Nélio Aguiar: “Vislumbro um grande futuro para Santarém”
No último domingo (29) houve em Santarém o segundo turno da eleição para a prefeitura, fato inédito para o município que somente agora alcançou a marca de mais de 200.000 pessoas aptas a votarem. E com mais de 68% dos votos a decisão do povo foi favorável à reeleição de Nélio Aguiar. O prefeito, que recebeu em sua casa a equipe do jornal O Impacto, em entrevista a Osvaldo de Andrade falou sobre a sua vitória, a campanha eleitoral e quais os planos de sua equipe para o futuro de Santarém. Acompanhe:
Osvaldo – É como muita alegria que nós fomos recebidos pelo prefeito reeleito de Santarém, Nélio Aguiar, em sua residência, pois ele ainda está se recuperando da covid-19. Em primeiro lugar, prefeito, parabéns pela reeleição e pela vitória. E obrigado por nos receber aqui.
Nélio – Eu que agradeço a oportunidade para falar sobre o resultado da eleição. Fazendo a análise, houve reconhecimento das obras do governo que fizemos no primeiro mandato. Nós tivemos também envolvimento de muitas pessoas com o sentimento anti-PT. E quando você é candidato a uma reeleição o seu governo é julgado nas urnas. O eleitor santareno primeiro compreendeu as dificuldades dos dois primeiros anos de mandato onde nós tínhamos dívidas para renegociar, para pagar, e ficamos engessados sem poder executar o nosso plano de governo. Faltou também a parceria do ex-governador, pois não tivemos assinatura de convênios e os mesmos repasses do Governo do Estado como outros municípios tiveram e isso nos prejudicou muito. Já nos dois últimos anos de governo, 2019-2020, que a gente deslanchou, pois ganhamos a parceria com o governo do Hélder e conseguimos transformar Santarém num verdadeiro canteiro de obras. Então eu agradeço a população de Santarém e a Deus pelos 92.372 votos de confiança das pessoas que tiveram a capacidade de compreender a nossa dificuldade nos dois primeiros anos de mandato. E também tiveram o sentimento de reconhecer que o Nélio realmente fez, trabalhou mesmo com as dificuldades, a pandemia e a falta de apoio.
Então agora a nossa responsabilidade aumenta. Muitos prefeitos tentaram a reeleição e não conseguiram, mas a gente conseguiu reconquistar a confiança da população santarena e temos a responsabilidade de continuar esse trabalho. Foi uma eleição em que nos fortalecemos quanto liderança e isso é importante para aumentar o nosso prestígio junto ao governador Hélder quando levarmos os nossos projetos. E ele tem esse compromisso, ligou e se colocou a disposição, parabenizou pela eleição. E vamos continuar com essa parceria. Vamos aumentar também o nosso prestígio junto a Brasília, com os deputados federais e senadores. Esse é um trabalho que aprendemos no primeiro mandato, que nós não temos condições de realizar grandes obras com o que é arrecadado com IPTU. A nossa arrecadação é R$5 milhões de reais por ano, menos de RS500 mil reais por mês, pois apenas 40% da população paga IPTU. Então só conseguiremos avançar com as obras em Santarém se for através de parcerias.
Osvaldo – Durante a campanha e inclusive até antes dela os seus adversários criticaram muito em relação ao Maracanã. O senhor gostaria de falar algo sobre essa obra?
Nélio – o que eu vejo em relação a algumas críticas à obra do maracanã é que elas têm o viés ideológico, e vêm de alguns esquerdistas e de ONGs de ambientalistas que acham que aquilo é intocável, que ninguém pode construir nada. Isso atrapalha o desenvolvimento de Santarém. É claro que uma parte da população não está com esse viés ideológico. E também começaram a mostrar a obra na caixaria, então tem que esperar ficar pronta. Quando tiver o verde lá, o guarda-corpo, iluminação em LED, aí vai ter outro aspecto. Mostraram a obra na fase inicial sem esperar concluir, acho que foi um movimento político. Não fiz no cais de arrimo, como a orla do Mapiri e de Santarém, porque ia alterar o meio ambiente, o curso natural das águas do Tapajós. O modelo passarela foi feito no Maracanã justamente para o Rio Tapajós passar por debaixo e chegar ao outro lado até o lago. E temos certeza de que quando ficar pronto será um novo espaço. E muita gente que critica a praia do Maracanã não frequenta a praia, mas as pessoas que frequentam estão gostando. Os barraqueiros estão gostando, pois aumentou o movimento, a renda deles.
