Os desafios de Alberto Batista na presidência da FACIAPA

No dia 30 de outubro de 2020, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará (Faciapa) elegeu através de Assembleia Geral o santareno Alberto Batista como presidente para o biênio 2021/2022.

Com a chapa “União para Avançar”, o empresário, que já é presidente do Sindilojas de Santarém, tem agora o desafio de debater quais as melhores estratégias para o desenvolvimento de cada região do estado, de acordo com as suas particularidades, atuando junto aos Poderes Públicos, e objetivando a consolidação das Associações Comerciais em cada município. A Faciapa é uma entidade que engloba os segmentos do comércio, indústria, produção rural e serviços.

Alberto Batista foi entrevistado pelo jornalista Oswaldo de Andrade. Para o âncora da TV Impacto detalhou como foi o processo eleitoral e quais os seus planos para a sua gestão que está por vir.  Acompanhe:

Osvaldo – Sua eleição é motivo de muita satisfação por parte do empresariado santareno e da região. Conte-nos o caminho até ser eleito presidente da Faciapa?

Alberto – Realmente aconteceu a eleição para a presidência da Faciapa, que é a Federação das Associações Comerciais do Estado do Pará, na qual fomos eleitos para o biênio 2021/2022, assumindo dia 01 de janeiro, em Belém. Vale destacar que a Faciapa é a federação que reúne todas as associações comerciais do estado do Pará. Ela foi criada em 1983 e desde então têm coordenado o trabalho das associações. Hoje nós temos 56 associações no estado, divididas em macrorregiões, com uma vice-presidência cada.

Osvaldo – Já tivemos ocasião em que outro santareno também ocupou?

Alberto – Sim, nesses 27 anos da federação, logo no início, o próprio estatuto da federação já definia que o presidente da Faciapa seria sempre o presidente da Associação Comercial do Pará, que é sediada em Belém. Depois de muita discussão, muita conversa com as associações do interior, conseguimos alterar esse estatuto. Então logo que o estatuto foi alterado, Olavo das Neves foi eleito o primeiro presidente de fora da capital. Antes havia tido um presidente de Ananindeua, que está localizada na região metropolitana. Então, não o consideramos como sendo do interior propriamente dito. O Olavo presidiu a entidade pela primeira vez e agora vamos ter a oportunidade novamente de uma associação de fora da região metropolitana assumir a presidência dessa instituição, que eu entendo ser uma das mais relevantes do setor econômico e do estado como um todo.

Osvaldo – O que significa, realmente, a presidência de um santareno lá na Faciapa?

Alberto – As associações comerciais, de um modo geral, representam os interesses da categoria dos seus associados, que são os empresários. Existem outras federações como a Federação da Indústria, a Federação da Agricultura, e essas entidades têm um segmento específico que administra aquele setor. Diferente da Faciapa, que dentro dos seus quadros tem indústria, comércio e serviço. Então, a nossa capilaridade no estado e a nossa capacidade de chegar a todas as cidades é muito maior. E certamente estaremos discutindo nesse meu mandado propostas em benefício da nossa economia, nossa categoria, nos mais diversos segmentos empresariais. Para isso temos um plano de ação que deve envolver atividades direcionadas a cada região, respeitando as suas peculiaridades. Nós sempre entendemos que o interesse da economia, do comércio, da indústria e da agricultura no sul do Pará é diferente da nossa aqui do oeste do Pará. E antes se pensavam ações para o estado a partir de Belém, onde esse centro de discussões não conseguia ver esses setores e essas atividades regionalizadas com o seu foco, com as suas vocações. E o que queremos trabalhar é justamente isso, ter na região do oeste do Pará discussões voltadas para as nossas realidades que são diferentes de Marabá, por exemplo, região onde a economia está focada no minério.

Osvaldo – Para saber, como é feita a indicação do candidato à diretoria da Faciapa?

