Vasco apresenta plano de reforma de São Januário

O Vasco apresentou um plano oficial de reforma do estádio de São Januário. É o mesmo enviado à Prefeitura para o avanço do projeto de lei (PL) de transferência do potencial construtivo, assinado um na terça-feira pelo prefeito Eduardo Paes. Caso aprovado na Câmara, o projeto gerará as receitas para a execução da obra. O plano será entregue à nova diretoria da associação, presidida por Leven Siano ou Pedrinho, que disputam eleição neste sábado.

Ao todo, o novo complexo de São Januário terá capacidade para 47.838 torcedores. É mais que o dobro dos 21.880 atuais. Eles seriam divididos da seguinte forma: 32.743 nas arquibancadas, 10.258 nas cadeiras, 1.130 nos espaços lounges, 378 nos camarotes coletivos, 210 nas frisas, 133 nos camarotes tradicionais e 123 nas tribunas.

Assinado por Sergio Moreira Dias, Felipe Nicolau, Willian Freixo, Clarissa Pereira e Ana Carolina Dias, o projeto parte do que fora apresentado na gestão Alexandre Campello em 2020 e apelidado pela torcida de “modelo caixotinho”. Mas recebeu alterações significativas. A reforma, tratada revitalização e ampliação, está orçada em R$ 506 milhões, com prazo de três anos de obras. A ideia seria inaugurar em abril de 2027. Mas tudo depende do andamento com a nova administração.

O projeto, orçamentos, memorial descritivo e previsão de receitas foram apresentados à Prefeitura antes da assinatura do PL da transferência do potencial construtivo, um mecanismo que depende muito da importância social e econômica do bem para a cidade. Nenhum centavo do arrecadado com a venda do direito de construir pode ser utilizado para atividades que não as da obra do estádio e de seu complexo.

À nova administração, cabe a discussão de alterações. Ou até a escolha de outro projeto, caso seja o desejo — nesse caso, o trâmite com a Prefeitura seria reiniciado. O assunto será tratado no processo de transição em encontro após a eleição deste sábado.

As novas estruturas

O projeto tem como ponto de partida inicial a manutenção da fachada histórica na entrada social, com a construção de duas torres laterais para eventos e convenções: numa delas, haverá ainda um restaurante e espaços para administração e diretoria. Na outra, fica a megaloja, outro restaurante, a sala de troféus e o museu.

Na fachada da torre norte, lateral, o planejamento é o de uma esplanada para até 40 mil pessoas e a resposta histórica escrita em uma das paredes. Um painel de ídolos seria colocado na Rua Ricardo Machado, com a retirada do muro que existe atualmente. Uma ligação terrestre com a futura estação Vasco da Gama, do BRT Transbrasil, também está no horizonte, mas depende de obra da prefeitura.

Na segunda fachada principal, paralela à social, símbolos do clube se somam aos detalhes simulando os azulejos portugueses.

A intenção também é manter as estruturas olímpicas, como o parque aquático, além da construção de uma piscina recreativa onde hoje é o campo anexo.

Projeto manteria a fachada, com a construção de duas torres — Foto: Divulgação/Vasco
Projeto manteria a fachada, com a construção de duas torres — Foto: Divulgação/Vasco 

Arquibancadas

No topo da arquibancada social, serão construídos três andares de camarotes premium com varandas, mais dois espaços de camarotes coletivos com 189 lugares cada, destinados primariamente a portadores de cadeiras cativas. Nas demais cadeiras, serão 2.984 lugares.

Na outra lateral e atrás dos gols, a arquibancada será dividida entre setores populares, sem cadeiras e mais próximos do gol, circundando o campo. Em cima desses setores, fica mais uma fileira de camarotes e seções de cadeiras. Haverá homenagens aos Camisas Negras.

Os setores em pé terão estruturas de safe standing, que podem virar assentos em caso de eventos que necessitem. As arquibancadas atrás dos gols têm dez metros de distância até a linha do gol. O setor visitante, para 2.369 torcedores, permanece praticamente no mesmo local que é hoje.

A obra ainda prevê a manutenção de uma capela e construção de uma torre esportiva voltada para o clube social e atividades olímpicas, com espaços de lutas, ginástica, futsal e demais quadras, com capacidade média de 5 mil pessoas.

O que é o potencial construtivo e os próximos passos

A transferência do potencial construtivo servirá para financiar parte do projeto. Isso porque o termo se refere ao direito de construir num determinado terreno. No caso de São Januário, a autorização é para uma edificação bem maior do que o estádio. Com esta autorização da Prefeitura, o clube abre mão deste poder e o negocia com alguém que pretende erguer numa área onde até então não poderia.

Agora, o projeto de lei será encaminhado para a Câmara de Vereadores do Rio, e o presidente da casa, Carlo Caiado, também do PSD, decide aceitar ou não. Caso seja aprovado, o PL ainda passa pelas comissões da Câmara às quais o tema é ligado. A primeira será a de Justiça e Redação, que tem o prazo de 15 dias para dar o seu parecer.

Só após passar em todas as comissões, o projeto entra na fila de pautas a serem votadas pelos parlamentares. Ou seja: o processo pode levar meses.

Caso seja aprovado, o PL volta para receber a sanção do prefeito, e posteriormente ainda precisará ser regulamentado pela área técnica da Prefeitura. Assim, é pouco provável que todo esse trâmite ainda seja finalizado neste ano.

Fonte: Jornal Extra
Imagem: Divulgação/Vasco

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