Não acabamos com a praia. O que há é um impacto visual, uma obra de engenharia traz esse impacto, mas a praia permanece do mesmo tamanho. E tem pessoas que já colocam mesas embaixo da passarela, porque faz uma sombra, e ali ficam apreciando o Rio Tapajós. Vai ser um excelente espaço para fazer caminhada, no projeto tem um quiosque para implantação da polícia militar, polícia ambiental para vigiar. É um projeto bonito. Você vai para o Maracanã não só para tomar banho no rio, mas vai ter a opção de ver o pôr do sol, vai ter opções de lazer. Nunca ninguém investiu nada lá. Nós somos o primeiro governo que está fazendo investimento no Maracanã, que é uma praia urbana, e não vamos acabar com ela, vamos fortalecer e aumentar a frequência das famílias e transformar num ponto turístico.
Osvaldo – voltando a questão da eleição, nessa reta final chegaram a panfletar a cidade com acusações pessoais. Como o senhor encarou isso, e agora, depois de eleito, qual será a sua atitude?
Nélio – é muito triste ser atacado dessa maneira. É lamentável que uma candidata mulher, do Ministério Público, promotora de justiça, possa permitir que o seu marketing e seus coordenadores de campanha façam esse tipo de ofensas pessoais, tanto na rádio quanto na televisão, e também mandando confeccionar panfletos. O próprio juiz, na sua decisão, quando mandou tirar tudo do ar, colocou que o espaço é para fazer política, apresentar propostas e projetos e não para fazer acusações e ofender a honra das pessoas, difamar e caluniar. Isso demonstra realmente o desespero, a falta de caráter de pessoas que fazem qualquer coisa pra chegar ao poder. Nós não temos esse projeto de poder, temos um projeto para Santarém que estamos e vamos continuar executando. Não estamos desesperados. Acho que uma pessoa que é mulher, que é esposa e que é mãe fazer esse tipo de atitude não merece o respeito do povo de Santarém e nem o meu respeito. E o jurídico vai cuidar da parte jurídica, porque se tem uma coisa que o ser humano tem que defender até a última instância é a sua honra.
Osvaldo – voltando a questão da administração, o senhor irá mexer na equipe de governo, com divisão de cargos de secretaria em relação a sua coligação?
Nélio – há o planejamento de ter alterações na equipe. Estamos estudando uma estrutura de governo e devemos encaminhar para a câmara uma lei da estrutura administrativa, não muito pela questão partidária, da aliança, pois o nosso compromisso maior é com Santarém e para a gente atender melhor a população nós temos que fazer uma gestão eficiente. É claro que nos partidos a aliança política sempre existe, pois é uma característica da democracia no Brasil. É igual a futebol, você tem que estar em um time. Na política é a mesma coisa, a gente só tem o direito de ser candidato se tiver filiado a algum partido. E como a democracia no Brasil é plural, temos uma quantidade enorme de partidos, que deveriam até ser reduzidos. E ninguém ganha eleição e governa sozinho. Existem as alianças partidárias, mas eu sempre deixei claro que a minha maior aliança é com o povo de Santarém. Minha forma de fazer política não é por interesse próprio, por ganância. A minha forma de fazer política é pelo coletivo, para beneficiar o povo. É para transformar Santarém. Então quem se aliou comigo sabe muito bem como eu faço política. Não colocando interesse de partidos, interesses pessoais acima do interesse da população. Não vamos permitir isso. Se um partido tem um bom nome para ser secretário de educação ou de saúde, é da área, tem o perfil, a gente pode colaborar, mas monto a minha equipe à vontade e sem nenhuma pressão partidária. Se um secretário cometer algum deslize eu que tenho que prestar conta no TCM, no TCE e com a população. Então a gente colocará pessoas que tenham competência para assumir o cargo, que sejam da nossa confiança. Se trair a nossa confiança ou não tiver competência pra governar, a mesma caneta que nomeia é a mesma que exonera.
