Artigo – A saída dos EUA do Acordo de Paris acaba com a sinergia global na mudança climática

Por Oswaldo Bezerra

Mesmo durante a tensa apuração dos votos para presidente dos EUA, foi tomada a decisão por Washington de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. Decisão esta que já entrou em vigor na última quarta-feira.

 

Para comunidade internacional chegar a um acordo foi através de muitas lutas e reuniões. Os Estados Unidos são agora o único, dos 197 signatários, a se retirar do acordo. Claro, esta decisão abriu caminho para alguns outros países perderem o interesse em suas próprias ambições e compromissos.

 

Para o bem comum de todos os seres vivos, há motivos de sobra para os EUA, não apenas reduzirem suas próprias emissões, mas também cumprirem suas responsabilidades como líder global para mobilizar a ação sobre a mudança climática.

 

Os norte-americanos são responsáveis ​​por 15% das emissões globais dos gases do efeito estufa. É o país com o maior volume de gases de efeito estufa, quando medido em uma base per capita. Os gases de “efeito estufa” que foram emitidos durante todo desenvolvimento industrial dos EUA nas últimas décadas, a maior e mais forte economia do mundo, dá a eles a maior dívida de redução de emissões com o mundo.

 

Em vez de fazer esforços para pagar essa dívida, os EUA não chegaram nem perto de cumprir sua meta estabelecida na cúpula do clima em Paris, em 2015, para reduzir as emissões em 26% a 28% até 2025. Eles também falharam em manter seu compromisso de duplo financiamento para inovação, pesquisa e desenvolvimento de energia limpa até 2021.

 

Washington tem continuamente recuado quanto ao desenvolvimento de recursos de energia limpa e combustíveis fósseis. O líder dos EUA até nega a ciência sobre as mudanças climáticas.

 

Em comparação, a China definiu a meta inicial no Acordo de Paris para que suas emissões de gases de efeito estufa atinjam o pico até 2030. E o presidente Xi Jinping anunciou no mês passado a meta do país de neutralidade de carbono até 2060. A China também está investindo mais dinheiro do que qualquer outro país no desenvolvimento de energia de baixo carbono, além de veículos elétricos para substituir os combustíveis fósseis.

 

A ação de Washington demonstrou ao resto do mundo não só o egoísmo, mas também uma miopia em relação à mudanças climáticas. Negaram o fato de que sua participação e liderança são essenciais para que o mundo avance no enfrentamento das mudanças climáticas. Além disso, ignoraram que sua retirada, do acordo global, afetará seriamente o esforço da união de todos os países neste sentido.

 

Por outro lado, Joe Biden propôs um plano de US$ 1,7 trilhão para levar os EUA a uma emissão líquida zero até 2050. O político de Delaware afirmou que, se for eleito presidente, uma das primeiras coisas que seu governo fará é solicitar a reintegração ao Acordo de Paris.

 

Mesmo assim, muito trabalho deverá ser feito para compensar os danos que sua retirada causou ao fórum multilateral. Além disso, o mundo pode confiar que os Estados Unidos não se retirarão novamente?

 

O mandatário chinês Xi Jimping falou, em seu discurso na Cúpula das Nações Unidas sobre Biodiversidade, em outubro, que os países têm uma participação comum como passageiros no mesmo barco e precisam aumentar seu senso de responsabilidade e fortalecer suas ações para enfrentar o desafio das mudanças climáticas sob os auspícios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e o Acordo de Paris, que constituem a base legal para a governança ambiental.

 

RG 15 / O Impacto

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