CineAlter 2023 apresenta tema com olhar cinematográfico sobre as Mudanças Climáticas

Ao inspirar ponderações sobre como a sabedoria ancestral pode oferecer reflexões e sugestões valiosas para enfrentar os desafios ambientais modernos, o Festival de Cinema Latino-Americano de Alter do Chão (CineAlter 2023) traz o tema “O cinema de impacto no combate às mudanças climáticas”. O Festival acontece do dia 3 ao dia 5 de novembro, na vila balneária de Alter do Chão, das 9h às 22h30, e vai apresentar cerca de 50 filmes, divididos nas mostras competitivas, paralelas e sessões especiais.

Segundo o coordenador do maior festival de cinema do oeste do Pará, a escolha da temática tem como principal objetivo evocar a responsabilidade coletiva de proteger as florestas e a biodiversidade, ressaltando que a preservação ambiental é uma preocupação científica e social.

“A mudança climática está além de temperaturas, é uma transformação no ecossistema. E essa desordem é intensificada pelas ações humanas exige atenção. A mensagem é clara: a salvação está na ancestralidade. Devemos aprender com os nossos ancestrais para garantir um futuro melhor”, explicou Raphael Ribeiro, coordenador do evento.

Promover cinema de impacto no interior da Amazônia é crucial por se tratar de uma importante ferramenta de expressão cultural e social, permitindo que as comunidades locais compartilhem suas histórias, tradições e desafios de uma maneira única. Além de ser um meio poderoso para preservar culturas, impulsionar a conscientização ambiental, fortalecer comunidades e contribuir para o desenvolvimento econômico e sustentável da região.

O CineAlter celebra uma diversidade de produções audiovisuais, principalmente, trabalhos feitos por moradores da região onde o evento acontece, dando protagonismo aos povos da Amazônia.

“Ao valorizar o trabalho de cineastas locais, o festival ressalta a autenticidade e a riqueza cultural da região, rompendo barreiras geográficas e consolidando a voz da Amazônia no cenário global”, disse Raphael.

Mudanças climáticas – O cinema é relevante no combate às mudanças climáticas ao amplificar vozes, contar histórias impactantes e possibilitar conscientização. Através da linguagem audiovisual, filmes podem trazer à luz as consequências das atividades humanas no meio ambiente, inspirar ações individuais e coletivas, e promover a urgência de soluções mais sustentáveis.

O Festival tem o poder de mobilizar audiências globais, estimulando diálogos significativos e influenciando mudanças positivas em prol do nosso planeta. Além de convidar todos para se unirem nessa mudança comportamental importante para a vida na terra.

Debates – Um dos objetivos do Festival é proporcionar debates com temas relevantes de questões socioambientais que abordem os desafios enfrentados pelos povos que vivem na Floresta, temáticas que se correlacionam nos critérios avaliativos feitos pela curadoria para escolha das exibições de cada uma das mostras.

A coordenadora de curadora, Amanda Poça, que é diretora de cinema, afirma que as escolhas dos filmes e documentários estão conectadas com a temática do evento.

“Isso é levado para o centro dos debates que acontecem durante os 3 dias do CineAlter. Na mostra Samanúma que é a competitiva, por exemplo, vamos selecionar filmes latino-americanos, que abordem os povos da floresta, mudanças climáticas e outras temáticas abordadas pelo cinema de impacto, que analisa as relações humanas com o meio ambiente”, disse.

A combinação de cinema e debate cria um espaço para aprendizagem, percepção e ação. O diálogo também pode possibilitar boas iniciativas sobre práticas sustentáveis, modelos de coexistência harmoniosa com a natureza e estratégias para enfrentar desafios ambientais.

Cartaz – A identidade visual do cartaz evidencia a beleza artística no desenho, que destaca o Curupira como simbologia desta luta pela preservação da nossa sociobiodiversidade e evoca outras entidades da Amazônia para juntos salvarem o ecossistema.

A concepção da identidade visual é do artista plástico Anderson Pereira e do cyberartista Mazzili Star, ambos são antropólogos e colocaram a criatividade em ação se referenciando a partir de três pilares: conscientização, esperança e voz.

Para Anderson, a narrativa da imagem é uma crítica às ações dos países industrializados que causaram a atual crise climática e também um destaque às consequências sofridas, principalmente, pelas populações mais vulneráveis.

Para Mazzili, os homens bagunçaram a morada dos espíritos e como lição esses espíritos protetores abandonaram os humanos. “Na imagem o Curupira quer trazer esses seres encantados de volta ao usar a câmera para mostrar o que está acontecendo na terra.

Queremos dizer que na busca incessante por progresso os seres humanos inadvertidamente perturbaram a dança ancestral e trouxeram total desequilíbrio”, contextualiza Mazzili.

Serviço – O CineAlter é uma realização do Instituto Território das Artes, organização sociocultural do Tapajós, em Termo de Fomento com a Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT/PA), via emenda parlamentar do Deputado Federal Airton Faleiro .

O Impacto

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