Boa noite Cinderela

Por José Ronaldo Dias Campos

Duas indiciadas, em um universo de 3 pessoas envolvidas, por enquanto, com prisões temporárias decretadas pela morte do enfermeiro Helder Colares Neves, crime que assustou Santarém na madrugada do último domingo, foram beneficiadas com prisão domiciliar pelo fato de terem filhos menores de 12 anos, crianças portanto, sendo que uma das envolvidas está grávida de 5 meses.

A pena pela prática do crime de latrocínio, considerado hediondo, se assim entender a justiça, após regular processo, variará entre 20 e 30 anos de reclusão, e a competência para julgar será do juízo singular, menos complexo que do tribunal popular do júri.

Entretanto, alguns pontos permanecem obscuros na morte do enfermeiro Helder, do Hemopa, vítima do golpe chamado “Boa noite Cinderela”:

a) a indiferença dos responsáveis pelo bar onde o crime ocorreu, conforme registrado nas imagens divulgadas pela imprensa, banalizando o triste episódio;

b) o abandono da vítima em um banco em plena via pública, após ser arrastada do bar na madrugada, como se fosse um troço qualquer, sem a menor assistência a um cidadão que encontrava-se desmaiado, em situação de vulnerabilidade;

c) a falta de atendimento imediato do SAMU ao chamado feito pela garçonete via telefone;

d) a falta de informação sobre outras vítimas que eventualmente possam ter sofrido o mesmo golpe praticado pelos investigados, que estão presos cautelarmente.

Pondero: tivessem demonstrado o mínimo de atenção, sensibilidade, solidariedade e respeito à dignidade humana, uma vida poderia ter sido salva, preservada.

Fica a observação para reflexão, com o objetivo de evitar que tais eventos se repitam.

O Impacto

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