Quatro filmes e três documentários para entender a tensão entre Israel e Palestina
Com a ofensiva surpresa do Hamas contra Israel no início do mês de outubro, durante o Simchat Torá, feriado que ocorre no final do festival judaico de uma semana conhecido como Sucot, ou a Festa dos Tabernáculos, o embate entre israelenses e palestinos voltou a ser destaque no noticiário mundial.
O cinema se tornou um instrumento importante para que a perspectiva de dilemas sócio-políticos e humanitários sejam mostrados e que histórias, que à distância temos dificuldade de compreender, sejam contadas.
As produções mais significativas sobre o conflito foram feitas neste século e carregam em si desde o maniqueísmo que delineia mocinhos e bandidos, até o esforço de se mostrarem mais ousadas ao tentar assimilar os dois lados em uma tentativa de explicar toda a complexidade da relação.
Confira alguns filmes e documentários que demonstram diferentes aspectos dessa complexa relação:
O Limoeiro (2008)
Baseado em fatos reais, o filme dirigido por Eran Riklis conta a história de uma viúva palestina que mora na fronteira de Israel com a Cisjordânia e vive de sua plantação de limões. Sua vida muda completamente quando o Ministro da Defesa de Israel se muda para a casa ao seu lado. O serviço secreto israelense decide que pela segurança do ministro é preciso derrubar a plantação. Assim, o filme passa a apresentar o conflito entre vizinhos como uma metáfora do imbróglio entre Israel e Palestina.
Paraíso agora (2005)
Indicado ao Oscar de filme internacional, do diretor palestino Hany Abu-Assad, a produção acompanha a história de dois amigos de infância árabes recrutados para uma missão suicida, na qual devem explodir uma bomba em Israel. Sem sensacionalismo, nem cenas do atentado de fato, o filme mostra o choque cultural e econômico entre as duas nações a partir da visão dos rapazes, enquanto um deles desiste da missão.
Uma Noite em Haifa (2020)
Do cineasta israelense Amos Gitaï, o filme foge do cenário de guerra e se instala em um reduto em Haifa onde palestinos e israelenses convivem em paz – porém, em constante clima de animosidade. Ali estão personagens que o cinema de ação não costuma mostrar, como artistas, casais gays e intelectuais, que discutem suas relações ao longo de uma noite em uma festa.
Golda (2023)
Dama de Ferro de Israel, a primeira-ministra Golda Meir foi uma figura controversa na história do Oriente Médio, que entre erros e acertos, moldou o Estado como ele é hoje – e encarou uma série de e encarou uma série de conflitos durante seu governo. O principal deles foi a Guerra do Yom Kippur, uma das mais sangrentas da história local. No filme do diretor israelense Guy Nattiv, o embate é narrado a partir do gabinete onde Golda e seus generais dão ordens aos soldados em campo de batalha.
Checkpoint (2003)
O documentário do diretor Yoav Shamir apresenta a rotina de humilhação, aviltamento de direitos básicos, desrespeitos constantes à dignidade humana a que estão submetidos os palestinos submetidos ao apartheid imposto por Israel. O filme foi gravado nos postos de controle administrados por Israel, por onde palestinos devem passar para comprar alimento, ir ao médico ou tirar documentos.
Nascido em Gaza (2014)
Este documentário lançado em 2014 apresenta a violência do conflito Israel-Palestina e nos seus efeitos sobre as crianças de Gaza.
Morte em Gaza (2004)
O documentário que narra a questão Palestina a partir de três territórios: Cisjordânia, Gaza e Rafah – e a partir da história de três crianças: Ahmed e Mohammed, ambos de 12 anos, e Najla, de 16 anos. Durante as filmagens, o produtor e diretor James Miller foi assassinado por um soldado israelense.
Por Rodrigo Neves
O Impacto