Osvaldo – o senhor deve ter ouvido críticas sobre “ter trabalhado somente no último ano na véspera de eleição”. O senhor citou uma série de obras dizendo que há muitas obras iniciadas. Elas vão ser concluídas, prefeito?
Nélio – Com certeza. As pessoas às vezes não entendem que a burocracia da administração pública é muito grande. Tem o projeto, a captação de recurso, a licitação, a ordem de serviço e então tudo isso leva tempo. A gente fez todo um planejamento e plantou lá atrás para colher agora. As máquinas continuam trabalhando, as ruas continuam sendo asfaltadas, e vamos aproveitar esses últimos dias de verão para continuar a executar as obras que a gente planejou. A campanha terminou, mas o meu compromisso continua sendo realizado. Não são obras eleitoreiras.
Osvaldo – Final de ano chegando o natal. Como é que está o pagamento do funcionalismo? Tudo tranquilo, sem problema?
Nélio – Está tudo sobre controle e sem problemas. A gente vem pagando o funcionalismo religiosamente em dia, a educação a gente paga todo dia 25 de cada mês, 13º a gente já pagou 40% e falta agora 60% para pagar em dezembro. Temos um “provisionamento”, um recurso que é separado todo mês e que não usamos justamente para honrar o compromisso com os nossos servidores públicos.
Osvaldo – Santarém vai viver um momento diferente agora, pois o seu vice, José Maria, ganhou uma vaga para assumir na assembleia legislativa como deputado. Como o prefeito reeleito vai trabalhar essa possível saída do vice?
Nélio – Quando o Zé veio candidato a vice a gente não tinha o resultado definitivo da eleição de Barcarena, onde foi eleito para prefeito alguém que já era deputado estadual do PL. Com isso ele vai precisar renunciar ao mandado de deputado e o suplente dele é o Zé Maria Tapajós. Isso vai dar um efeito dominó, pois eu acredito que o Zé Maria também vai renunciar. Ele vai ser diplomado vice-prefeito dia 18 de dezembro, mas com a renúncia do deputado estadual Ogawa ele será convocado no lugar. Foi alterada a lei orgânica para que durante seis dias de ausência do prefeito não precise haver substituição, porém, se passar desse período o presidente da câmara é o primeiro a assumir no caso de vacância do vice. O Zé ajuda muito como vice, mas como deputado estadual ele vai poder ajudar muito mais. Mesmo com a parceria que nós temos com o governador Helder, as decisões políticas que ocorrem na capital têm acontecido sem ninguém estar lá defendendo os interesses de Santarém. Então muitas coisas são decididas que beneficiam Ananindeua, a região metropolitana, mas não chegam para a gente. Então ganharemos muito, pois agora o Zé vai estar em Belém toda semana como deputado estadual e vou poder pedir ajuda.
Osvaldo – o senhor está falando isso depois de ter conversado com ele ou é uma preferência sua?
Nélio – é a minha opinião e meu desejo, mas a decisão pessoal é dele. Mas entre ele continuar me ajudando como vice e ser deputado é muito melhor ter o Zé como deputado estadual, pois precisamos ter alguém daqui para cuidar dos interesses de Santarém na capital. E para terminar quero agradecer ao povo de Santarém e dizer que estou cheio de esperança e vou trabalhar muito mais nesse segundo mandato. Nossa expectativa é que agora tenhamos mais resultados e que seja muito melhor do que o primeiro. Agora eu sei onde deu certo e onde houve falhas e tenho como corrigir esses erros e acertar mais. Esperamos dias melhores. Vislumbro um grande futuro para Santarém.
Por Thays Cunha
RG 15 / O Impacto
Nélio seu cabeça chata, aquela obra do Maracanã foi uma cagada maiúscula do teu governo, esse papo furado de esquerdista é coisa de bolsonazistas idiota. E cadê os “SEM” ônibus novos seu ventríloquo incompetente do Hélder ?