Artigo – As Redes 5G são tão importantes quanto rodovias
Por Oswaldo Bezerra
Existem quatro itens primordiais que influenciam no processo produtivo e no fluxo de mercadorias e pessoas, proporcionando o crescimento econômico. São eles o transporte, a energia, as telecomunicações e o saneamento ambiental. Por isso, hoje a implantação do 5G é tão importante quanto o asfaltamento das rodovias.
Segundo a OMDIA e a Nokia, a quinta geração de redes móveis deve gerar mais de R$ 5,5 trilhões ao Brasil, nos próximos 15 anos. Em nosso país existe já uma demanda para construção de 4000 antenas 5G. Isso não será possível antes da novela do leilão das faixas de frequência no país, que só deve acontecer no início de 2021.
Só notamos que estamos ficando para trás quando nos comparamos com nosso maior parceiro comercial, a China. O avanço do país asiático já os tornou o maior mercado de 5G do mundo, com mais de 110 milhões de planos ativos, segundo a Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação (CAICT).
A construção do 5G na China adiantou muito este ano. Foram construídas, até setembro (só em 2020), 690 mil estações-base 5G, de acordo com o regulador do setor nesta última quinta-feira. Este número foi a meta anual de construção 5G atingida com antecedência.
A China consolidou sua posição como líder global em tecnologia sem fio 5G e já responde por 70 por cento das conexões 5G globais neste ano, segundo a Global System for Mobile Communications Association, uma associação internacional de operadoras móveis.
A China já tem importante participação nos serviços de telecomunicações no Brasil. No total, 50 por cento dos insumos fornecidos para as empresas de telecomunicações em nosso país são feitos pela Huawei. Por submissão aos EUA, nosso governo deverá excluir a empresa chinesa do 5G no país. Isso vai atrasar ainda mais sua implantação no Brasil, em pelo menos quatro anos.
O 5g será o grande vetor de crescimento após a pandemia. Um banimento da Huawei, além de atrasar nosso 5G, manda um recado ao mundo. Coloca-nos com um país não mais livre e soberano para investimentos, o que deve afastar ainda mais o capital estrangeiro. Na guerra comercial entre EUA x China, o governo brasileiro deveria sim escolher um lado, o lado do Brasil.
RG 15 / O Impacto