Pacientes relatam momentos dramáticos à espera de resposta da SESPA

Semanalmente chegam à mesa dos Promotores do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), inúmeras solicitações para que a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), dê encaminhamentos para transferências de pacientes e faça a entrega de medicamentos.

Pacientes portadores de diabetes, por exemplo, desde o mês de dezembro não conseguem insulina e demais insumos para tratamento. Os que não têm condição de adquirir, padecem com recorrentes crises, que têm como consequência, a procura de atendimento no HMS e Upa 24h. Tal situação tem exposto a risco de morte, pacientes por vezes debilitados, a terem seus quadros clínicos agravados.

No bairro Aparecida, uma família vive dias de angústia. Uma criança de menos de 2 anos, com diagnóstico de leucemia, precisa de transferência para o Hospital Regional Regional do Baixo Amazonas (HRBA), e aguarda um retorno da Sespa. Enquanto a resposta não vem, há 16 dias internada no Hospital Municipal de Santarém (HMS), a criança sofre com febres e inchaços diariamente. De acordo com a família, o tratamento oferecido no HMS é apenas para amenizar os sintomas sofridos pela criança, sendo que o tratamento efetivo à enfermidade, somente no HRBA. Sem a transferência, eles passam momentos temerosos, acreditando que a criança está sob-risco de morte na presente situação.

Outro caso que chegou ao conhecimento do Ministério Público, é da senhora Marivalda Ferreira, residente na rua Transmaicá, bairro Área Verde. De acordo com o relato da paciente, em julho de 2019, ela teve o diagnóstico de nefrolitíase, onde o rim do lado esquerdo parou de funcionar. O médico do ambulatório do Hospital Municipal de Santarém solicitou a cirurgia com urgência, sendo que a solicitação foi protocolada em setembro de 2019. Sem uma resposta, a paciente vive com crises de febre e vômito. Diariamente possui risco de infecção, pois já está com hidronefrose, que é uma grande quantidade de líquido. Ainda de acordo com a paciente, o rim direito já possui um cálculo de 0,2 cm, o que aumenta a urgência em realizar o procedimento cirúrgico. Caso contrário, o rim irá paralisar, tendo como resultado o risco da paciente não sobreviver devido à infecção.

No início deste mês, Brena Roberta, filha da paciente Sinamor Guimarães, indignada com tanto sofrimento que sua genitora vem passando, procurou o MP para tentar uma solução. Segundo ela, em janeiro, sua mãe fraturou o fêmur direito em sua residência. Após exames, o médico suspeitou de pneumonia, sendo receitado antibiótico como tratamento. Em uma tomografia, foi constatado uma massa no lado esquerdo do pulmão, e dado como hipótese de diagnóstico um câncer de pulmão. Sendo assim, foi solicitada a transferência da paciente para o HRBA, mas a solicitação foi cancelada, uma vez que já havia outro pedido anterior, que era para a cirurgia do fêmur. Internada há 25 dias no HMS, a paciente aguarda transferência para o tratamento da perna e do câncer no pulmão.

Em todos os casos citados nesta matéria, o Ministério Público, deu prazo que vão de 2 a 10 dias, para que a SEMSA e Setor de Regulação do 9º CRS/SESPA prestem informações sobre os fatos noticiados. No segundo caso citado, o da senhora Marivalda, que seja apresentado a comprovação de autorização do agendamento da cirurgia urgente indicada ao paciente.

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