Google tira de sua loja de aplicativos jogo que simula escravidão

O Google tirou do ar após oferecer por mais de um mês em sua loja de aplicativos para o sistema Android, a “Play Store“, um “jogo” intitulado “Simulador de Escravidão”, no qual o usuário pode simular ser um proprietário de pessoas escravizadas. Denúncias contra o aplicativo começaram a repercutir nas redes sociais nesta quarta-feira (24).

Lançado na Play Store no dia 20 de abril, o aplicativo ficou indisponível por volta das 13h30 desta quarta, conforme relatou a assessoria do Google.

A reportagem entrou em contato com o Google que respondeu, em nota, que o aplicativo foi removido do Google Play.

“Temos um conjunto robusto de políticas que visam manter os usuários seguros e que devem ser seguidas por todos os desenvolvedores. Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas. Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as nossas regras pode fazer uma denúncia. Quando identificamos uma violação de política, tomamos as ações devidas”, disse a empresa em nota.

A produtora responsável, Magnus Games, afirmava no aplicativo que o usuário era capaz de “trocar, comprar e vender escravos”.

“Escolha um dos dois objetivos no início do simulador do proprietário de escravos: o Caminho do Tirano ou o Caminho do Libertador. Torne-se um rico proprietário de escravos ou consiga a abolição da escravidão. Tudo está em suas mãos”, escrevia a descrição feita pela empresa.

Em uma das modalidades oferecidas, era feita a descrição: “Use escravos para seu próprio enriquecimento. Evite a abolição da escravatura e acumule uma certa quantia em dinheiro.”

A Magnus Games alega que o “jogo foi criado exclusivamente para fins de entretenimento”. “Nosso estúdio condena a escravidão em qualquer forma. Todo o conteúdo do jogo é fictício e não está vinculado a eventos históricos específicos. Todas as coincidências são acidentais”, escreve notificação do aplicativo.

Conforme mostrava a própria plataforma do Google, o aplicativo foi lançado no dia 20 de abril deste ano e foi baixado mais de 1 mil vezes e possuía classificação indicativa “Livre”.

O próprio Google detalha, em seu site, que a classificação desta categoria para o Brasil indica que “o conteúdo é adequado a todas as idades. Por vezes, pode apresentar algum elemento de baixíssimo impacto, como violência infantilizada”.

Ainda de acordo com a plataforma, o aplicativo possuia uma nota de 4 estrelas. A nota máxima é de 5 estrelas.

“Ótimo jogo para passar o tempo. Mas acho que faltava mais opções de tortura. Poderiam estalar a opção de açoitar o escravo também”, avaliou, no dia 22 de maio, o usuário “Mateus Schizophrenic”, que deu nota 5 estrelas.

“É inacreditável que esse tipo conteúdo esteja disponível e acessível para crianças”, escreveu, no mesmo dia, o usuário Lucas Lima, que deu nota mínima ao aplicativo.

Fonte: CNN
Imagem: Divulgação

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