Elitização do Sairé: público reclama de altos valores cobrados durante o evento e falta de organização

Nem tudo foram flores dentro no Sairé 2019. Isso porque houve muitos que reclamaram, não da festividade, mas da organização do evento, que cobrou valores altos e não entregou um serviço minimamente satisfatório. Neste ano, não foram poucos os casos de santarenos, ou até mesmo turistas que compraram ingressos de forma antecipada, mas que acabaram não conseguindo nem mesmo entrar no Sairódromo.

Esse é o caso da goiana Larissa Valetim, que afirma ter comprado seu ingresso de forma antecipada, mas que acabou ficando do lado de fora do evento, que já estava lotado. Segundo ela, muitos dos turistas que foram acompanhar o Sairé acabaram sendo destratados pela organização do evento. Para a jovem, os altos valores cobrados no ingresso (R$ 50), juntamente com o péssimo serviço ali apresentado, quase tornaram a viagem em uma decepção.

“Vários turistas de diversas partes do Brasil foram impedidos de entrar no evento. Mesmo comprando ingresso antecipado não pudemos entrar. Ficamos muito tristes e decepcionados com o ocorrido, frustados com o evento. Eu mesma me desloquei de Góias. Quero ressaltar que fomos humilhados pela comissão organizadora. Não só eu como vários turistas e pessoas da região não foram ressarcidas. Voltamos com o ingresso na mão, sem devolução do dinheiro porque eles venderam mais que a capacidade, daí chegamos no evento e fomos barrados na portaria. A questão principal não é só a devolução dos R$ 50 reais, e de todo um contexto, de se programar, viajar essa distância, criar expectativas, comprar antecipado e não conseguir entrar, sem contar o descaso e humilhação que passamos. Até agora estou sem acreditar. Todas as pessoas que compraram ingresso e não conseguiram entrar vão fazer uma ação coletiva contra os responsáveis do evento”, afirma a turista.

Para ela, as belezas de Santarém são grandes atrativos e tornaram a viagem muito bonita. No entanto, a falta de organização para eventos desse porte pode atrapalhar a vila, até mesmo com os grandes atrativos que possui.

ALTOS VALORES

Ainda que as belezas naturais de Alter do Chão sejam grandes atrativos, outros fatores devem ser levados em consideração, como os preços. Para muitos, até mesmo turistas, o Sairé tem se tornado um evento um tanto caro, principalmente se for comparar o custo beneficio com outros eventos culturais da região.

“Acho que o pessoal não entende que quanto mais caro cobrar, menos as pessoas vão querer vir, ainda mais se não for bom. Gastei só de entrada uns R$ 50, só aí já é uma “facada”, agora tu quer comprar uma bebidinha ou algo pra comer, aí que pegam pesado no bolso da gente. Alter do Chão já é um lugar em que as coisas são inflacionadas, aí quando chega essa festa os caras fazem é aumentar as paradas. Querem lucrar a qualquer custo e as vezes esquecem de proporcionar uma boa experiência para os turistas. Sabe o que é pior? É que nada vai mudar, ano que vem a gente vai estar reclamando de tudo isso de novo, como se fosse uma novidade”, afirma o autônomo Sérgio Cardozo, que mora atualmente em Macapá, mas que já residiu em Santarém.

DESORGANIZAÇÃO

Na internet não são poucos os casos daqueles que reclamaram do evento, desde os preços até a organização. Para muitos, o preço cobrado desde o valor do ingresso para assistir a apresentação dos Botos até os produtos vendidos durante o período não condizem com o atendimento e a estrutura proporcionada aos visitantes.

“Um preço caro pra não se ter estrutura. Quem perde é a cidade. De que adianta fazer mídia da festa se a mesma não oferece condições aos turistas e moradores de prestigiar? Uma desorganização total dos coordenadores do evento, que cada ano que passa fica pior, por conta dessa falta de organização do governo, que só quer saber de ganhar e não se preocupa com quem vai prestigiar o evento”, comenta um internauta.

“Sairé cada ano uma chacota diferente, tudo mal organizado, demorei uma vida para achar uma lixeira nessa droga. Enfim, muito obrigada pelo desserviço, Nélio Aguiar”, diz outra internauta.

BALANÇO DO EVENTO

Mesmo com reclamações por parte de alguns, a avaliação da Prefeitura de Santarém foi de que o evento terminou com um saldo positivo. Para o prefeito Nélio Aguiar, o Sairé foi muito bom e mais uma vez mostrou Santarém e Alter do Chão para o mundo.

“É um evento grandioso, que já não é mais de Santarém, é do mundo. Alter do Chão está de parabéns, a comunidade, os botos e toda organização. Foi mais um Sairé de paz e seguro. Agradecemos aos nossos apoiadores que puderam fazer com que pudéssemos proporcionar uma festa bonita, cheia de magia e encanto”, disse o prefeito de Santarém.

O CAMPEÃO

Com a temática ambiental ‘Alter do Chão, berço da vida’, o boto Cor de Rosa sagrou-se bicampeão do Festival dos Botos no Sairé 2019. A vitória deixa a agremiação pelo menos um ano com títulos a mais que o seu adversário, o boto Tucuxi. Agora, o Cor de Rosa tem 11 títulos. A disputa foi acirrada. O bicampeão obteve 464 pontos contra 463 do boto Cinza. Dezesseis itens foram julgados por quatro jurados: Patrícia de Jorge, Marcelo Sampaio, Wilson Madeira Filho e Manoel Carlos de Jesus Maria. A apuração das notas dos quatro jurados aconteceu no final da tarde desta segunda-feira, 23, no Lago dos Botos em Alter do Chão.

Um comentário em “Elitização do Sairé: público reclama de altos valores cobrados durante o evento e falta de organização

  • 27 de setembro de 2019 em 04:39
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    Turista em Alter virou sinônimo de pato gordo, pronto para ser abatido ! O mínimo a fazer seria devolver o dinheiro daqueles que foram ludibriados ao não conseguirem entrar no local das apresentações, tudo cheira a engodo, golpes rasteiros.Ao procurar uma bebida e alimentos, aí é outra decepção, pois os preços são maiores que nas lanchonetes de aeroporto; ou muda, ou morre !

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