Sérgio Schwade: “Implantação dos portos trará desenvolvimento para Santarém”
Segundo o engenheiro agrônomo, quando se pensa no desenvolvimento, também deve se pensar na preservação do meio ambiente
Diretor do Sirsan enaltece aprovação do Plano Diretor do Município
O engenheiro agrônomo Sérgio Schwade, que também é Diretor de Agricultura do Sindicato Rural de Santarém (Sirsan), esteve no estúdio da TV Impacto e na redação do Jornal O Impacto, quando falou sobre a estrutura portuária de Santarém, importância do agronegócio e outros assuntos que são agregados a essa área, que é muito importante não só para o desenvolvimento de Santarém como da região oeste do Pará. |
“A gente agradece de coração em nome Sindicato Rural, de todos os produtores rurais da região e empresários do setor agrícola, do setor industrial e toda a sociedade que trabalha pelo desenvolvimento do município Santarém. Com certeza essa situação da área portuária realmente saiu de um projeto de longa data. O Município, a região e a microrregião precisam disso. É devido a toda a produção que já se encontra nessa região, tanto de grãos (soja, milho, sorgo), hortaliças, a nossa fruticultura, pimenta do reino, banana, abacaxi, etc. Dentro do Sindicato Rural nós temos uma comissão que atende os três municípios de nossa região (Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos), onde a gente tem todo o levantamento e possuímos uma parceria com os produtores no sentido de desenvolver os números para colocarmos à disposição quando o empresário chegar em Santarém e precisar verticalizar a nossa produção, em qualquer sentido. Então, a gente precisa de uma área portuária, com uma estrutura para verticalizar, seja qual for o setor”, informou.
ENTRAVES: Sérgio Schwade falou sobre alguns entraves, como algumas ONGs que trabalham no sentido contrário, inclusive muitas delas estão a serviço e defendendo interesses internacionais, sendo que recentemente a Câmara Municipal aprovou a área do Maicá como área portuária e o Prefeito sancionou a Lei.
“Essa aprovação da Área Portuária foi bem-vinda, tanto é que na formulação do Plano Diretor toda a sociedade participou. O Sindicato Rural sempre esteve envolvido nesse sentido e quero aqui parabenizar a todos, em especial aos Poderes Legislativo e Executivo que aprovaram e sancionaram a Lei, onde essa situação coloca o município de Santarém em outro patamar para 2019. Com certeza isso tudo vai fazer com que a gente consiga desenvolver de uma outra forma e industrializar o nosso produto na região, no nosso caso nosso frigorífico de frango, onde poderemos triplicar a produção. Eu, inclusive, estive recentemente no Ministério da Agricultura, e o nosso frigorífico tanto bovino como de aves tem cifre para exportação, mas para isso a gente precisa ter uma infra-estrutura boa, começando pelo porto. Falam por aí que esse porto é somente para grãos. Não é! Será uma área portuária que vai atender vários setores. Tem um grupo japonês querendo instalar uma agroindústria de polpa de acerola, mas precisa da área portuária. Esse grupo já fez uma visita a Santarém e está no aguardo. Quando se tem uma grande estrutura, as coisas acontecem automaticamente, porque no Brasil existe o povo trabalhador, existe o empresário empreendedor e existe as pessoas querendo fazer; existe o Prefeito querendo fazer, existe os vereadores fazendo pelo melhor, os empresários fazendo pelo melhor, então, todos lutam por um objetivo, que é melhorar a situação do povo brasileiro, do mundo e do próprio Município, que é o nosso caso”, declarou.
DISTRITO INDUSTRIAL: Sempre existe aquela justificativa de que a área do Maicá é quilombola, mas recentemente uma diretora da Associação do Maicá deu entrevista à nossa reportagem onde afirmou que a maioria dos moradores dali reclama da falta de infra-estrutura naquela área, bem como não existe supermercado, clínica médica e outros segmentos. Eles precisam se deslocar para o centro da cidade para conseguir alguma coisa. Os moradores acreditam a criação dos portos vai levar desenvolvimento para essa área. A aprovação do Plano Diretor dará respaldo à criação do Distrito Industrial? Perguntamos.
“Com certeza. Esse Distrito Industrial é de suma importância. As empresas podem se instalar lá, fica muito longe da área portuária, mas de fácil acesso. Nós temos espaço, nós temos terras para todos, temos como cuidar dos mananciais. Nós temos de cuidar do meio ambiente, mas nós somos impactantes. Onde o homem está, já causou impacto e agora a gente tem de consertar com grandes projetos. Existe espaço para todos. A questão de ONGs, nós acreditamos que para o próximo ano vai mudar muita coisa, vai ser feita uma filtragem, os vazamentos vão ser apertados, as situações vão ser colocadas de outra forma e com outra visão. Eu acredito que nós temos de pensar no desenvolvimento e quando a gente pensa no desenvolvimento e geração de renda, pensamos também na preservação do meio ambiente. Hoje a agricultura trabalha com produtos registrados pelo Ministério da Agricultura, são mais de 10 anos de pesquisa para a Anvisa liberar um produto. Agora, claro, se você vai na farmácia e compra um remédio para dor de cabeça, para pressão ou para qualquer outra situação e o médico receitar para serem tomados 2 comprimidos de 12 em 12 horas, e você tomar três comprimidos, você terá um infarto, o coração não aguenta. Assim é agricultura, ninguém vai triplicar a dose porque custa dinheiro, as tecnologias têm pesquisa e custam caro. Ninguém vai gastar dinheiro à toa, então, a agricultura só coloca o necessário e muitas vezes abaixo da dose para poder economizar, porque o lucro é apertado. Nós temos de cuidar na dose”, se pronunciou.
ECONOMIA ESTÁ VOLTANDO A CRESCER: Tem um assunto que não podemos deixar de abordar, é que muitas vezes o mesmo grupo que reclama da falta de emprego aqui na nossa cidade e nas cidades adjacentes, é o mesmo grupo que defende a não implantação desses portos. Quer dizer, que esse grupo não tem uma visão do que isso significa em termos de geração de emprego e renda para Município.
“Na verdade, assim como o Brasil entrou em crise em 2015, que foi abaixo da linha da nossa economia, nos afundamos, mas já começou a retomar a economia. A gente percebe que já se começa a contratar. O setor do agronegócio nos últimos 6 meses contratou, a agroindústria contratou também. Então, já está respirando novamente e toda troca de governo Federal dá uma injetada de ânimo. Eu assisti a um economista falar que o Brasil pode crescer até 3,5% em 2019. Isso é muito bom. Agora, para ir para esse crescimento a gente precisa estar preparado. Quando eu falo em crescimento, é contratar geração de emprego e renda, porque as empresas e os empresários vão procurar a região para desenvolver suas atividades. É isso que acontece, e o prefeito Nélio Aguiar foi muito feliz no Plano Diretor. Quando teve audiência do Plano Diretor, ele falou muito bem e foi muito feliz quando usou o seguinte termo: ´Quem paga conta é dinheiro`. Então, naquele momento eu acredito que quem estava presente lá percebeu porque hoje os municípios ministram a folha de pagamento, eles não têm estrutura porque o ISS é baixo e precisa melhorar a renda das pessoas, o IDEA é muito baixo aqui em Santarém. Com certeza, uma coisa puxa outra”, finalizou Sérgio Schwade.
Por: Edmundo Baía Junior
Fonte: RG 15/O Impacto