Artigo – Muito Além da Meritocracia e da Política de Cotas

Muito além da Meritocracia e da Política de cotas está a “filhocracia”, que hoje é o segundo maior esforço do governo (menor apenas do que a reforma da previdência) na questão de emplacar um filho, que fala um inglês sofrível, no cargo de embaixador nos EUA.

Por incrível que pareça, uma das plataformas das campanhas eleitorais de 2018 deste governo foi a de tornar a “meritocracia” o direcionamento para o país. Assim se daria oportunidade para as pessoas mais trabalhadoras e mais esforçadas.

Meritocracia funciona? Funciona, quem não chega ao sucesso financeiro e profissional é por pura preguiça. Assim diziam os baluartes da política em campanha eleitoral. Diziam que o sucesso não tem nenhuma relação com ser filho de juiz, de técnico de futebol, de famosos ou políticos e, quem reclamava de favorecimento seria apenas mais um vitimista.

Quando estes políticos chegaram ao poder o direcionamento não foi bem a meritocrática, e nem de política de cotas. Por isso surgiram acusações ao governo de nepotismo que, recebeu mais tarde, o apelido de “filhocracia”. Nepotismo significa o favorecimento de parentes ou amigos próximos em detrimento de pessoas mais qualificadas, para nomeação de cargos públicos e políticos.

Assumido o novo governo foi de se estranhar quando o “primo” do filho do presidente, o agora famoso Léo Índio, ganhou logo de cara um cargo de confiança. Com salário de mais de R$ 20 mil, o estudante de Administração, de 35 anos, logo rebateu: “Sempre acreditei na meritocracia e no valor do trabalho, verdadeiro fiador das liberdades individuais. A política, entretanto, é indissociável de mim desde a infância”. Deve ser o primeiro brasileiro que já nasceu político profissional.

Animado com a prática o vice-presidente também agiu. Foi assim que conhecemos Antônio Mourão, filho de Hamilton Mourão. Ganhou promoção também logo após o novo governo assumir. O vice-presidente argumentou com a imprensa de que seu filho foi sacaneado, durante anos pelo Partido dos Trabalhadores, e que por isso ele ficou estagnado com um salário de míseros R$ 12 mil reais.

Por isso, depois que o novo governo assumiu o poder o filho do general ganhou logo duas promoções, em 6 meses e, seu salário subiu 3 vezes para um valor de R$ 36,5 mil reais. O gerente da minha agência do Banco do Brasil me explicou que o que ocorreu ali foi, em comparação, como se um recruta tivesse sido promovido a general. Com certeza esse gerente deve ser um petista.

Na nova ferramenta de comunicação do governo, o twitter, Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, criticou as promoções do filho do Mourão. Carlos esqueceu que tem teto de vidro, afinal ele foi eleito vereador, aos 17 anos, graças a intervenção do pai, que reverteu os recursos de campanha da ex-esposa para o filho.

Na época, o atual presidente estava bravo com sua ex mulher Rogéria Nantes Braga, conforme entrevista dada por ele ao “Estadão”. Na entrevista ele disse que o motivo era que as ações tomadas, como vereadora por sua ex-mulher, não estavam mais passando pela supervisão dele e, parece que estava se confraternizando com a esquerda. Assim, Bolsonaro se tornou o primeiro corno ideológico do Brasil.

Infelizmente, a “filhocracia” não é característica só da atual extrema-direita, hoje no poder. Na época da centro-esquerda também existiram casos parecidos. Que diga Marcou Aurélio Melo cuja filha, Letícia Melo de apenas 37 anos, foi nomeada desembargadora do TRF por Dilma Russef.

Marco Aurélio argumentou sobre a quase nenhuma experiência da filha (apenas 5 processos, sem pós-graduação e formada em uma Universidade pouco conhecida) dizendo que ela iria aprender com o tempo. Também afirmou que não era nenhum pecado. O problema seria se ela prendesse alguém por engano, ou se passasse o tempo e não aprendesse como um certo juiz experiente, hoje enrolado com os vazamentos do telegram.

Outra filha precoce foi a Mariana Fux que, só com 32 anos de idade, também se tornou desembargadora. Ela conseguiu o cargo sem experiência e nem requisitos básicos para a função. Mentir na formação acadêmica e não ter feito nada de relevante parece ser até os pré requisitos básicos dos ministros de hoje, quem sabe ela não emplaca?

Hoje até na seleção brasileira de futebol a filhocracia (nepotismo) se faz presente. Tite colocou o próprio filho na comissão técnica da seleção. A CBF teve até que mudar o seu código de ética, que proibia a contratação de parentes, para poder empregar o filho do técnico Tite.

Sabemos que a política da Meritocracia foi só uma propaganda usada na campanha política, apenas uma forma de se contrapor sem parecer um fascista às políticas de cotas criadas pelo governo anterior, em favorecimento de negros e pobres. No país dos conchavos e currais eleitorais hereditários, a ética sempre será a primeira vítima.

RG 15 / O Impacto

2 comentários em “Artigo – Muito Além da Meritocracia e da Política de Cotas

  • 8 de outubro de 2019 em 18:59
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    Comunista brasileiro falando de ética no PT ? kkkkikkkkkkkkkkkkkkkk…

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  • 8 de outubro de 2019 em 05:36
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    Um marxista PT deitando falação sobre “filhocracia” faz questão de esquecer, rapidinho, dos filhos do Lula e da filha de Dilma. O Lulinha saltou de empregado de zoológico para maior fazendeiro do Pará, enquanto a filha da Dilma “milagrosamente” saiu de funcionária pública de M.Gerais para milionária empresária ! Isto sim pode ser chamado de filhocra$$ia PTralha !!!

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