Indígena picado por cobra morre sem assistência médica e povo Kamaruara cobra Sesai e Samu
O povo indígena Kamaruara emitiu no início desta semana uma carta manifestando revolta contra a Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por não prestarem a devida assistência a um indígena identificado como Alberto Castro Bispo, pertencente à aldeia Mapirizinho, às margens do Rio Tapajós.
Ele foi picado por uma cobra surucucu na manhã de domingo, dia 6. Alberto teria conseguido ainda se locomover até a aldeia, onde os moradores se mobilizaram para ajudá-lo.
Eles ligaram para a Sesai e o Samu para fazerem a remoção da vítima para Santarém, mas enquanto a primeira disse que não tinha “hora vôo” para fazer a remoção dele via helicóptero e muito menos marinheiros para irem de lancha, a segunda afirmou que não teria como ir até o local porque a equipe que atende aquela área estava fazendo outro serviço na região do Lago Grande.
Foi apenas no fim de tarde que uma equipe chegou até o local e levou Alberto Castro para a Santarém, mas já era tarde e ele havia morrido.
“O parente chegou às 19h em Alter do Chão, desacordado, tarde demais. Perdemos mais um Kumaruara por negligência (…). Esse é um caso relatado, de muitos que acontecem na Amazônia com indígenas quilombolas e ribeirinhos. Continuamos sem acesso a saúde pública de qualidade dentro da nossa realidade”, relata o povo Kumaruara em carta.
RG 15/O Impacto