Infraestrutura precária na ponte do Mapiri causa transtorno a moradores

Por Diene Moura

”Fizeram apenas uma reforma mal feita nesse período todo, na maior parte das vezes são os pescadores que se mobilizam. Porque se esperar pela prefeitura, eles sempre afirmam que está no período de inverno, não tem como trabalhar, o recurso está pouco”, disse um morador, indignado com as precárias condições da ponte do Mapiri.

Construída para facilitar o acesso de moradores aos bairros Mapiri e Maracanã, é ‘marcada’ pela ação do tempo e a falta de manutenção em sua infraestrutura. Ao longo dos cerca de 520 metros de ponte, é possível constatar as condições de risco e abandono que se apresentam atualmente, como madeiras podres e soltas, enormes buracos, pregos expostos, além dos riscos de acidentes na área que é utilizada por pedestres, ciclistas, pescadores e até motociclistas que escolheram, o meio ‘mais viável’ de se locomover.

Como o seu Inácio Santos, que usa a ponte para evitar o tráfego maior de outras vias públicas.  “Porque aqui é um acesso que minimiza mais o trânsito, comparado ao que é ali na Cuiabá, que é muito perigoso por lá, já fui até atropelado uma vez na BR. Por isso que eu evito andar por lá, só ando por aqui, mas fica dificultoso por causa dessa buraqueira que fica aí em cima, fica difícil passar aqui, vai mais empurrando a bicicleta do que em cima”, disse o usuário da ponte.

O usuário assíduo da ponte destaca ainda que desde quando foi construída, nunca foi reformada. Segundo ele, as reformas paliativas são mobilizadas  pela população dos entornos da ponte que se vê obrigada a utilizar de seus próprios meios.  “Sempre prometem que vão arrumar. Porque de reforma mesmo, fizeram apenas uma mal feita aqui. Só uma vez, nesse período todo, na maior parte das vezes é o pessoal daqui mesmo, os pescadores que se mobilizam”.

De acordo com os moradores, a ponte foi construída sob o lago do Mapiri em 2008 e entregue à população em 2013, com intuito de oferecer um trajeto rápido e fácil para os pessoas que não possuem veículos. No entanto, a precariedade a qual se encontra os expõem a riscos a acidentes e mais dificuldades. “A situação aqui está péssima, dá mal para andar a pé, de bicicleta é pior, as motos passam por aqui e aumentam ainda mais os problemas com tábuas soltas e deterioradas. É o trajeto mais rápido e fácil pra gente que não tem transporte, carro, facilita muito pra gente aqui”, concluiu outro morador que preferiu não se identificar.

Um dos questionamentos dito em tom de revolta por outro frequentador da ponte, é com relação as obras na orla do Maracanã. Segundo ele, a obra foi implementada como desnecessária às margens da praia. “Eu sempre falo que aquele investimento que fizeram naquela orla, era para eles terem feito aqui. O que vai mudar naquela praia? O que eu sei é que praia é praia, não tem nada a ver com concreto em praia. Sei que é tradição para muitos. Mas tem muita gente que ficou indignada com aquela situação e deixou a desejar essa ponte”, concluiu.

Nossa equipe de reportagem constatou também que a precariedade se estende  nas redondezas, que acumulam mato. A proteção lateral em uma determinada curva é ausente e alguns resíduos jogados do lago prejudicam um habitat natural que ainda é considerado um criatório de diversas espécies de peixes da Amazônia, como o tucunaré, jaraqui, charuto, caratinga, aracu, e muitos outros. Apesar de ser um ponto ‘esquecido’, o Lago do Mapiri ainda se caracteriza por atrativos naturais, que poderiam render uma boa condição para desenvolver atividades turísticas e esportivas.

Em nota, a Prefeitura de Santarém, por meio da assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), informou que a manutenção da ponte consta no cronograma de serviços da Secretaria e que a equipe técnica já realizou levantamento e aquisição do material a ser utilizado para o reparo. Ainda esta semana os trabalhos serão iniciados no local.

RG 15 / O Impacto

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