FBI investiga empresas estrangeiras por suspeita de corrupção no Brasil
Johnson & Johnson, Siemens, GE e Philips são suspeitas de participar de cartel que desviou pelo menos 600 milhões de reais entre 2007 e 2018
O FBI está investigando as gigantes corporativas Johnson & Johnson, Siemens, General Electric e Philips por supostamente terem pago propina como parte de um esquema envolvendo vendas de equipamentos médicos no Brasil, de acordo com dois investigadores brasileiros à Reuters. As empresas são suspeitas de realizar pagamentos ilegais para funcionários do Governo para garantir contratos com programas de saúde pública em todo o país nas últimas duas décadas.
Autoridades brasileiras dizem que mais de 20 empresas podem ter sido parte de um “cartel” que pagou suborno e cobrou do Governo preços inflacionados por equipamentos médicos, como máquinas de ressonância magnética e próteses. Além de pagar comissões através de intermediários para garantir contratos, alguns fornecedores cobraram até oito vezes o preço de mercado para ajudar a cobrir o custo de seus subornos, segundo documentos judiciais e depoimentos obtidos por promotores.
As quatro multinacionais, com valor de mercado combinado de quase 600 bilhões de dólares, são as maiores empresas estrangeiras a serem investigadas em um esforço anticorrupção sem precedentes no Brasil nos últimos anos.
Grandes empresas norte-americanas e europeias que se engajaram em irregularidades no Brasil também podem enfrentar pesadas multas e outras punições sob a Lei Americana Anti-Corrupção no Exterior (FCPA na sigla em inglês). Desde 1977, esta lei tornou ilegal para cidadãos norte-americanos, empresas dos EUA ou empresas estrangeiras cujos valores mobiliários estejam listados no país pagar funcionários estrangeiros para ganhar negócios.
Empresas estrangeiras são os mais recentes alvos das investigações de corrupção no Governo no Brasil. Nos últimos cinco anos, promotores descobriram corrupção generalizada entre instituições estatais e empresas do setor privado na realização de negócios.
Amplas investigações dos promotores e da Polícia Federal, incluindo a famosa Operação Lava Jato, centrada na estatal Petrobras, derrubaram líderes empresariais e políticos em toda a América Latina.
Autoridades dizem que delações premiadas obtidas de suspeitos os alertaram para outros esquemas possíveis, incluindo supostos subornos pagos por multinacionais para obter contratos públicos no Brasil.
Fonte: Roma News