Polícia Civil do Pará prende influencers em operação contra divulgação de jogos de azar na internet

“Foi comprovado que todos os influenciadores recebiam grande quantia em dinheiro para divulgar as plataformas de jogos online. Cinco pessoas ainda estão foragidas e nossa equipe continuará investigando para prender mais envolvidos neste crime que prejudica tantas pessoas” disse o delegado Arthur Nobre, ao falar a respeito da Operação “Truque de Mestre” que, na última segunda-feira (18), cumpriu 12 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão contra pessoas sob investigação por divulgarem jogos de azar em redes sociais.

De acordo com o delegado, os alvos tentavam fazer a lavagem desse dinheiro investindo o valor arrecadado com a prática delituosa na compra de imóveis, carros de luxo e outros bens de alto valor.

Participaram da operação 14 equipes de policiais civis que compõem as delegacias e seccionais da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM) e da Diretoria de Polícia do Interior (DPI).

Sete pessoas foram presas no esquema de jogos e cinco carros de luxo foram apreendidos, além de motos e documentos. A operação teve como alvos influenciadores digitais que divulgavam jogos de azar, especificamente no caso, o “Jogo do Tigrinho”, e incentivavam pessoas a aderirem ao jogo. O convencimento vinha através da exibição de enormes quantias em dinheiro e vida de luxo. As prisões aconteceram em Belém, Bragança, São Francisco do Pará e em Recife.

Considerado ilegal no país, o “Fortune Tiger” ou “Jogo do Tigrinho”, é um jogo no estilo caça níquel onde jogador vence quando consegue uma combinação igual de três figuras na tela. Com a promessa de ganhos irreais, obteve notoriedade na internet. Mas sua realidade é de acumular relatos de perdas financeiras pesadas a seus jogadores.

As investigações que levaram à operação “Truque de Mestre” começaram há quatro meses quando diversas denúncias a influenciadores digitais foram feitas na Seccional urbana do Comércio e indícios de aliciamentos de jogadores para a plataforma foram percebidos.

De acordo com as investigações, o influenciador recebia R$1 mil por cada pessoa aliciada ao jogo. Um dos investigados chegou a movimentar mais de R$ 20 milhões.

“A atuação da Polícia Civil do Pará é para reprimir e combater ‘influencers’ que têm divulgado plataformas de jogos de azar e que já vitimaram inúmeras pessoas no país inteiro e no Pará não foi diferente. Temos muitas vítimas desta prática enganosa. Uma mulher chegou a movimentar mais de R$ 23 milhões em apenas dois meses”, explicou o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Rezende.

Prisões

Após audiência de custódia realizada na terça-feira (19) em Belém, a Justiça determinou a revogação da prisão temporária de seis dos sete influencers investigados na operação “Truque de Mestre”. A sétima investigada não teve sua prisão revogada por não participar da audiência de custódia.  A informação foi divulgada pela defesa de um dos investigados.

Pela decisão da Justiça, os envolvidos são proibidos de sair de suas casas entre as 20h e 6h e não podem acessar qualquer rede social. A comunicação entre os suspeitos também está proibida.

O inquérito policial continuará aberto e sob investigação. Apesar disso, os sete influencers responderão em liberdade enquanto aguardam a conclusão do caso.

Por Rodrigo Neves

O Impacto

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