Artigo – Capitã Cloroquina, a sombria produção cearense

Por Oswaldo Bezerra

Quando ando de carro pelas ruas de Fortaleza, a capital alencarina, costuma estabelecer um prazer em dirigir com a audição da Rádio Universitária. Nela podemos ouvir uma refinada boa música, jornalistas excelentes que, afinal de contas são professores universitários de jornalismo e um diminuto tempo comercial. Nesta rádio há um espaço aberto para debates sobre temas de interesse da sociedade e para prestação de serviços.

Conheci um ex-diretor desta rádio que me explicou as dificuldades da implantação da emissora da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ele que é uma pessoa muito ligada a esta Universidade foi formado jornalista lá mesmo. Durante a conversa ele, que é um mulato, me contou que seu filho, um médico, também foi formado pela UFC formado em Medicina pela própria UFC.

Durante nossa conversa ele se mostrou decepcionado e me confidenciou uma tristeza, uma vergonha em sua vida. Ele contou que considera o filho dele um negro. Por isso, ele nunca o perdoou por uma de suas atitudes.

Tudo aconteceu em 2013. Uma médica do Hospital Geral de Fortaleza arregimentou um batalhão de médicos para irem recepcionar os médicos cubanos no aeroporto de Fortaleza. A médica que organizou a vergonhosa recepção era Mayra Pinheiro. Esta médica é hoje uma das principais figuras da saúde do governo federal. Um dos médicos do batalhão racista era o filho do ex-diretor da Radio Universitária.

O jornalista nunca perdoou seu filho pelo ato e nunca mais aceitou falar com o filho. O ex-diretor da rádio universitária questionava como que o filho, que ele considera negro, pôde ir até ao aeroporto de Fortaleza chamar os médicos cubanos de “macaco” em um ato racista?

Foi um dos atos mais vergonhosos de racismo que o Brasil testemunhou. Devido à organização do ato racista no aeroporto, a Dra. Mayra Pinheiro foi afastada do Hospital Geral de Fortaleza. Desde este dia o ex-diretor da Radio Universitária deixou de falar com o filho.

Com uma atitude tão extrema, claro, foi bem vista pelo atual governo federal. Ela foi nomeada secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde. Tratou de expulsar os médicos cubanos do Brasil e é hoje uma ferrenha defensora da não permissão de trabalho para médicos brasileiros formados no exterior.

A médica pediatra foi também uma peça fundamental do governo contra o uso de vacinas e principal defensora do uso da Cloroquina no tratamento da Covid-19. Por estas atitudes a médica ganhou o codinome de “Capitã Cloroquina”.

Em um cargo tão importante claro que as tragédias viriam. Ela foi uma das principais responsáveis pelo caos do Amazonas. Por isso foi convocada a CPI, em um ato de covardia pediu ao STF direito ao silêncio em seu depoimento.

O presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), criticou a médica “Capitã Cloroquina” afirmando que ela fez do Amazonas uma de cobaia e vai ter que responder sobre a medicação que ela propagou. Ela foi para dentro dos hospitais pressionar médicos para usar cloroquina, disse ele.

Mayra Pinheiro também terá que explicar sobre o aplicativo desenvolvido pelo Ministério da Saúde, o TrateCov, recomendando o uso de cloroquina para tratar pacientes de covid-19, mesmo sabendo que o remédio é ineficaz. À CPI, Pazuello disse que a ideia foi da secretária, mas o programa “nunca teria sido lançado oficialmente”, em mais uma mentira do ex-ministro no depoimento.

Para um estado que já produziu um Miguel Arrais, um Castelo Branco, um Padre Cícero, um Dom Helder Câmara, um Bezerra de Menezes, uma Florinda Bulkan, um Tasso Jereissati, um Ciro Gomes, um Dragão do Mar o maior líder abolicionista do Brasil, ter em seu currículo uma Capitã Cloroquina é uma tristeza.

Esperemos que os outros dois cearenses, pai e filho, voltem a se falar. E que pessoas que, evidentemente, farão uma má gestão, principalmente na área de saúde, jamais recebam cargos como este. Esperemos que todos no Brasil sejam, vacinados e que o Brasil volte a ter esperança. A vida é o que temos de mais valor no mundo.

RG15/O Impacto

4 comentários em “Artigo – Capitã Cloroquina, a sombria produção cearense

  • 23 de maio de 2021 em 20:25
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    Morreu muita gente desnecessariamente por causa destes irresponsáveis do governo milicinao

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  • 23 de maio de 2021 em 12:59
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    Cuba só forma médicos para exportação como mão de obra escrava, pois a ditadura fica com 75% do salário de cada escravo enviado ao exterior ! O embuste comunista de que “defende os trabalhadores”, kkkkkkkkkkkkkkkkk…

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  • 23 de maio de 2021 em 12:54
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    Como bom comunista, vem aqui escrever mentiras, hein vermelhão ! A cloroquina, assim como a ivermectina, já tem uso recomendado até pela China e pela OMS. Quando recomendado que fosse aplicada a cloroquina em Manaus, um grupo de médicos ptralhas aplicou superdosagem nos pacientes, levando-os à morte ! E agora vc vem culpar essa médica pelos assassinatos ? Chega de mentiras, crie vergonha !

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