Novo método de detectar câncer de próstata avança no Brasil

O câncer de próstata é um dos tipos mais comuns no Brasil. Entre os homens, ele é o segundo mais frequente, sendo o maior causador de mortes. Atingindo principalmente idosos, a doença geralmente avança lentamente e não costuma causar grandes complicações, mas seu diagnóstico é importante para a detecção se é um tipo benigno ou maligno. O câncer de próstata tem recebido atenção de profissionais da saúde para a elaboração de métodos de diagnósticos mais eficazes, como a biópsia transperineal.

O câncer de próstata fica atrás apenas do câncer de pele em número de casos entre os homens brasileiros. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020, foi estimado o surgimento de pelo menos 65.840 novos casos a cada ano, no período que compreende 2020 a 2022. Novos dados apresentados pelo órgão em 2022 apontam para 71.730 novos casos no ano. Quanto às fatalidades provocadas pela doença, o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020 indica aproximadamente 15.841 registros.

O surgimento é mais frequente em uma população de risco, que compreende homens com idade acima de 55 anos, com excesso de peso e obesidade. O diagnóstico do câncer é feito através da biópsia de células retiradas da próstata mediante a suspeita de desenvolvimento de tumores.

Os exames de rotina, como o exame de toque retal e o exame de sangue Antígeno Prostático Específico (PSA), podem levantar suspeitas do surgimento da doença quando seus resultados mostram alguma alteração. Quando isso ocorre, o médico especialista deve solicitar a biópsia de células da próstata para que seja confirmado se há o desenvolvimento ou não de um tumor.

Por muitos anos, a técnica transretal era utilizada com maior frequência, em que a agulha é inserida através do reto para a retirada de tecidos para a análise. Entretanto, esse método pode gerar uma série de complicações, incluindo um maior risco de infecção, por conta de a região ser mais sensível.

Visando uma maior precisão na extração de células do órgão para a investigação, popularizou-se a técnica transperineal. Muitos hospitais e clínicas especializadas vêm utilizando esse procedimento, em que a agulha é introduzida pelo períneo, a região localizada entre o saco escrotal e o ânus.

Além da diminuição do risco de infecções, o procedimento realizado via transperineal promove uma retirada mais descomplicada das amostras de tecidos, com um alcance maior em toda a próstata.

Esse método só foi permitido por conta do desenvolvimento da tecnologia utilizada nos exames de imagem. Para ser feito da maneira correta, é realizada a fusão, em tempo real, da ultrassonografia e ressonância magnética da próstata, o que permite obter uma visão mais completa do órgão.

Assim, o especialista é capaz de identificar com maior precisão as células suspeitas para retirar fragmentos e submetê-los para análise. A união das imagens pode substituir o procedimento feito apenas por ultrassom, que pode não ser o suficiente para identificar alguns tipos de lesões e tumores.

A extração de células por via retal é um procedimento mais invasivo e, em caso de infecção, a recuperação é muito mais incômoda, ao passo que tem aumentado o aparecimento de bactérias resistentes a antibióticos.

Os esforços para prevenir, detectar e tratar o câncer envolvem muitas áreas da ciência e saúde. O desenvolvimento de tecnologias de ponta para exames de imagem e exames laboratoriais é um exemplo disso. Profissionais formados na faculdade de biomedicina, medicina, enfermagem, farmácia e outras trabalham arduamente na pesquisa de métodos que permitam não somente a melhoria da qualidade de vida de pacientes, como também o diagnóstico mais seguro.

O Impacto

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