Além da degradação ambiental, proliferação de lixões no entorno do Juá ameaça segurança aérea
Lixões tomam conta da paisagem no entorno do Lago do Juá, em Santarém. A degradação ambiental ocasionada pelo descarte irregular de resíduos, também é acompanhada pelo perigo iminente à aviação, pois a área fica próxima ao Aeroporto Internacional Maestro Wilson Fonseca. A grande quantidade de lixo atrai aves diversas, em especial urubus.
Moradores e visitantes se deparam com vasos sanitários, colchões, guarda-roupas, restos de restaurante, copos descartáveis, e até mesmo lixo hospitalar. A percepção que se tem, é que a região tornou-se um grande complexo de lixões a céu aberto.
“A cada dia, a situação se agrava, e algo precisa ser realizado para que a situação não saia do controle”, afirma o presidente da Associação dos Moradores da Rua Paraíso do Juá e Alameda Espírito Santo do Juá (AMARJUÁ), Uilses Tavares.
“Infelizmente a população encontrou um local próximo da cidade, para jogar os seus resíduos sólidos, porque eles não encontram na prefeitura, não encontram nos órgãos públicos, uma política ambiental adequada. Não encontram programas ambientais adequados. O cidadão às vezes é chamado de mal educado, mas ele não tem como descartar em local adequado, apropriado, o seu resíduo sólido. Então, acaba procurando um local mais próximo, aqui da rodovia Fernando Guilhon”.
Além da questão ambiental, Tavares chama atenção para questão turística. Segundo ele, o visitante sai do Aeroporto para conhecer as belezas naturais da região amazônica, e se depara com lixo às margens da rodovia Fernando Guilhon. “É isso que queremos alertar, denunciar para que os órgãos públicos, os vereadores, os candidatos a vereador e prefeito nesta campanha eleitoral de 2020, que impunham também a bandeira do lixo. Porque isso faz parte das políticas públicas que envolvem toda uma administração”.
“Nossa Associação implantou uma lixeira, para que os próprios moradores associados pudessem descartar seu lixo de forma adequada nesse local. Contudo, todos os moradores do entorno, acabam depositando lixo na nossa lixeira, entupindo-a. Até que ponto vão querer que isso chegue? Então, temos que denunciar agora enquanto está dentro de um certo controle, para que isso não continue”, diz Uilses.
Para ele, o poder público precisa urgentemente agir para coibir a situação. “Coloquem placas; coloquem avisos e faixas. Façam uma educação ambiental nas escolas, para que os estudantes levem para os pais, para que os adultos não venham a jogar lixo de forma inadequada”.
Mário, outro morador indignado com a situação, diz que os lixões também dificultam o acesso às residenciais. “O que estamos acompanhando aqui é um descaso total. Ninguém faz nada por nós. Aqui, já é uma estrada perigosa, e com muito lixo, fica pior ainda. As pessoas não conscientizam, não cooperam. Jogam o lixo na estrada mesmo, se quer são capazes de tirar um pouco o carro para despejar o resíduo. Aqui é comum encontrarmos animais mortos, inclusive cavalos”, expôs o comunitário.
NOTA INFRAERO: Solicitamos o posicionamento da Infraero quanto ao despejo irregular de lixo nas áreas próximas do Aeroporto Internacional de Santarém. Segue:
“A Infraero esclarece que mantém diálogo constante com os órgãos municipais responsáveis pela identificação e retirada de resíduos no entorno do Aeroporto de Santarém (PA). Além disso, são realizadas ações de conscientização ambiental com a comunidade e inspeções mensais com o objetivo de mitigar o acúmulo e o descarte irregular de lixo. Cabe frisar ainda que a Infraero atua dentro do sítio aeroportuário para minimizar a presença de aves. São realizadas ações de afugentamento desses animais, com a utilização de diversas técnicas, entre elas o uso de viaturas com a sirene acionada em toda a extensão da pista antes do pouso de aeronaves para fins de dispersão. A área do aeroporto também recebe inspeções semanais com o intuito de identificar possíveis focos atrativos de fauna, além de manutenção da vegetação existente para dificultar a permanência de espécies animais”.
RG 15 / O Impacto