O Rei Leão – Igual, real e sem surpresas

Por Michael Douglas

“Nada se cria, tudo se copia” talvez seja uma das frases que mais exemplifiquem o cinema de massa. Admita, ainda que tenha assistido muitos filmes, a maioria deles são praticamente a mesma coisa – mudam os nomes, os locais, até o contexto, mas o enredo é igual a tantos outros. No entanto, no caso de O Rei Leão esta frase deve ser refeita para “Nada se cria, tudo se Ressignifica”, pois o filme lançado neste ano tenta fazer uma releitura do original de 1994.

Ainda que o filme da década de 90 seja uma cópia deslavada da animação Kimba – O Leão Branco, não há como negar que a versão norte-americana é melhor e tem mais carisma que o seu predecessor. Com isso, o filme deste ano tinha uma missão um tanto complicada, chegar pelo menos aos pés da icônica animação – fato que consegue, mas que não o torna melhor.
A história segue sendo a mesma: o Leão Simba é o filho de Mufasa (o Rei) e herdeiro do trono, para ódio do seu tio Scar, que deseja o lugar do irmão. O vilão busca acabar com Mufasa e Simba se vê obrigado a fugir para longe, enquanto o tio toma o lugar de seu pai. Ao crescer – ao lado da icônica dupla Timão e Pumba – Simba se vê obrigado a confrontar seu destino e retornar ao lar para tomar seu lugar como Rei legítimo da Selva, ainda que precise se usar da força para isso.

 

A grande diferença está na realidade passada em tela, pois realmente parece que são animais de verdade. Isto é bom em um primeiro momento, pois o fascina quem vai assistir, mas passa também um estranhamento – seres de verdade cantando ou chorando é algo que demora a ser aceito. No entanto, ao seguir o roteiro da animação de 1994, o filme de 2019 consegue pegar o espectador pela nostalgia e familiaridade – afinal de contas quem nunca assistiu ao filme original?

A dublagem, principalmente a americana, consegue passar muito carisma para os personagens, que seguem sendo o ponto alto da trama. Simba e Nala seguem carismático, Mufasa continua imponente, enquanto Scar permanece traiçoeiro e ameaçador. No entanto, quem rouba a cena novamente – assim como no original – são Timão e Pumba, dupla eternizada na história do cinema por seu carisma e graça.

Pouca coisa muda em comparação com o original, ou seja, você está indo assistir o mesmo filme de 1994, só que agora sai a animação e entra a computação gráfica – muito bem utilizada, diga-se. Não há nada de surpreendente nesta nova versão de O Rei Leão, mas vale a pena conferir. Como diriam Timão e Pumba, “Hakuna Matata”.

 

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