DEACA investiga morte suspeita de bebê com sinais de tortura e estupro, em Santarém

Na terça-feira (28), a Delegacia de Atendimento à Criança e Adolescente (Deaca) recebeu a denúncia de um suposto crime violento contra uma recém-nascida de 8 meses, a qual morava com os avós no bairro Área Verde, em Santarém.

O Hospital Municipal de Santarém Alberto Tolentino Sotelo (HMS) em nota confirmou que recebeu na tarde de segunda-feira (27), a pequena vítima em estado clínico considerado grave e que logo após o primeiro atendimento acabou morrendo. A própria equipe médica do setor psicossocial do HMS foi responsável por acionar o IML, Polícia Civil e Conselho Tutelar para atuar no caso.

Nossa equipe de reportagem investigativa conseguiu ter acesso à declaração de óbito do hospital, onde destaca as possíveis causas da morte, são elas: anemia aguda, hemorragia externa e interna, além de ruptura retal.

No entanto, a Polícia Científica do Pará por meio do IML, qualificada para fornecer bases técnicas em Medicina Legal para o julgamento de causas criminais, irá confeccionar um laudo cadavérico esclarecendo as suspeitas por trás da morte da bebê (sinais no pescoço, cabeça e partes íntimas) e versão dada pela família à imprensa local.

À nossa reportagem, o delegado Gilberto Aguiar da DEACA informou que ainda é muito cedo para falar sobre o assunto, principalmente por ser um caso delicado envolvendo uma criança, família enlutada e uma investigação da polícia.

Versão da família

Ainda na tarde de terça-feira (28), o repórter Clenildo Amaral e o comunicador à frente do Blog do Pião, estiveram no velório conversando com um dos familiares em frente da residência dos avôs. Um homem se identificou como tio e disse que as informações iniciais sobre tortura e estupro, não passavam de uma mentira.

“Imagine como não vai ficar a nossa reputação. E quando a perícia médica sair vai sair o laudo do que morreu a criança. Nunca que essa criança foi violentada, nunca! Tenho certeza plena! Eu convivo aqui, minha casa é lá atrás, eu convivo aqui 24h! Com essa criança era um carinho maior, a gente cuidava dela, até porque ela era especial prematura”, alegou.

No relato, o tio ainda explicou os cortes e marca roxa pelo corpo da criança. “Se vocês chegassem a ver essa criança quando veio pra cá, vocês iam admirar o tamanho dela! Essa criança veio, era da grossura do dedo, prematura, toda cortada. Acho que até os médicos cortaram a bundinha dela lá. Aí veio pra cá, passou uns dias, sempre tinha um probleminha no respirar no fluo, uma coisa assim, no coração, entendeu? Aí esse blog veio dizer que houve estupro, espancamento, tortura na criança pô, pela amor de Deus, não! Tinha 8 meses sim, tinha umas feridinhas que nasceu de uns 3 dias a 4 dias pra cá, tipo uma ferida que dá aqueles negócios de galinha, saiu  assim grande cara, saia sangue, sim certo”.

Ao ser questionado sobre as unhas arrancadas, como foi noticiado inicialmente por outro meio de comunicação, o tio afirmou com veemência: ‘mentira, mentira! Claro que tão mentindo! Se for preciso, pode até mostrar, mas seria até uma dor pra gente, fazer uma coisa dessas! O sinalzinho que saiu aqui, uma roxura próximo do pescoço, eu imagino que fosse até do problema do coração dela, mas nunca foi maltratada essa criança, pela amor de Deus’.

Sobre o cuidado com o bebê, a quem cabia criar, o parente disse que era a mãe de 16 anos e a avó.  “A avó e ela que não faz, perdão da palavra, não faz nada pra cuidar da criança, parou até de estudar pra cuidar da criança. Com apoio da avó. Agora chega uma coisa dessa aí, imagina como a família tá se sentindo, uma ocasião dessa. Estamos revoltados sem dúvida, notícia falsa, vai sair a perícia”, finalizou.

O caso segue sendo investigado.

Matéria atualizada no dia 30/3 às 18h01*

Por Diene Moura

O Impacto – colaborou Lorenna Morena

Foto: Ilustrativa

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