No Oeste do Pará, Adepará inicia demarcação das rotas de risco para a monilíase do cacaueiro

A Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) iniciou a demarcação das rotas de risco para a monilíase do cacaueiro, uma praga mais agressiva que a vassoura de bruxa e que ataca os frutos do cacaueiro e todas as plantas da mesma espécie.

O trabalho da Agência também se concentrará na região oeste do Pará em função da detecção recente de focos da praga em Tabatinga, no Amazonas, na fronteira com o Pará, e contará com ações de vigilância do trânsito agropecuário, fiscalizações e ações de educação fitossanitária.

No início deste mês, equipes de fiscais agropecuários e técnicos da Agência se deslocaram para municípios da região do baixo amazonas, como Juruti, Óbidos e Oriximiná para mapear as rotas e também realizar atividades de educação sanitária na região.

O principal objetivo da ação, que se estenderá até o dia 26 de março, é realizar atividades de educação fitossanitária durante levantamentos de detecção e prospecção de  rota  de  risco como previsto no Plano Nacional de Prevenção à Monilíase (Art.  2°  da  IN  112/2020 do Mapa) e na  Portaria 7.824/2022 da Adepar.

“A região oeste do Pará é de alto risco para a entrada da Monilíase no Estado, em função da localização e do movimento de pessoas, transporte e comércio que ocorre entre Pará/Amazonas, especificamente, nos municípios de Juruti, Oriximiná e Óbidos”, explicou a fiscal agropecuária Lucionila Pimentel.

Ela acrescentou que, “conhecer como se estabelece esse comércio, o fluxo e a intensidade em que ocorre, possibilita atividades de vigilância de trânsito pontuais e eficientes. Conjuntamente com as Ações de Educação Fitossanitária,  que abordará : identificação e a suspeita, notificação da suspeita junto à Adepará, restrição de trânsito, embargos no comércio e o impacto socioeconômico que impõem”.

A realização do mapeamento, cadastro de produtores e demais ações de prevenção serão desenvolvidas em parceria com prefeituras, universidades e instituições como a Emater.

No ano passado, a Adepará proibiu por meio da portaria Nº 7833/2022 o trânsito e o comércio de materiais vegetais oriundos de Unidades da Federação onde existem focos de monilíase.

Monilíase – A monilíase ataca os frutos do cacaueiro (Theobroma cacao), do cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) e de outras plantas do gênero Theobroma em qualquer fase de desenvolvimento. Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, é facilmente disseminada pelo vento e por materiais infectados como plantas, roupas, sementes e embalagens. A praga ocasiona perdas na produção que podem chegar a 100% da produção.

Desde 2012, o Pará segue o plano de contingência da monilíase que tem como prioridades os estudos de prospecção da praga e capacitações voltadas para a adoção de medidas para erradicação dos primeiros focos detectados.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a monilíase está entre as 20 pragas quarentenárias ausentes do território brasileiro, consideradas prioritárias para ações de vigilância e pesquisa, em função do risco iminente de entrada no País e dos prejuízos econômicos que podem causar à agricultura nacional. Entre os critérios para atribuir o status de prioridade a uma praga, estão o seu potencial de destruição e a ocorrência em áreas próximas do País, especialmente em regiões fronteiriças.

Produção de Cacau – o cacau é uma das cadeias produtivas mais importantes do Estado, pelo seu aspecto social, ambiental e econômico. Segundo dados da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), o incremento na economia do estado foi de 1,9 bilhões de reais, gerando emprego e renda para cerca de  30 mil agricultores, na sua grande maioria da agricultura familiar.

O Impacto com Agência Pará

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