Trabalhador do setor madeireiro morre em Operação do Ibama em Roraima

A população de Rorainópolis, região ao sul do Estado, se revoltou na tarde desta sexta-feira (31) com a morte de um trabalhador do setor madeireiro, supostamente provocada durante uma fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O fato teria ocorrido na Vicinal 18, próximo à Vila Nova Colina, em uma área de mata fechada, entre as 10h e 11h. A vítima foi identificada como Francisco Viana da Conceição, de 52 anos, também conhecido pelo apelido de ‘Neguinho Serrador’, que era pai de cinco filhos.

À Folha, moradores do município e pessoas da Associação Madeireira de Indústria e Comércio do Estado de Roraima (Amaderr) narraram que Francisco estava desarmado e apenas com uma motosserra quando a equipe do Ibama apareceu e ele, juntamente com outras pessoas, decidiu correr. O serrador foi baleado na nuca.

Ainda segundo eles, a vítima foi deixada no Hospital de Rorainópolis em uma viatura do Instituto já sem vida. Existem relatos de um suposto baleado nas nádegas, mas de acordo com o delegado de Rorainópolis, Cid Guimarães, não há ninguém na unidade de saúde local com este tipo de ferimento por arma de fogo.

A morte de Francisco fez com que a população do município se reunisse em frente ao hotel onde estavam hospedados os membros da equipe do IBAMA. Conforme o delegado Guimarães, a situação precisou ser controlada com ajuda das polícias Civil e Militar e os servidores saíram da cidade escoltados, no final da tarde.

“Havia o risco de uma desordem no município com a população revoltada, e é compreensível a situação. Os fiscais foram cercados e pediram apoio para se apresentarem em Boa Vista e foi dado esse apoio pela Polícia Militar e Civil, e escoltados até um ponto da estrada, e seguiram para a capital”, disse o delegado.

O delegado não soube confirmar se a viagem completa se deu por vias terrestres ou aéreas, já que um helicóptero foi visto sobrevoando o local, segundo moradores.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que são feitos pelo menos oito disparos para dispersar os manifestantes e liberar a via. Fotos mostram possíveis moradores atingidos nas mãos e abdômen pelas balas de efeito moral. Não há informações oficiais sobre o número de feridos.

A competência para investigação do caso ainda não foi definida segundo o delegado Guimarães, mas afirmou que a morte do madeireiro será apurada. Até as 19h desta sexta-feira, nenhum relatório policial tinha sido entregue na delegacia de Rorainópolis.

Nota do Ibama

O Ibama lamenta que em operação de combate ao desmatamento tenha ocorrido a morte de um madeireiro em Rorainópolis (RR).

Esclarece que o Grupo de Combate ao Desmatamento na Amazônia (GCDA) do Ibama, em conjunto com a Companhia Independente de Policiamento Ambiental (CIPA), inspecionou nesta sexta-feira (31/01) área de exploração ilegal de madeira a cerca de 30 km de Rorainópolis (RR).

Durante a incursão na mata, agentes do Ibama e policiais militares ambientais detectaram sinais de exploração recente, como ramais de arraste, pátios de estocagem, toras de alto valor comercial e tocos. Em seguida, flagraram pessoas em plena atividade ilegal e foram recebidos a tiros. No confronto, um dos infratores foi baleado e imediatamente levado ao hospital municipal. Foram adotados os procedimentos investigativos competentes junto à Polícia Federal (PF).

 

Fonte: Folha BV

Um comentário em “Trabalhador do setor madeireiro morre em Operação do Ibama em Roraima

  • 5 de fevereiro de 2020 em 16:48
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    Esse cidadão foi executado pelo um órgão publico que é pago com o dinheiro do povo . Porque o poder publico não abre uma investigação ouvindo o povo que estava presente ? Não houve troca de tiros nao, o povo da região são humildes. E ninguem é louco para enfrentar essa corja de bandidos fardados da lei usando espingardas contra metralhadouras , fusis e pistolas automáticas. Esse governo que proibir o povo de sobreviver , o colono não pode derrubar uma arvore para plantar sua roça que é proibido. Se os funcionario do Incra e Ibama se levantasse das poltronas e visitasse as propriedades aí sim, veria as dificuldades real do colono, que se sacrifica para por os alimentos na mesa dos bacanas.

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