Artigo – Estigmas enfrentados por pessoas com problemas neurológicos ou transtornos mentais

Por Thays Cunha

Ter uma complicação na saúde é algo muito difícil de lidar, seja por conta dos problemas físicos e emocionais que eles causam, que podem advir da dor, do preconceito, da falta de tratamento ou outros fatores. Ficar doente é algo pelo qual ninguém quer passar, mas sabemos que quando não há como escapar de momentos como esses poder contar com a ajuda de outras pessoas é extremamente importante durante o processo de aceitação e recuperação. No entanto, não são todos que têm a sua disposição uma rede de apoio quando se veem com alguma enfermidade.

E as pessoas que mais sofrem são aquelas que apresentam problemas neurológicos ou algum transtorno mental, pois qualquer tipo de disfunção que afete a mente humana é sempre vista com muita desconfiança e medo.

Quem padece de problemas neurológicos como: tremores; movimentos involuntários (como tiques); alucinações visuais; problemas de sono; perda de memória; ou transtornos mentais tais como: depressão, bipolaridade, e até mesmo o autismo quase sempre precisam lidar com o preconceito, pois se propaga o pensamento estereotipado de que os acometidos são todos loucos, instáveis, difíceis, improdutivos, incapazes e até mesmo violentos, o que não é verdade.

Pessoas que sofrem com qualquer problema neurológico ou transtorno mental por vez nem mesmo irão aparentar sintomas ou mostrar de forma clara para os outros pelo que estão passando, dessa forma é muito importante respeitar o comportamento e as particularidades de cada indivíduo, que podem se mostrar isolados, quietos, se afastar do contato social ou mesmo serem mais agitados, exaltados e nervosos. Há casos até em que o mesmo sujeito pode transitar entre esses comportamentos de acordo com o período. Porém, mesmo assim podem ser tão competentes, produtivos, estáveis e capazes quanto uma pessoa considerada “normal”. E, quando tratados, apresentam vida regular, tendo amizades, empregos, relacionamentos e projetos como qualquer um. Uns poderão ter uma jornada de trabalho exatamente igual a dos outros trabalhadores e outros podem trabalhar através de horários flexíveis.

O importante é não estigmatizar ou isolar quem apresente qualquer problema de saúde, pois por causa da discriminação e do medo da rejeição é comum que as pessoas escondam que estão doentes, o que pode até piorar o seu quadro. Ter empatia e cuidado com o próximo pode até ajudar a salvar uma vida. Segundo o Boletim Epidemiológico 33, do Ministério da Saúde, “o suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que no mundo mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente, sendo a quarta maior causa de mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade. […] A imensa maioria das pessoas que tenta ou comete suicídio é acometida por algum transtorno mental, sendo o mais comum a depressão. Apesar da complexidade de sua determinação, o suicídio pode ser prevenido com intervenções individuais e coletivas de diagnóstico, atenção, tratamento e prevenção a transtornos mentais, ações de conscientização, promoção de apoio socioemocional, limitação de acesso a meios, entre outras”.

Doenças mentais devem ser vistas do mesmo modo que doenças físicas. Por exemplo, quando uma pessoa afirma estar com diabetes ou gripe ela é tratada de uma forma completamente diferente daquela que está com depressão. Doenças físicas recebem atenção, consultas e medicamentos enquanto que doenças psicológicas em grande parte são colocadas como desvios de personalidade ou falta de força de vontade. Porém igualmente merecem tratamento e cautela com os pacientes, que poderão recuperar a saúde e a qualidade de vida com a aplicação dos procedimentos corretos.

RG 15 / O Impacto

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