Gravidez na adolescência mobiliza autoridades de Santarém
A gravidez é um acontecimento marcante na vida das famílias e, em particular, da mulher. Quando ela ocorre ainda na adolescência, pode resultar em maior nível de vulnerabilidade ou riscos sociais para as mães e também para os filhos, particularmente, os recém-nascidos, pois, nesta etapa, a criança é particularmente vulnerável e dependente de cuidados dos adultos.
Uma gravidez acarreta, para a adolescente e futura mãe, além das transformações físicas e emocionais inerentes à gestação, a responsabilidade por outra vida, o que requer maturidade biológica, psicológica e socioeconômica para prover suas próprias necessidades e as do filho/a. Em muitos casos, o pai também é um adolescente. Disso decorre a dependência de ambos da família e a ausência de preparo, afetiva e economicamente, a nova fase.
Levantamentos realizados em nível de Brasil, apontam que para cada 5 nascimentos, 1 advém de mães adolescentes (idade entre 10 e 19 anos). De acordo com o Ministério da Saúde, dentre as causas de abandono escolar, 18% corresponde a gravidez na adolescência. Em Santarém, os índices não diferem do nacional. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), é comum a presença de mães adolescentes, por isso a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vem desenvolvendo programações nestes locais com informações, tendo como base a campanha de prevenção da gravidez na adolescência. As atividades, com rodas de conversa, são coordenadas pelas equipes do programa Estratégia de Saúde da Família.
O diálogo é uma importante ferramenta nessa luta, por isso, na manhã de quarta-feira (12) a Unidade de Saúde de Aparecida/Caranazal recebeu adolescentes que são assistidos pelo local, como informou o enfermeiro Augusto Cesar Loureiro de Sá.
“A campanha é um trabalho preventivo em relação à gravidez indesejada das adolescentes, que não estão preparados para assumir, ou terem uma responsabilidade para conduzir uma gravidez, nesta fase, que é direcionada para o estudo e para o desenvolvimento rumo a vida adulta. Estamos hoje com adolescentes que recebem atendimentos aqui na Unidade, dos 10 aos 19 anos”, informou o enfermeiro Augusto Cesar Loureiro de Sá. O adolescente Kauã, de 14 anos, comentou sobre a roda de conversa. “Na roda de conversa falamos sobre a gravidez na adolescência. Falamos, também, sobre a falta de estrutura financeira e psicológica dos adolescentes quanto a gravidez, a morte de adolescentes e da criança nesta fase, pelo corpo ainda não estar preparado para esse momento. Muitos não se sentem à vontade de falar com os pais, por conta da vergonha de falar sobre o assunto. Também foi alertado sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), por conta da falta de conversa sobre os riscos de não se prevenir”.
A secretária municipal de Saúde, Dayane Lima, destacou o engajamento dos profissionais. “Todos os nossos profissionais estão de parabéns, pelo engajamento desta semana que traz informações para os adolescentes do nosso município, no sentido de prevenir uma gravidez indesejada e explicar suas consequências, ou mesmo alertar sobre as IST’s”, disse.
Além da Unidade de Saúde Aparecida/Caranazal, outra UBS que promoveu roda de conversa foi a do bairro Nova República, na terça-feira (11). O evento foi realizado no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
“Estamos com essa roda de conversa para os adolescentes que são atendidos pelo CRAS da Nova República para informar e tirar dúvidas. Os adolescentes compartilharam suas experiências. Foram abordados, os cuidados, riscos e consequências de uma gravidez na adolescência, com a contribuição de uma psicóloga e de farmacêutica”, explicou a coordenadora da Unidade, enfermeira Shirleide Oliveira.
Também realizaram rodas de conversa, as Unidades de Saúde do Maicá, Santana, Santo André e Maracanã.
PREFEITURA E MPT UNEM FORÇAS EM ENFRENTAMENTO AO TRABALHO INFANTIL: O trabalho infantil é um problema sério no Brasil que fere os direitos das crianças de desenvolver atividades inerentes a infância. Apesar da queda no índice da exploração, esse mal deve ser combatido e a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras) e a equipe das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Aepeti), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) atuam na campanha de enfrentamento ao trabalho infantil.
Na tarde de terça-feira (11), os agentes sociais dos órgãos e do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Ribeirinho visitaram hotéis, restaurantes e embarcações levando informações sobre a campanha aos gerentes e proprietários dos estabelecimentos e fixando cartazes com o tema.
A professora do município de Juruti, Zilene Pereira, que estava em uma das embarcações visitadas pela equipe observou ser fundamental a promoção de campanhas para proteção de crianças e adolescentes. “Eu acho muito importante conscientizar as pessoas no combate ao trabalho infantil.”
“Eu trabalho com educação, defendo a premissa que lugar de criança é na escola. É muito significativa essa divulgação, todos nós devemos estar em alerta, a criança tem que estar dentro da sala de aula, ela pode ajudar nas atividades em sua casa, mas sem ser um trabalho forçado”, observou o também professor Eleutério Araújo de Lima.
A coordenadora da equipe Aepeti, Carise Pedroso, pontuou sobre a ação. “Os locais escolhidos para receberem a fixação dos cartazes têm um grande fluxo de pessoas, principalmente nesse período em que a cidade recebe muitos turistas, o nosso objetivo é enfrentar o trabalho infantil e devemos proteger nossas crianças e adolescentes. Todos devem levar adiante esta campanha”.A primeira campanha de 2020 de enfrentamento ao Trabalho Infantil “Se for para trabalhar, que seja trabalho escolar” foi lançada na quinta-feira (06), no plenário da Câmara Municipal.
No mês de março – de 03 a 13 – de 08h às 12h, em local a ser definido, 800 policiais militares serão capacitados para apoiar o enfrentamento ao trabalho infantil.