Artigo – O desenvolvimento humano atrasado pela estupidez humana

Por Oswaldo Bezerra

O incêndio criminoso da biblioteca de Alexandria atrasou a conhecimento científico da humanidade em dois mil anos. Acredita-se que 700 mil rolos de papiro faziam parte do acervo daquela Biblioteca. Na época, 100 funcionários trabalhavam em seu funcionamento.

Apenas alguns fragmentos conseguiram ser recuperados. Esses trechos nos fazem ter uma noção de quanto conhecimento foi perdido para sempre, e do que as gerações seguintes, incluindo a nossa, foram privados.

Por exemplo, existem resquícios de que Aristarco de Samos havia escrito, ainda no século III a.C, que era a Terra que orbitava em volta do Sol, assim como outros planetas. Foi preciso cerca de dois mil anos para que Nicolau Copérnico redescobrisse o heliocentrismo, apresentando sua ideia em 1530. Outro exemplo é a pesquisa de Heron de Alexandria, que criou um primeiro motor a vapor cerca de dois mil anos antes de James Watt.

Além das descobertas sobre Astronomia, Matemática e registros históricos, também havia técnicas de Medicina que, se não tivessem sido perdidas, teriam sido muito úteis no desenvolvimento desta Ciência.

Parece que estamos voltando aos tempos sombrios. Desta vez, não é por conta do fanatismo religioso ou por guerras, mas por conta das ideologias. Hoje, a American Geophysical Union (AGU) pediu desculpas aos cientistas russos, por não aceitarem seus artigos científicos, em razão às sanções, e convidou os autores a se candidatarem novamente.

A AGU informou que após um exame completo do processo, pelo qual o manuscrito passou, se convenceram que estavam errados. Os artigos não foram aceitos por consideração de sanções. Pediram desculpas aos autores.

A AGU havia rejeitado, por exemplo, um pedido do Instituto de Física Aplicada da Academia Russa de Ciências, para publicar na revista Geophysical Research Letters, o artigo intitulado “A nova ligação entre El Niño-Oscilação Sul e eletricidade atmosférica”. A organização então argumentou que não poderia considerar o trabalho científico, pois foi financiado pelo governo russo e pelo Ministério da Educação daquele país.

Hoje, a AGU convidou os autores a solicitarem novamente a publicação do artigo. A organização frisou que, desta vez, a investigação será considerada da mesma forma que as outras candidaturas e que a decisão sobre a publicação será tomada apenas com base no seu valor científico.

Albert Einstein pregava que há apenas duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana. Contudo, o cientista alemão afirmava que não tinha certeza da primeira.

RG 15 / O Impacto

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