Artigo – Quando o pesadelo da pandemia parecia terminar, duas notícias ruins chegam para nos desanimar

Por Oswaldo Bezerra

O mundo todo caminha para o fim do pesadelo da pandemia de Covid-19. O motivo é a vacinação em massa em todos os países que restringe cada vez mais a transmissão do vírus. No entanto, duas notícias nos trazem desânimo. A primeira é que a Covid vai nos deixar sequelas psicológicas a longo prazo, a segunda é a relação da doença com o fungo negro.

Um estudo na área de saúde mental analisou os efeitos a longo prazo sofridos por pacientes COVID-19 recuperados. Descobriu-se que uma em cada três pessoas teve sequelas neurológicas ou psiquiátricas seis meses após a infecção aguda.

Já foram comprovadas evidências de que o vírus tem um impacto de longo prazo na saúde física, mental e neurológica. Esses são sintomas que os médicos observam desde o início da pandemia em Wuhan, e que após 12 semanas são chamados de “COVID longo”. Os relatos foram expostos no encontro online “COVID-19 e seus efeitos de longo prazo no nível do cérebro: revisando novos dados”.

Neste encontro ficou evidenciado que o SARS-CoV-2 é um vírus com “predileção” pelo sistema nervoso central.O transtorno mais típico é a ansiedade, mas também houve casos de psicose, derrame cerebral, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno delirante ou paranoide e até mesmo demência e parkinsonismo.

Na área psiquiátrica, depressão e ansiedade são detectadas em 25% dos recuperados; distúrbios do sono, em 11%, e problemas de saúde mental inespecíficos, 7%”. Entre as doenças mais raras, foi evidenciada aparanoia e o transtorno de estresse pós-traumático.

Segundo os cientistas, os pacientes que ficaram internados ou tiveram apresentações mais graves são aqueles que desenvolveram mais quadros de transtornos de humor, estresse pós-traumático e tiveram maior comprometimento de longo prazo, enquanto aqueles que estavam quase assintomáticos tiveram consequências mais leves.

O encontro deixou destacado que a nova realidade criada pela pandemia, por exemplo, quarentena, confinamento, restrições, etc., também contribuiu para o estado de saúde das pessoas, aumentando os casos de ansiedade e transtorno depressivo.

A outra notícia ruim é que nosso vizinho Uruguai e aqui no Brasil já foram confirmados casos do “fungo negro” letal em pacientes com COVID-19. O surgimento dos primeiros casos de “mucormicose” ou “fungo negro” associado ao coronavírus abalou mais uma vez cientistas e pacientes.É uma infecção considerada letal por apresentar mortalidade de 50%, que passou a surgir em pacientes com diagnóstico de COVID-19. Até junho de 2021, a Índia havia notificado mais de 9.000 casos do “fungo negro” ligado ao coronavírus, número de infectados muito superior ao usual em uma infecção antes considerada rara.

Até há pouco, o fungo negro era uma doença exclusiva de pacientes com diabetes não controlada, AIDS ou imunossuprimidos em geral, já que o fungo aproveita a perda das defesas das pessoas para atacá-las. Nos casos mais graves, o fungo causa a morte do tecido, que deve ser amputado como único tratamento, causa também a cegueira.

O primeiro caso latino-americano de fungo negro foi relatado em 25 de maio em Montevidéu. Segundo o jornal El País, do Uruguai, a infecção ocorreu em um paciente diabético com menos de 50 anos, que havia se recuperado do COVID-19 há cerca de dez dias. A mucormicose foi detectada por necrose que o homem apresentou nas membranas mucosas.

Os temores aumentaram quando, em 2 de junho, o Hospital de Clínicas de São Paulo relatou o primeiro caso de mucormicose em paciente com COVID-19. Foi a primeira confirmação após vários casos suspeitos analisados ​​em Santa Catarina e Manaus.

Em consonância com as recomendações de outros países, o hierarca mexicano afirma que, para evitar esse tipo de infecção, é recomendado não abusar de corticosteroides em pacientes com COVID-19.

Todo o pesadelo que passamos com esta pandemia só acabará quando pelo menos 80% da população esteja vacinada com as duas doses. O governo federal precisa acelerar o processo de vacinação em massa.

RG 15 / O Impacto

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