviços na Universidade até o final do ano. Essa foi nossa primeira tarefa, ou seja, esses cortes orçamentários impactam diretamente na nossa capacidade de crescimento, na nossa capacidade de investimento em pesquisa. No entanto, todos os serviços da Universidade estão garantidos”.

Em relação a aluguéis, parece que estão conseguindo agora já se desfazer e entregar um dos imóveis que está alugado? Perguntamos.

Sim! Consideramos que esse é um dos principais resultados desses primeiros 4 meses. Então, é importantíssima novamente a participação de todos os servidores que trabalhavam neste prédio onde funcionava a Pro-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica. Os alunos e servidores que trabalhavam neste curso de Pós-graduação, que tinham aula naquele local foram realocados. Ou seja, fizemos um esforço que envolveu vários setores da Universidade e conseguimos, sem construir, apenas com os espaços que estavam disponíveis, realocar e entregar um prédio inteiro com um custo de cerca de R$ 80.000 mensal. Se juntarmos outros serviços, como segurança, limpeza e energia elétrica, os cursos chegariam lá durante um ano a um milhão de reais. Então, isso é fruto de um esforço coletivo”, informou.

Em relação à situação do tão sonhado Restaurante Universitário, já que a obra ficou parada um bocado de tempo, já foi reativado o serviço da construção? Voltamos a perguntar.

“Excelente pergunta. Esse é um tema importantíssimo, um dos mais relevantes para nossa comunidade. É bom salientar que o Restaurante Popular faz parte de todo um plano emergencial de infraestrutura que apresentamos à comunidade, foi aprovado por nosso Conselho Superior de Administração e nós já começamos a executar a obra. Essa desocupação do prédio na Mendonça Furtado é um dos primeiros passos e já sinalizamos a saída de todos nossos aluguéis até 2020. Temos todo um plano de obras e estamos trabalhando focados nelas, sendo que uma delas e que recebemos já paralisada pela segunda vez é o Restaurante Universitário. Tomamos as ações necessárias para a conclusão dele e a obra está a todo vapor. Tivemos recentemente a visita de um grupo de estudantes, quando mostramos o andamento da obra. Temos trabalhado muito nisto, nesse acompanhamento e transparência das nossas ações. A previsão é que até o final do primeiro semestre do ano que vem o Restaurante Universitário já esteja funcionando”, disse o reitor da Ufopa.

Ao ser questionado se esses cortes e contenção de gastos influenciam na redução desses programas, entre eles o de pós-graduação, Hugo Diniz foi enfático: “Foi anunciado o corte para 2019 que coloca em risco o futuro da pós-graduação, não somente da UFOPA, mas a pós-graduação brasileira. Houve uma grande comoção da comunidade científica em torno disso. Nós da UFOPA fizemos uma manifestação formal ao MEC, mostrando a preocupação de uma sinalização que foi feita pelo próprio Capt, que é o órgão que fomenta a pós-graduação brasileira, indicando corte nas bolsas, que teriam um impacto muito negativo para nós da UFOPA. Eu vejo que essa movimentação nacional está surtindo efeito, pois houve um recuo nessa intenção de corte e alguma manifestação do MEC garantindo que não haverá mais esse corte das bolsas. Algo muito importante para nossa região, pois nós já temos uma demanda de graduação que não conseguimos ainda suprir e a Universidade vai continuar trabalhando nisso. Mas eu vejo que o momento agora é de expansão para nós da UFOPA e na pós-graduação. Nós temos um corpo docente altamente qualificado. É nesse momento de recursos escassos que temos que ser estratégicos, precisos, disciplinados e, com ajuda a ajuda e contribuição dos docentes, nós vamos continuar avançando”.

Nossa reportagem também perguntou sobre a situação dos Campi em alguns municípios da região. Hugo Diniz informou: “Uma de nossas prioridades para esse começo de gestão foi a consolidação dos cursos fora da sede. Laçamos um compromisso de campanha tão logo iniciamos nossa gestão, nós fomos com todos os nossos pró-reitores (que são gestores de primeira linha dentro da organização da UFOPA), conhecer esses Campi. A professora Denise e eu tivemos oportunidade em campanha, conhecer todos os Campi fora de sede, então, achamos que era importante que os pró-reitores, que estão na linha de frente da gestão da Universidade, também conhecesse essa realidade. Nós fomos até lá e começamos a tomar ações efetivas para fortalecimento desses Campi. Uma ação importante foi levar para os alunos fora de Santarém os benefícios e auxílios que tínhamos aqui na sede. Essa foi uma primeira importante ação, a outra foi garantir investimento de infraestrutura fora da cede, quando finalizamos a construção de prédios em Alenquer e Itaituba, que são dois Campi onde nós tínhamos prédios alugados. Dentro daquele plano de infraestrutura, a ideia é, construir onde nós estamos alugando. Por último, nós tivemos uma emenda parlamentar para compra de equipamentos. A prioridade foi equipar os laboratórios dos Campi fora de Santarém. Essa ação eu creio que foi decisiva para garantir o bom funcionamento desses cursos. Tivemos agora uma jornada acadêmica da UFOPA, nosso principal evento acadêmico, e a participação dos Campi foi algo de grande destaque para nós”.

Na sua visão, quais as perspectivas para o futuro da UFOPA? Perguntamos.

“As perspectivas são muito positivas. Nós estamos conseguindo congregar as mais diferentes forças dentro da Universidade, dentro dos objetivos institucionais. Nós abrimos um diálogo amplo com diversos setores importantes no desenvolvimento da nossa região. Então, a Universidade está aberta ao diálogo, aberta às parcerias, sendo que estamos buscando parcerias inclusive fora do Estado, e já fizemos uma agenda extensa no Amazonas. Eu creio que para o ano que vem, com a entrega das primeiras obras e efetivação dessas parcerias que nós estamos buscando, nós vamos ter boas novidades para a comunidade. Eu vejo que os momentos de crise são momentos de grandes oportunidades. Então, com foco e com criatividade nós podemos aproveitar este momento para priorizar aquilo que temos de melhor na Universidade. Nossos pesquisadores e nossos técnicos são altamente comprometidos também com o funcionamento da Universidade, mesmo nas situações mais adversas, sempre deram respostas à altura da Instituição e agora que nós estamos tendo essa oportunidade, dada pela comunidade, de gerir essa importantíssima Instituição para nossa região, estamos muito empenhados em honrar tudo que trouxemos para a comunidade. Eu creio que nós já estamos dando cara de Universidade para a UFOPA, restaurando algumas coisas simples que toda Universidade tem que ter. Eu vejo que nós estamos tendo um retorno muito positivo da comunidade”, finalizou o reitor Hugo Diniz.

Por: Allan Patrick

Fonte: RG 15/O Impacto

Um comentário em “Hugo Diniz: “Ufopa não pode ter bandeira ou cor partidária”

  • 10 de setembro de 2018 em 14:22
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    A UFOPA É UM TRISTE RETRATO DA ADMINISTRAÇÃO PTRALHA SOB O COMANDO DA CORRUPTA RAIMUNDINHA E O BANDIDO MAIOR CHAMADO DE AIRTOM FALEIRO QUE USARAM RSTA INSTITUIÇÃO PARA ROUBAR ENGANAR E DESTRUIR CABEÇAS UNIVERSITÁRIAS. É PRECISO DAR UMA RESPOSTA NAS URNAS CONTRA ESTES PILANTRAS SAFADOS DO PT.

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