Peninha: “Ibama do Pará pode causar desemprego e problemas sociais na região”

Usando a Tribuna da Câmara Municipal de Itaituba, o vereador Peninha denunciou a crise no setor madeireiro criado pelo Governo Federal, através do IBAMA. Segundo o edil, há mais de três meses o Pará não exporta um metro de madeira, devido o IBAMA não liberar a exportação.

Peninha disse que no porto do Conde, em Barcarena, mais de 1.000 contêineres carregados de madeira estão aguardando a fiscalização dos agentes do IBAMA para embarcar o produto para exportar.

O grande entrave que vem causando todo esse transtorno e prejuízos ao setor madeireiro decorre das emissões de um documento chamado AUTORIZAÇÃO DE EXPORTAÇÃO –AE, por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, sediado no Pará, mas precisamente em Belém, afirmou o parlamentar.

O edil ressaltou que no momento “não se questiona a decisão do STF, que está em vigor e tem que ser cumprida, mas que o IBAMA encontre  uma solução, meios  urgentes que não venham a prejudicar o setor madeireiro, que com esta crise já vem acumulando prejuízos bilionários. O STF determinou que o IBAMA exija o CERTIFICADO para Exportação. Este procedimento, lembrou Peninha já é obsoleto, por se tratar de forma manual e que incide sobre todas as cargas, o IBAMA não possui estrutura, como agentes e espaço, para atender toda essa demanda, com sistemas não preparados e falta de procedimentos para sua elaboração, o que culminou no acumulo de produtos em contêineres nos pátios dos portos, custos adicionais de armazenamento e a queda abrupta nas exportações e receita.

Na nossa região, Oeste do Pará, tem dois polos de exportação de madeira, lembrou Peninha.  Um, na área do MURUMURU, que existe uma concessão do Estado, por se tratar de terras Estaduais, e outro no Distrito Municipal de Moraes Almeida, que é área federal e a concessão é federal. O vereador fez questão de lembrar que foi o autor da Lei que criou o Polo Madeireiro em Moraes Almeida e sabe da importância deste setor para a região.

Segundo o responsável pela exploração de madeira na área da concessão estadual, Marcos Sato, proprietário da empresa AMAZÔNIA FLORESTAL, caso não sejam liberados os embarques dos seus 20 contêineres que estão no Porto do Conde, em Barcarena, será obrigado a demitir funcionários, pois fazem mais de 100 dias que a empresa não recebe um centavo. “Temos hoje em torno de 300 funcionários e a crise nos afetou de cheio”, disse SATO, pois esta burocracia causada pelo IBAMA está provocando um prejuízo incalculável a nossa empresa como a todo o setor madeireiro.

Sato disse que está preocupado com a situação, pois possui um contrato com o governo e tem que pagar a exploração de madeira na área e não está podendo cumprir. Assim como também, não está podendo cumprir o compromisso com os compradores, pois faz mais de 3 meses que não exportar um metro de madeira e também não recebe um centavo.

A mesma situação vivem os empresários do consórcio que explora madeira na área de concessão federal em Moraes Almeida. Segundo um dos sócios do consorcio, Dirceu Biolchi, se a situação não for resolvida nos próximos dias, haverá demissão de funcionários. Não temos condições de manter 600 funcionários sem produzir, destacou Dirceu. Estamos com centenas de contêineres no porto do Conde, em Belém, e o IBAMA não libera, ressaltou Dirceu.

O vereador Peninha fez um apelo aos deputados federais e senadores para junto ao IBAMA do Pará agilizar a liberação das autorizações de exportação, pois caso isto não ocorra nos próximos dias, o caos social vai assolar a região, principalmente em Novo Progresso e Itaituba, pois as empresas serão obrigadas a demitirem os funcionários. Além do problema social que teremos, os municípios, estado e a União vão ter prejuízos em suas arrecadações, já que a madeira extraída nestas áreas é legal e paga corretamente os impostos.

O Impacto

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