Contribuições e polêmicas: Ufopa completa 10 anos
Na terça-feira, dia 5 de novembro, a Universidade Federal do Oeste do Pará completou 10 anos de instalação em Santarém. Ao longo de uma década a instituição trouxe inúmeras contribuições para cidade, principalmente por conta dos estudos científicos realizados no local, além de oportunizar para muitos pertencentes à minorias o acesso a uma instituição federal de ensino. No entanto, muitos também já se posicionaram contra o educandário, que também não ficou imune a uma serie de polêmicas.
FUNDAÇÃO: A Ufopa foi criada oficialmente no dia 5 de novembro de 2009, a partir da sanção da lei Nº. 12.085, pelo então vice-presidente José Alencar. Na época de criação, a universidade era a primeira instituição pública de ensino superior fora da capital do estado (Belém), sendo a primeira do interior da Amazônia, na cidade de Santarém. Por determinação do Ministério da Educação foi por quatro anos, após sua criação, tutorada por sua instituição-mãe, a UFPA e no ano de 2013 passou a ter autonomia plena.
REITORES: O Prof. Dr. José Seixas Lourenço acabou assumindo o cargo de Reitor Pro-Tempore da instituição, onde ficou até 2014. No entanto, a gestão do mesmo acabou terminando de forma polêmica.
Em 2012, um grupo de professores e alunos levou ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério da Educação um dossiê acusando o reitor da entidade de superfaturar gastos. Segundo eles, o material mostrava graves indícios de sobrepreço na compra de equipamentos e na aquisição de lotes pela instituição de ensino. Na época, a reitoria disse ser vítima de “ataques” e negava as acusações de corrupção. Em 2013 a instituição teve pela primeira vez eleições e na oportunidade a vencedora foi a Profa. Dra. Raimunda Nonata Monteiro, que só veio a assumir o cargo em 2014. Na época, o cargo só foi passado para ela após pressão do MEC e até um movimento intitulado “Fora Seixas” foi criado em oposição ao então reitor. O mandato de quatro anos de Raimunda Monteiro à frente da reitoria da Universidade Federal do Pará (UFOPA) foi encerrado em abril de 2019. O cargo foi passado para o atual reitor, Hugo Diniz, que venceu a segunda eleição realizada na Universidade. No entanto, o processo de posse também foi envolto em polêmicas, isso porque a lista com os três possíveis reitores para a instituição precisou ser refeita a pedido do MEC.
CONTRIBUIÇÕES: Nestes 10 anos, a instituição trouxe inúmeros benefícios ao Oeste do Pará, principalmente por melhorar o acesso a educação, tendo em vista as cotas afirmativas que a instituição possui.
No processo seletivo regular de 2019, a Ufopa contabilizou mais de 11 mil candidatos inscritos, a maioria de Santarém, que teve quase 6 mil inscritos, seguida de Oriximiná, com 575, Itaituba, com 568, e Monte Alegre, com 558.
Os candidatos concorreram às 1413 vagas ofertadas para 41 cursos de graduação em Santarém (sede) e oito nos campi de Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná. Do total de vagas, 711 foram reservadas para o sistema de ingresso por cotas sociais, destinadas a candidatos de baixa renda, que cursaram ensino médio em escolas públicas, e também às pessoas com deficiência e aos que se autodeclaram pretos, pardos ou índios.
Dados mostram que o número de jovens adultos de 18 a 24 anos que cursam ensino superior em Santarém tem aumentado. Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de Santarém, em 2010, 11,16% da população adulta estavam cursando o ensino superior. Em 2000 eram 5,80% e, em 1991, apenas 1,92%.
Além da reserva de mais de 50% das vagas para o sistema de cotas no processo seletivo, a Ufopa reserva vagas em todos os cursos de graduação para os processos seletivos especiais, indígena e quilombola. O processo de inclusão desses povos iniciou-se na instituição em 2011, com a criação do processo seletivo para indígenas (PSEI) e, em 2015, para quilombolas (PSEQ).