Helder presta contas ao Giac sobre medidas adotadas para conter avanço da covid-19
A situação da pandemia de covid-19 no estado do Pará foi tema de uma reunião realizada na tarde de terça-feira (2) entre a coordenadora do Gabinete Integrado de Acompanhamento da covid-19 (Giac), Célia Delgado, e o governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB). O governador apresentou relato detalhado das medidas adotadas desde o início do ano para conter o avanço da doença. A proximidade com o estado do Amazonas, que enfrenta explosão de casos e colapso no sistema de saúde torna a situação do Pará mais preocupante. Além disso, já houve registros de que, assim como no estado vizinho, pacientes morreram por falta de oxigênio.
O encontro presencial, realizado em Brasília foi mais uma etapa do diálogo estabelecido entre o Giac e o governo do Pará. Na semana passada, a subprocuradora Lindôra Araújo – que também participou da reunião desta terça-feira – havia conversado por telefone com Hélder Barbalho. Na oportunidade, o que mais preocupava era a falta de oxigênio em municípios próximos a Santarém. Sobre o tema, o governador afirmou que a situação está equacionada. Segundo ele, o estado adquiriu 500 cilindros, sendo que os dois primeiros lotes (360 cilindros) já foram entregues, e o último deve chegar à região neste fim de semana. Além disso, foi adquirida uma micro usina para produção do oxigênio medicinal.
O governador reconheceu a gravidade da situação mas garantiu que, neste momento, não há desabastecimento de materiais e insumos imprescindíveis para o atendimento, o que inclui, além do oxigênio, leitos clínicos e de UTIs, agulhas, seringas e medicamentos. Informou ainda que, desde o início do ano, as atenções estão voltadas para a região oeste do estado, que faz divisa com o Amazonas e inclui 20 municípios. Em relação ao número de leitos, conforme dados apresentados pelo governador, a região saiu de 79 para 225. Segundo Barbalho, o estado tem atualmente 6 milhões de unidades de seringas.
A lista de providências informadas inclui o controle do trânsito de passageiros entre os estados do Amazonas e do Pará, o aumento de leitos clínicos e de UTIs, a transferência de 98 pacientes de municípios menores para os três de referência na região (Juruti, Itaituba e Santarém), e até lockdown em 13 cidades. “Decretamos no último fim de semana, com previsão inicial de 15 dias, mas podemos reavaliar com base em informações do nosso comitê científico”, explicou, completando que a fiscalização do cumprimento das medidas tem sido feita pela Polícia Militar. O principal objetivo é evitar a proliferação da nova variante do vírus, registrada em Manaus.
Após ouvir as explicações do governador, a subprocuradora revelou preocupação com o avanço do número de casos, não só no estado do Pará, mas em todo o país. Pediu que sejam redobrados os cuidados em relação ao transporte de passageiros para conter a transmissão das novas variantes do vírus, assim como as aglomerações de pessoas em espaços públicos.
Ao explicar o trabalho que tem sido desenvolvido pelo Giac, a subprocuradora enfatizou que o propósito é fazer a interlocução com todos os envolvidos de forma ágil para que possam ser asseguradas as melhores condições possíveis para o atendimento da população. “Não adianta apenas mandar uma recomendação a um gestor, se ele não tiver condições de cumprir. Precisamos equacionar a questão, saber por que não é possível fazer, o que pode ser viabilizado e de que forma. É como temos trabalhado”, resumiu.
RG 15 / O Impacto com informações do MPF