Alberto – O estatuto é muito claro e amplo, no qual qualquer um pode se candidatar desde que esse estatuto seja respeitado. A nossa chapa foi construída através de muito diálogo com todas as associações comerciais, com Marabá, com Castanhal, Santarém, Oriximiná, Belém, enfim, construímos através de um consenso um projeto que foi reconhecido como importante para a nossa gestão, e aí então a nossa chapa se consolidou e fomos vitoriosos.

Osvaldo – Não há problema em ocupar simultaneamente a diretoria da Faciapa e presidência do Sindilojas aqui de Santarém?

Alberto – Pelo contrário, pois elas se complementam. Se por um lado a gente vai trabalhar na federação, pensando com a cabeça do empresário na economia e negociar junto aos governos, tanto o municipal como o estadual e federal; a nossa capacidade de negociação também vai aumentar, pois estamos representando todo um setor produtivo do estado, aliado a trabalhar também a questão da relação empregado/patrão, buscando melhorias tanto para a classe trabalhadora quanto para a classe empresarial. Principalmente nesse momento em que o país atravessa a pandemia, nós precisamos ter muita sabedoria, inteligência e disposição para negociar com o governo e com os bancos, principalmente os estatais, para que haja a flexibilização nas negociações, e também com a categoria sindical. Acho que isso é importante porque é um momento de se preservar empregos e a dignidade das pessoas, o trabalho. E dentro do sindicato aqui do Sindilojas, que é filiado à federação do comércio de Belém, temos esse dever de fazer essa negociação com o objetivo de manter o trabalho, emprego e salário, ao mesmo tempo em que, pela federação, vamos fazer negociações macros para atrair investimentos para cada região do estado do Pará.

Osvaldo – E não podemos finalizar sem abordar a questões locais. Qual a expectativa do Sindilojas e empresariado com a chegada das festas de fim de ano em meio à pandemia?

Alberto – Tivemos uma reunião essa semana, com a presença do Ministério Público e da Justiça Estadual, discutindo a questão do funcionamento do comércio dado o momento crítico que estamos atravessando.  E tivemos a oportunidade de comentar que o setor empresarial, mais especificamente o comércio, desde o início da pandemia tem sido parceiro do poder público e aliado no combate a esse vírus. Tanto é que através da CDL, Sindilojas e Associação Comercial conseguimos produtos de sanitização, que fornecemos para a Defesa Civil. Conseguimos mais de 70 mil máscaras, que foram distribuídas para a população, além de que estamos buscando orientar todos os lojistas para que mantenham as regras de restrições, de distanciamento, de higienização, e de proteção dos seus colaboradores, pois precisamos continuar funcionando. O Lockdown que tivemos no mês de maio causou um prejuízo enorme e difícil de recuperar, e esperamos que não haja necessidade novamente de um fechamento no comércio. O comércio ainda representa a maior fatia do PIB, da geração de emprego aqui do nosso município, então seria terrível termos que passar por essa experiência novamente. Começamos a nos recuperar a partir de junho, mas ainda não recuperamos as perdas que tivemos no período crítico. Então, temos sim contribuído com o poder público e com as autoridades a manter o distanciamento e cuidados necessários.

Osvaldo – Temos que cuidar da saúde, preservar a vida, mas temos que cuidar também da economia, não é?

Alberto – Sem dúvida alguma. Eu acho que a economia e saúde andam lado a lado, se complementam e completam. Uma família pode ter saúde, mas se não tiver recurso, não tiver dinheiro, ela certamente vai adoecer, e estamos imbuídos nesse propósito de recuperação da economia mantendo a qualidade de vida das pessoas.  Se elas forem ao centro comercial vão perceber que temos tido todo um cuidado para que não haja ali contaminação. Mas queremos mesmo poder contribuir com o município e a sociedade como um todo nesse final de ano, pois desejamos que esse natal seja muito bom dentro da nossa realidade. Queremos oferecer o melhor natal que podemos para a população através de produtos e de oportunidade para que eles possam confraternizar. E o comércio vai estar sempre à disposição para contribuir também com a sua parte.

RG 15 / O Impacto

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